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IMF – Subida dos juros impulsionam o dólar. Eur/Usd em mínimos de julho 2020
PIB do Reino unido cresceu 5,5% em relação ao último trimestre; Subida dos juros impulsionam o dólar. Eur/Usd em mínimos de julho 2020; Petróleo fecha semana em torno dos $75/barril; Ouro atinge mínimos de mês e meio
| PIB do Reino unido cresceu 5,5% em relação ao último trimestre
O Gabinete Nacional de Estatísticas (ONS) anunciou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido no segundo trimestre aumentou 5,5% em relação ao trimestre anterior. Os dados preliminares apontavam para um crescimento menos robusto, de 4,8%. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o aumento foi de 23,6% (!), também acima das previsões. Com este resultado, a atividade económica britânica fica apenas 3,3% abaixo da registada no quarto trimestre de 2019, período anterior à pandemia. O que mais contribuiu para a revisão em alta do PIB foi a despesa familiar, que contribuiu com 4 pontos percentuais, uma vez que as restrições relacionadas com a pandemia foram relaxadas em abril passado e posteriormente ainda mais em maio. Outros dados macroeconómicos mostraram que o índice PMI Industrial da IHS Markit caiu pelo quarto mês consecutivo, de 60,3 em agosto para 57,1, embora tenha sido superior a uma leitura preliminar de setembro de 56,3. Este representa o mês mais fraco desde fevereiro das fábricas do Reino Unido, quando o país ainda estava em grande parte encerrado. O inquérito também sublinhou o impacto dos problemas da cadeia de abastecimento e a escassez de pessoal para os fabricantes.
O Eur/Gbp registou uma semana com alguma volatilidade, contudo, a sua variação semanal foi praticamente nula. No longo prazo, o comportamento do Eur/Gbp continua a ser lateral desde finais de 2017, num intervalo largo, que compreende valores entre £0.83 e £0.95 libras. No curto prazo, o par tem vindo a lateralizar, com uma forte resistência a £0.8725, já testada várias vezes. Como suportes, detetam-se os £0.8540/60 e os £0.8470.
| Subida dos juros impulsionam o dólar. Eur/Usd em mínimos de julho 2020
Com as quedas da última semana, o Eur/Usd registou o pior desempenho semanal desde junho de 2020, chegando a renovar mínimos de julho de 2020. O dólar foi impulsionado sobretudo pela subida dos juros a 10 anos, que atingiu máximos de três meses, tornando o dólar mais atrativo. Destaque ainda para a incerteza nos mercados, que também levam os investidores a refugiarem-se no dólar, em parte devido à crise da gigante do imobiliário, Evergrande, com o governo chinês a pedir às empresas (públicas) que comprem ativos da empresa, para ajudar a garantir encaixes financeiros que permitam reembolsar a dívida no curto prazo. Em relação aos Bancos Centrais, na última semana, o grande destaque pertenceu ao Fórum da política monetária do Banco Central Europeu, tendo Christine Lagarde, presidente do BCE, afirmando que a subida que se verifica na inflação é apenas temporária e que está ligada à reabertura das economias, na sequência da pandemia da covid-19. Frisando que a política monetária precisa de continuar "acomodatícia", para "sair da pandemia de forma segura e trazer a inflação para 2%". Lagarde também apelou às famílias que considerem gastar mais das poupanças que acumularam durante a pandemia e aos decisores de política que induzam mais otimismo nas pessoas com o objetivo de agitar a despesa e o consumo num futuro próximo. As eleições alemãs foram outro tema importante na última semana, com os resultados oficiais preliminares a darem a vitória ao SPD nas eleições parlamentares, com 25,7% dos votos e 206 deputados eleitos. O resultado deixa o país num impasse, com SPD e CDU/CSU a quererem governar e a disputarem nas próximas semanas e meses o apoio de Verdes e FDP. Em relação aos dados macroeconómicos, ênfase para o indicador de sentimento económico da Zona Euro, que subiu para 117,8 em setembro, dos 117,6 de agosto e perto dos máximos históricos alcançados em julho.
A nível técnico, com as perdas desta semana, o Eur/Usd intensificou a forte perspetiva bearish, que vem a apresentar desde meados de setembro, tendo quebrado em baixa o suporte dos $1,16. O MACD apresenta um sinal de venda, reforçando esta perspetiva.
| Petróleo fecha semana em torno dos $75/barril
Os preços do petróleo registaram uma variação semanal praticamente nula, apesar de terem renovado máximos de 3 meses no início da semana. Por um lado, o aumento das reservas norte-americanas de crude, de 4,57 milhões de barris na última semana, quando o consenso de mercado apontava para uma nova queda – que seria a sétima consecutiva –, na ordem dos 1,65 milhões de barris, foi um dos principais fatores a limitar ganhos da matéria-prima. A forte valorização do dólar na semana passada também contribuiu para este fator. Contudo, o aumento dos receios de um défice da oferta de petróleo, numa altura em que a procura está a recuperar em muitas regiões do mundo com o aliviar das restrições pandémicas, continua a ser o principal fator a servir de suporte aos preços do "ouro negro".
Tecnicamente, mesmo com a consolidação desta semana, o crude continua a apresentar uma perspetiva bullish, tendo ressaltado no suporte dos $70/barril e transacionando dentro do canal de tendência ascendente. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD, apoiam esta perspetiva, sendo esperado que o petróleo consolide acima dos $75/barril no curto-prazo.
| Ouro atinge mínimos de mês e meio
Os preços do ouro registaram volatilidade significativa, tendo renovado mínimos de mês e meio, mas encerrando a semana com uma variação praticamente nula. Ainda assim, o mês de outubro representa a maior queda mensal desde julho. No início da semana, a forte valorização do dólar e a nova subida dos juros da dívida norte-americana foram os principais fatores a pressionar os preços da metal-precioso. Contudo, os receios com a crise do gigante do imobiliário, Evergrande, assim como a subida da inflação, continuam a fornecer algum suporte ao ouro.
Tecnicamente, com as perdas das últimas semanas, o ouro apresenta uma perspetiva bearish para o curto-prazo, estando a transacionar em torno dos $1750/onça e acompanhando o canal de tendência descendente (vermelho tracejado). Os indicadores técnicos suportam esta perspetiva, com o MACD a apresentar um sinal de venda.
As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.