Notícia
IMF – Eur/Usd ressaltou com nova variante Covid-19
Franco suíço e euro beneficiaram do aparecimento de nova variante Covid-19; Fed poderá acelerar “tapering”?; Crude renovou mínimos de 2 meses depois de queda de mais de 10%; Perspetivas de retirada de estímulos pela Fed pressionaram o ouro
29 de Novembro de 2021 às 11:15
| Franco suíço renovou máximos de 2015 com nova variante Covid-19 e dados do PIB
O franco suíço tem vindo a apresentar ganhos robustos na segunda metade do ano, tendo na sexta-feira renovado máximos de 2015 face ao euro. Nas últimas semanas a moeda tem beneficiado particularmente do seu estatuto de ativo de refúgio, numa altura em que o número de infeções por Covid-19 continua a aumentar um pouco por todo o mundo, principalmente na Europa. O do aparecimento de uma nova variante de Covid-19 na África do Sul acabou por potenciar ainda mais os ganhos da moeda. Os dados são escassos até ao momento, sendo que as previsões sobre o futuro desta continuam a ser especulativas. No entanto, as reações iniciais não são nada positivas, tendo já a agência de saúde britânica alertado que esta poderá ser a variante mais perigosa divulgada até ao momento. Voltando o foco para lá da pandemia, na sexta-feira foram também revelados os dados do PIB suíço. A economia cresceu 1,7% em cadeia no terceiro trimestre, número que, apesar de ter ficado aquém dos 1,8% dos três meses anteriores e dos 2% esperados, continua a indicar um crescimento sólido. Os números foram impulsionados pelo facto de durante o Verão a maioria das restrições ter sido levadas ou consideravelmente relaxadas, resultando com que a principal fatia do crescimento tivesse origem nos setores mais afetados pela pandemia (i.e., restauração, turismo). Com este crescimento a economia suíça encontra-se já acima dos níveis pré-pandémicos de 2019. Não obstante, é importante fazer a ressalva que a situação pandémica tem vindo a piorar consideravelmente desde setembro, pelo que as perspetivas para os últimos três meses do ano não são tão otimistas. Até ao momento o governo suíço ainda não reimpôs restrições, mas isso pode mudar no futuro.
A nível cambial, o Eur/Chf transaciona com uma tendência de queda desde meados de 2018, à medida que acompanha o movimento do canal de tendência descendente (vermelho tracejado). Atualmente, o par testa níveis abaixo do suporte dos 1,05 francos, pelo que poderá abrir caminho para uma descida até aos 1,03 francos no curto-prazo.
| Eur/Usd ressaltou com nova variante Covid-19; Fed poderá acelerar "tapering"?
Esperava-se que o final da última semana fosse "calmo", tendo em conta a celebração do Dia de Ação de Graças nos EUA na quinta-feira e consequente "ponte" para vários investidores na sexta-feira. Contudo, o aparecimento da nova variante de Covid-19 (ver texto acima) acabou por resultar em movimentos bruscos nos mercados. Destaque para o Eur/Usd, que ressaltou na sexta-feira, o suficiente para reverter as perdas dos dias anteriores e encerrar a semana com uma variação praticamente nula depois de ter estabelecido na terça-feira um novo mínimo de 16 meses, abaixo de $1.12. Vale a pena destacar a recondução de Powell à frente da FED, que tem sido vista como um sinal de que as taxas de juro do dólar podem subir mais depressa. Nas minutas da reunião da Fed observou-se a predisposição do Comité de remover os estímulos monetários a um ritmo mais rápido de forma a manter a inflação sob controlo. É importante notar que esta reunião ocorreu antes da divulgação dos mais recentes dados da inflação, que pioraram consideravelmente, tendo os preços subido 5% de forma homóloga em outubro – a leitura mais elevada desde 1990. Como tal, os mercados financeiros descontam uma probabilidade cada vez mais elevada de uma aceleração do processo de tapering da reunião de dezembro. Mas as minutas também refletem uma reunião que não tinha a informação acerca da nova variante e, se esta se mostrar mesmo perigosa, quando chegar aos EUA pode obrigar a FED a repensar a estratégia.
