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Fecho dos mercados: Turquia dita quedas nas bolsas. Euro recua para mínimo de 2017

A tensão em torno da Turquia fez soar os alarmes no resto da Europa, em especial nos mercados mais expostos, como o caso de Itália. O euro foi arrastado e perde mais de 1% para mínimos de mais de um ano. E os juros de Roma estão a disparar.

Os investidores que prefiram ficar longe do sobe e desce do mercado podem privilegiar uma abordagem mais defensiva. Os fundos multiactivos podem ser uma boa alternativa para quem pretende obter retornos, mas não quer assumir riscos demasiado elevados.

Os fundos multiactivos ajustam-se a praticamente todos os investidores, uma vez que existem produtos com uma estratégia de investimento mais defensiva, equilibrada e agressiva. Apesar da instabilidade registada nos mercados accionistas nas últimas semanas, são os multiactivos agressivos, com maior exposição ao mercado accionista, que apresentam as melhores rendibilidades. Rendem, em média, 0,9% nos últimos três meses. Já os fundos que privilegiam uma estratégia mais equilibrada somam 0,81%, segundo os dados da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP).

Ao investirem em diversas classes de activos, estes produtos de poupança reduzem o risco resultante de oscilações bruscas nos mercados financeiros. Ou seja, se as bolsas mundiais registarem quedas acentuadas enquanto está a banhos, a exposição a outros activos, como a dívida ou cambial, vai atenuar o efeito negativo das acções na carteira. No entanto, caso os problemas nos mercados aliviem e as bolsas registem subidas elevadas, esses fundos não irão obter retornos tão expressivos.
Reuters
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Os mercados em números

PSI-20 caiu 0,24% para 5.628,60 pontos

Stoxx 600 perdeu 1,07% para 385,86 pontos

S&P 500 desvaloriza 0,49% para 2.839,67 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal sobe 1,7 pontos base para 1,784%

Euro recua 1,11% para 1,399 dólares

Petróleo sobe 1,36% para 73,05 dólares em Londres

 

Turquia provoca a maior queda da bolsa italiana em dois anos
As bolsas europeias fecharam com quedas acentuadas, com destaque para a praça italiana, que caiu mais de 2% e atingiu mínimos de Julho de 2017. A contribuir para este cenário está o intensificar da tensão geopolítica entre os EUA e a Turquia. Ao mesmo tempo que Recep Tayyip Erdogan apelava aos turcos para trocarem ouro e dólares por liras, de forma a ajudar a sustentar a economia da Turquia, Donald Trump anunciava a duplicação das tarifas impostas às importações de alumínio e aço deste país.


Este contexto provocou fortes quedas nos activos turcos. Mas não só. A exposição, em especial, de bancos à Turquia, causou um efeito dominó nas bolsas europeias. O Stoxx600, que agrega as 600 maiores cotadas europeias, fechou o dia a cair 1,07% para 385,86 pontos.

A bolsa nacional, que estava a subir há quatro dias seguidos, não escapou e o PSI-20 fechou a perder 0,24%, uma queda que foi, ainda assim, a menor entre os principais índices. 

 

Turquia empurra juros italianos para perto de 3%

O efeito turco desta sexta-feira nos mercados também chegou às dívidas soberanas. Os juros da dívida a dez anos de Portugal sobem 1,7 pontos base para 1,784% e os de Espanha aumentam 1,3 pontos base para os 1,407%, mas é a dívida italiana a que mais sofre. Os juros a dez anos da dívida de Itália avançam 10,1 pontos base para os 2,998%, próximos dos 3% em que as "yields" negociaram no pico da crise política em Junho.

 

Actualmente, o que está em causa é o risco de contágio da Turquia nos países europeus. No caso de Itália o banco Unicredit é dos mais expostos. As acções da cotada estão a sofrer, o que também está a penalizar a bolsa de Milão. Acresce que a resiliência financeira dos próprios bancos - que detêm grande parte da dívida pública de Itália - já está a sofrer com a oscilação do valor da dívida italiana, relata a Bloomberg.    

 

Além disso, esta sexta-feira a imprensa italiana noticia que o actual Governo planeia aumentar o défice de 0,9% para 1,8% em 2019, o que ainda assim está dentro do limite europeu de 3%. 

 

Em sentido contrário, os juros a dez anos da Alemanha estão a cair 5,7 pontos base para os 0,318%. 

 

Euribor sobe a 6, 9 e 12 meses

A taxa Euribor manteve-se a três meses nos -0,319% pela décima sessão consecutiva, mas subiu nos restantes prazos. A Euribor a seis meses subiu 0,001 pontos para os 0,267%, a nove meses aumentou 0,002 pontos para os -0,211% e a doze meses somou mais 0,004 pontos para os -0,169%.

Lira afunda mais de 14%. Euro desliza para mínimos de mais de um ano

Os receios em torno da Turquia e dos efeitos de contágio na Europa estão a ser determinantes para a evolução dos activos europeus, nomeadamente as divisas. A lira deslizou mais de 14%, tendo chegado a perder quase 17%, e a negociar em mínimos históricos. Já o euro recua mais de 1% para 1,1399 dólares, o que representa o valor mais baixo desde Julho de 2017.
 

Petróleo sobe com receios de menor oferta iraniana

Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em alta, depois de já terem estado a perder terreno devido ao facto de a Agência Internacional da Energia (AIE) ter dissipado os receios de uma escassez de oferta a nível mundial, já que os produtores bombearam mais crude em Junho. A apreensão relativamente às exportações iranianas, depois de os EUA ameaçarem com sanções quem comprar crude a Teerão, está agora a dominar o sentimento dos investidores, levando a uma subida do valor da matéria-prima.

O contrato de Setembro do West Texas Intermediate (WTI), transaccionado no mercado nova-iorquino, segue a somar 1,51% para 67,82 dólares. Já as cotações do contrato de futuros do Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – para entrega em Setembro seguem a avançar 1,36% para 73,05 dólares por barril.

 

Metais industriais invertem dos ganhos da véspera

Os preços dos metais de base estão em terreno negativo, depois de ontem terem subido devido às perturbações na oferta de cobre chileno (no decurso de uma greve na mina chilena de Escondida) e à expectativa de que os estímulos económicos na China aumentem a procura por parte daquele país. No entanto, hoje a maioria dos metais industriais segue em baixa no mercado londrino, com destaque para o zinco, devido ao colapso da lira turca – que está a levar a uma corrida aos activos mais seguros.

Além disso, a valorização do dólar torna menos atractivos os activos denominados na divida norte-americana, como é o caso dos metais.

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