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IMF – Inflação norte-americana em máximos de 40 anos; BCE mantém taxas

Banco do Canadá realizou maior subida de taxas em 20 anos; Preços do petróleo registam ganhos semanais de cerca de 5%; Inflação dos EUA e conflito na Ucrânia impulsionam ouro

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| Banco do Canadá realizou maior subida de taxas em 20 anos
Na última semana o Banco do Canadá subiu a sua taxa de juro de referência em 50 pontos base, de 0,5% para 1%. Este corresponde ao maior incremento em duas décadas e segundo a instituição não será o último, à medida que as expectativas de inflação aumentam, em parte devido à guerra na Ucrânia. Para além disto, o Banco revelou que irá permitir que as obrigações que acumulou durante a pandemia se "desdobrassem" à medida que chegavam à maturidade, começando o que é conhecido como "aperto quantitativo". Ambos estes desenvolvimentos já eram esperados pelos mercados, pelo que o dólar canadiano não reagiu de forma significativa ao anúncio. O Banco elevou ainda a sua estimativa de inflação para o primeiro semestre do ano para pouco menos de 6%, em comparação com os 5% previstos em janeiro. Também elevou a previsão para 2022 de 4,2% para 5,3%, culpando a invasão russa da Ucrânia pelo aumento dos preços globais das matérias-primas, custos energéticos e perturbações da cadeia de abastecimento.

A nível técnico, o Eur/Cad tem vindo a recuar desde meados de fevereiro, tendo na última semana atingido mínimos de 2015 nos C$1,350. Os indicadores técnicos apontam para uma tendência mais bearish, sendo esperado que o par continue a recuar no curto-prazo, com o próximo suporte a situar-se nos C$1,30.

| Inflação norte-americana em máximos de 40 anos; BCE mantém taxas
A última semana ficou marcada pela divulgação dos dados da inflação norte-americana no mês de março, que superou as expetativas dos analistas, registando o maior incremento em mais de 16 anos. O índice de preços ao consumidor subiu 1,2% em cadeia no mês passado, o maior ganho mensal desde setembro de 2005. Já face ao período homólogo o incremento foi de 8,5%, acima dos 7,9% do mês anterior e a leitura mais elevada desde 1981, impulsionada pela guerra na Ucrânia que aumenta os custos dos combustíveis, cimentando o caso para uma subida de 50 pontos base da taxa de juro de referência por parte da Fed no próximo mês. Destaque também para a reunião do Banco Central Europeu, tendo a instituição mantido a sua política monetária inalterada na reunião do dia 14, mantendo-se fiel aos planos de remover gradualmente os estímulos extraordinários à medida que a preocupação sobre a inflação recorde superam os receios de recessão resultantes da guerra na Ucrânia. Confirmando a sua orientação anterior, o BCE disse que planeia cortar as compras de ativos (QE), no atual trimestre e acabar com estas em algum momento no terceiro trimestre. Relativamente às taxas de juro, estas permaneceram inalteradas, em 0% e -0,5%, para a de financiamento e depósitos, respetivamente. A instituição indicou que as subidas a estas só deverão ocorrer após o término da compra de ativos e serão graduais. O Euro reagiu em queda à reunião do BCE, recuando para mínimos de abril de 2020.

A nível técnico, o Eur/Usd continua a encontrar-se numa posição frágil. O par não obteve sucesso ao teste que realizou aos $1,12 (38,2% de retração de fibonacci) e acabou por corrigir em baixa. O próximo suporte localizava-se nos $1,080 (23,6% de retração de fibonacci), mas na passada quinta-feira o par acabou por quebrar em baixa este importante nível. O nível psicológico poderá oferecer apoio ao par, mas ainda assim as perspetivas para o curto-prazo continuam a apontar para uma descida.


| Preços do petróleo registam ganhos semanais de cerca de 5%
Os preços do petróleo tinham vindo a recuar desde meados de março, contudo, na última semana a matéria-prima ressaltou, registando ganhos de cerca de 5%. A Agência Internacional de Energia (AIE), reviu significativamente em baixa as previsões da procura mundial de petróleo para este ano, acreditando agora que a procura global será de cerca de 99,4 milhões de barris por dia, menos 260 mil do que tinham previsto há um mês, devido aos lockdowns na China por conter a Covid-19. O alívio de algumas destas restrições em Xangai e o desenrolar do conflito na Ucrânia foram os principais fatores a contribuir para os ganhos da matéria-prima. Destaque também para o plano da AIE, de libertar 120 milhões de barris de crude das suas reservas estratégicas de petróleo nos próximos seis meses (60 milhões dos quais pelos EUA) – além dos 62,7 milhões que já se tinham comprometido a libertar.

Tecnicamente, com os ganhos da última semana, o crude está próximo de inverter a tendência bearish que vinha a apresentar desde finais de março, tendo ressaltado nos $95/barril. Os indicadores técnicos também apoiam esta perspetiva. É esperado que os ganhos continuam no curto-prazo, com a próxima resistência a situar-se nos $100/barril.

| Inflação dos EUA e conflito na Ucrânia impulsionam ouro
Os preços do ouro registaram ganhos de cerca de 1%, atingindo máximos de 1 mês. O metal-precioso foi impulsionado sobretudo pelos desenvolvimentos no conflito da Ucrânia, assim como os dados da inflação norte-americana, que no mês de março atingiu máximos de 40 anos. Os investidores avaliam, assim, o impacto da inflação no futuro da política monetária da Reserva Federal norte-americana. A desvalorização do dólar norte-americano nas últimas sessões da semana também contribuíram para os ganhos do ouro, uma vez que o dólar também beneficia do estatuto de ativo de refúgio.

À semelhança do petróleo, os ganhos desta semana levaram a que o ouro invertesse a tendência mais bearish. O MACD inverteu o sinal de venda, o que contribuiu para uma perspetiva mais bullish da matéria-prima. Deste modo, o ouro deverá dar seguimento aos ganhos, com a próxima resistência a situar-se nos $2000/onça.

As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.
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