Mesmo com os ganhos de sexta-feira, o Eur/Usd continua a apresentar uma perspetiva bearish para o longo-prazo. O suporte dos $1,1170 provou ser robusto no passado, pelo que o ressalto em curso poderá chegar a $1.14 ou $1.15. No entanto, para o médio/longo prazo, continua a ser esperada uma descida do par, principalmente tendo em conta o facto de que quebrou em recentemente em baixa a linha de tendência descendente (vermelho tracejado).
| Crude caiu mais de 10% e renovou mínimos de 2 meses
Pela quinta semana consecutiva, os preços do petróleo registaram uma variação negativa. Desta vez a queda rondou os 10%, quase toda concentrada na sexta-feira. As condições de base para os preços tornaram-se mais adversas já que os Estados Unidos anunciaram que irão recorrer a 50 milhões de barris das suas reservas estratégicas de petróleo, em conjunto com a China, Japão, Índia, Coreia do Sul e Reino Unido, na tentativa de moderarem as altas cotações. Contudo, este volume ficou abaixo das expectativas do mercado, o que contribuiu para os ganhos do "ouro negro" no início da semana. Apesar destes ganhos iniciais, as notícias de que uma nova variante da Covid-19 apareceu na África do Sul e que poderá ser mais resistente às vacinas e desencadear novos confinamentos e restrições em todo o mundo, foi o principal fator a pressionar os preços do petróleo, que recuaram mais de 10% só na sexta-feira. Na próxima quinta-feira, a OPEP irá reunir para debater um eventual aumento na oferta, considerando, no entanto, que aceder a reservas estratégicas poderá fazer com que exista um excesso de crude no próximo ano.
Tecnicamente, com as perdas das últimas semanas, o crude intensificou a perspetiva bearish, à medida que atinge mínimos de 2 meses. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD suportam esta mudança na perspetiva, uma vez que apresenta um forte sinal de "venda". Os preços do "ouro negro" seguem assim a testar já níveis abaixo dos $70.
| Perspetivas de retirada de estímulos pela Fed pressionam ouro
O ouro registou uma semana com variação negativa, tendo recuado mais de 1%. No início da semana, os preços do ouro foram pressionados sobretudo pela recondução de Jerome Powell enquanto presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, e pelas declarações de vários membros da Fed, de que a retirada de estímulos monetários deve ser mais rápida. A evolução do ouro tem tido correlação com os movimentos nas taxas de juro reais. Contudo, o agravamento da situação pandémica na Europa e a propagação da variante da Covid-19, que apareceu na África do Sul, intensificaram a atratividade do ouro como ativo de refúgio e limitaram quedas semanais mais expressivas do metal precioso.
Tecnicamente, com as perdas desta semana, o ouro apresenta uma perspetiva mais bearish para o curto-prazo, à medida que segue a testar níveis abaixo dos $1800. Os indicadores técnicos suportam esta perspetiva, com o MACD a apresentar um forte sinal de venda. Deste modo, é esperado que os preços do ouro consolidem abaixo dos níveis atuais, com o próximo suporte a situar-se nos $1750.
As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.
O franco suíço tem vindo a apresentar ganhos robustos na segunda metade do ano, tendo na sexta-feira renovado máximos de 2015 face ao euro. Nas últimas semanas a moeda tem beneficiado particularmente do seu estatuto de ativo de refúgio, numa altura em que o número de infeções por Covid-19 continua a aumentar um pouco por todo o mundo, principalmente na Europa. O do aparecimento de uma nova variante de Covid-19 na África do Sul acabou por potenciar ainda mais os ganhos da moeda. Os dados são escassos até ao momento, sendo que as previsões sobre o futuro desta continuam a ser especulativas. No entanto, as reações iniciais não são nada positivas, tendo já a agência de saúde britânica alertado que esta poderá ser a variante mais perigosa divulgada até ao momento. Voltando o foco para lá da pandemia, na sexta-feira foram também revelados os dados do PIB suíço. A economia cresceu 1,7% em cadeia no terceiro trimestre, número que, apesar de ter ficado aquém dos 1,8% dos três meses anteriores e dos 2% esperados, continua a indicar um crescimento sólido. Os números foram impulsionados pelo facto de durante o Verão a maioria das restrições ter sido levadas ou consideravelmente relaxadas, resultando com que a principal fatia do crescimento tivesse origem nos setores mais afetados pela pandemia (i.e., restauração, turismo). Com este crescimento a economia suíça encontra-se já acima dos níveis pré-pandémicos de 2019. Não obstante, é importante fazer a ressalva que a situação pandémica tem vindo a piorar consideravelmente desde setembro, pelo que as perspetivas para os últimos três meses do ano não são tão otimistas. Até ao momento o governo suíço ainda não reimpôs restrições, mas isso pode mudar no futuro.
| Eur/Usd ressaltou com nova variante Covid-19; Fed poderá acelerar "tapering"?
