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IMF – Rublo próximo de níveis pré-invasão

Rublo recuperou de quase todas as perdas registadas após a invasão; Mercado laboral dos EUA permaneceu robusto; Petróleo registou maior perda semanal em 2 anos; Ouro fechou no “vermelho”.

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| Putin exige pagamento em rublos pelo gás russo; Rublo quase recuperou das perdas da guerra

Vladimir Putin assinou um decreto que estipula que os compradores de países rivais da Rússia terão de pagar em rublos pelo gás, sob pena de os contratos serem suspensos, a partir da passada sexta-feira. A Rússia fornece cerca de um terço do gás da Europa, pelo que a energia é a alavanca mais poderosa à disposição de Putin quando tenta revidar contra as sanções ocidentais. A decisão de impor pagamentos em rublos impulsionou a moeda russa, que caiu para mínimos históricos após a invasão de 24 de fevereiro, mas desde tem vindo a recuperar. As empresas e os governos ocidentais rejeitaram a medida como uma violação dos contratos existentes, que são estabelecidos em euros ou dólares. O ministro da economia francês disse que a França e a Alemanha estavam a preparar-se para um cenário em que os fluxos de gás russo poderiam ser interrompidos - o que empurraria a Europa para uma crise energética mais ampla. Na prática, o que o Kremlin exige é que haja uma operação cambial no sistema financeiro russo de euros ou dólares para rublos, mas que não afeta o preço a pagar pela energia. O que Putin conseguiria é que essas moedas fortes entrem em contas controladas pelo Kremlin. Para os compradores não parece haver muita diferença.

A nível técnico, o Eur/Rub inverteu a tendência de alta que registava no final de fevereiro. Nas últimas semanas o par tem vindo a recuar de forma bastante acentuada, apresentando uma tendência claramente bearish. Após quebrar o suporte dos 100 rublos, o para aparenta estar agora a preparar um teste ao nível dos 80 rublos no curto prazo. Importa reconhecer que este mercado não se encontra a funcionar de forma normal, dado que a oferta de rublos está muito restringida. Por exemplo, os investidores estrangeiros não têm ainda permissão para movimentar ou liquidar os seus ativos russos.


| Mercado laboral norte-americano continuou a recuperar

O crescimento do mercado laboral norte-americano continuou a um ritmo acelerado em março. No terceiro mês do ano foram criados 431 mil postos de trabalho. Este número ficou abaixo dos 490 mil esperados e dos 750 mil do mês anterior, mas mesmo assim é bastante robusto tendo em conta que tem vindo a recuperar de forma consistente já há algum tempo. Para além disto, a taxa de desemprego recuou de 3,8% para 3,6% a mais baixa desde fevereiro de 2020 – níveis pré-pandémicos. A procura em contratar está a ser impulsionada por um declínio acentuado das infeções de Covid-19, o que tem resultado em restrições a removidas por todo o país. Ainda não há sinais de que a guerra Rússia-Ucrânia, que fez subir acentuadamente os preços da gasolina, tenha tido impacto no mercado laboral. Na Zona Euro, dados preliminares apontam para que a inflação da Zona Euro tenha ascendido a 7,5% y/y em março, um novo recorde.

A nível técnico, na última semana não se verificaram alterações significativas no par. Este continuou a lateralizar, em órbita dos $1,10/11. Para o curto prazo poderá vir a verificar-se uma tendência semelhante, entre os $1,09 e $1,12 – 23,6% e 38,2% de retração de fibonacci, respetivamente. Já para o médio prazo o par continua a apresentar uma perspetiva bearish, tendo vindo a registar máximos relativos cada vez mais baixos.


| Preços do petróleo registaram maior queda semanal em quase dois anos


Os preços do petróleo registaram a maior queda semanal em quase dois anos, tendo desvalorizado mais de 10% na última semana. A matéria-prima foi pressionada sobretudo pela decisão de Joe Biden, presidente norte-americano, de recorrer uma vez mais às suas reservas estratégicas de petróleo e libertar um milhão de barris por dia durante seis meses, num novo esforço para conter a subida dos preços do "ouro negro". Os novos "lockdowns" na China, (maior consumidor mundial de petróleo) para fazer face a uma nova onda da Covid-19, suscitam receios quanto à procura, o que também pressionou os preços do crude. A "promessa" de que a Rússia irá reduzir a atividade militar nas proximidades da capital da Ucrânia, Kiev e Chernihiv também contribuiu para as fortes perdas no início da semana. Na reunião de dia 31 de março, a OPEP+ decidiu continuar a seguir o plano previsto de aumento da produção de petróleo, "ignorando" o impacto da guerra na Ucrânia na procura e nos preços da matéria-prima.

Tecnicamente, com as perdas da última semana, o crude volta a apresentar uma perspetiva bearish para o curto-prazo, tendo falhado o teste aos $115 em finais do mês passado. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD que apresenta um forte sinal de venda também contribuiu para esta perspetiva, o que sugere que a matéria-prima poderá continuar a recuar, com o próximo suporte a situar-se nos $95/barril.

| Perspetivas de cessar-fogo no início da semana pressionaram preços do ouro

Os preços do ouro registaram perdas ligeiras semanais, à medida que os investidores digerem as perspetivas de que os principais bancos centrais ponderam uma política monetária mais agressiva para conter o forte aumento da inflação. No início da semana, as perspetivas de que as negociações entre Moscovo e Kiev fossem concluídas com um cessar-fogo, depois de a Rússia ter anunciado que iria retirar parte das tropas junto de Kiev, contribuiu para as perdas semanais do metal-precioso. A valorização do dólar norte-americano no final da semana também pressionaram os preços da matéria-prima.

Com as perdas mais ligeiras, os preços do ouro continuam a apresentar uma perspetiva bearish para o curto-prazo, seguindo a consolidar abaixo dos $1950. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD, que ainda apresenta um sinal de venda, contribuem para esta perspetiva. Deste modo, o ouro deverá realizar um teste aos $1900 no curto-prazo.


As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.

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