Esperava-se que o final da última semana fosse "calmo", tendo em conta a celebração do Dia de Ação de Graças nos EUA na quinta-feira e consequente "ponte" para vários investidores na sexta-feira. Contudo, o aparecimento da nova variante de Covid-19 (ver texto acima) acabou por resultar em movimentos bruscos nos mercados. Destaque para o Eur/Usd, que ressaltou na sexta-feira, o suficiente para reverter as perdas dos dias anteriores e encerrar a semana com uma variação praticamente nula depois de ter estabelecido na terça-feira um novo mínimo de 16 meses, abaixo de $1.12. Vale a pena destacar a recondução de Powell à frente da FED, que tem sido vista como um sinal de que as taxas de juro do dólar podem subir mais depressa. Nas minutas da reunião da Fed observou-se a predisposição do Comité de remover os estímulos monetários a um ritmo mais rápido de forma a manter a inflação sob controlo. É importante notar que esta reunião ocorreu antes da divulgação dos mais recentes dados da inflação, que pioraram consideravelmente, tendo os preços subido 5% de forma homóloga em outubro – a leitura mais elevada desde 1990. Como tal, os mercados financeiros descontam uma probabilidade cada vez mais elevada de uma aceleração do processo de tapering da reunião de dezembro. Mas as minutas também refletem uma reunião que não tinha a informação acerca da nova variante e, se esta se mostrar mesmo perigosa, quando chegar aos EUA pode obrigar a FED a repensar a estratégia.
Mesmo com os ganhos de sexta-feira, o Eur/Usd continua a apresentar uma perspetiva bearish para o longo-prazo. O suporte dos $1,1170 provou ser robusto no passado, pelo que o ressalto em curso poderá chegar a $1.14 ou $1.15. No entanto, para o médio/longo prazo, continua a ser esperada uma descida do par, principalmente tendo em conta o facto de que quebrou em recentemente em baixa a linha de tendência descendente (vermelho tracejado).
| Crude caiu mais de 10% e renovou mínimos de 2 meses
Pela quinta semana consecutiva, os preços do petróleo registaram uma variação negativa. Desta vez a queda rondou os 10%, quase toda concentrada na sexta-feira. As condições de base para os preços tornaram-se mais adversas já que os Estados Unidos anunciaram que irão recorrer a 50 milhões de barris das suas reservas estratégicas de petróleo, em conjunto com a China, Japão, Índia, Coreia do Sul e Reino Unido, na tentativa de moderarem as altas cotações. Contudo, este volume ficou abaixo das expectativas do mercado, o que contribuiu para os ganhos do "ouro negro" no início da semana. Apesar destes ganhos iniciais, as notícias de que uma nova variante da Covid-19 apareceu na África do Sul e que poderá ser mais resistente às vacinas e desencadear novos confinamentos e restrições em todo o mundo, foi o principal fator a pressionar os preços do petróleo, que recuaram mais de 10% só na sexta-feira. Na próxima quinta-feira, a OPEP irá reunir para debater um eventual aumento na oferta, considerando, no entanto, que aceder a reservas estratégicas poderá fazer com que exista um excesso de crude no próximo ano.
Tecnicamente, com as perdas das últimas semanas, o crude intensificou a perspetiva bearish, à medida que atinge mínimos de 2 meses. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD suportam esta mudança na perspetiva, uma vez que apresenta um forte sinal de "venda". Os preços do "ouro negro" seguem assim a testar já níveis abaixo dos $70.
| Perspetivas de retirada de estímulos pela Fed pressionam ouro
O ouro registou uma semana com variação negativa, tendo recuado mais de 1%. No início da semana, os preços do ouro foram pressionados sobretudo pela recondução de Jerome Powell enquanto presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, e pelas declarações de vários membros da Fed, de que a retirada de estímulos monetários deve ser mais rápida. A evolução do ouro tem tido correlação com os movimentos nas taxas de juro reais. Contudo, o agravamento da situação pandémica na Europa e a propagação da variante da Covid-19, que apareceu na África do Sul, intensificaram a atratividade do ouro como ativo de refúgio e limitaram quedas semanais mais expressivas do metal precioso.
Tecnicamente, com as perdas desta semana, o ouro apresenta uma perspetiva mais bearish para o curto-prazo, à medida que segue a testar níveis abaixo dos $1800. Os indicadores técnicos suportam esta perspetiva, com o MACD a apresentar um forte sinal de venda. Deste modo, é esperado que os preços do ouro consolidem abaixo dos níveis atuais, com o próximo suporte a situar-se nos $1750.
As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.