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IMF – Conjunto de dados robusto cria algum otimismo, mas 2ª vaga de Covid-19 é uma ameaça

Economia nipónica deverá cair ao maior ritmo em décadas; Conjunto de dados robusto cria algum otimismo, mas 2ª vaga de Covid-19 é uma ameaça; Croácia e Bulgária poderão entrar no euro; Covid-19, alerta da EIA e aumento dos stocks de crude pressionam preços; Aumento da aversão ao risco impulsiona o ouro para máximos de quase 9 anos

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Economia nipónica deverá cair ao maior ritmo em décadas

O Covid-19 está a deixar a sua marca nas economias um pouco por todo o mundo e o Japão não é exceção. Primeiramente, o BoJ reviu em baixa as suas previsões do crescimento do PIB para todas as regiões do país pelo segundo trimestre consecutivo, com quedas no consumo e produção, principalmente automóvel, a colocar pressão. O Banco Central indicou que todas as regiões do país estão a "piorar" ou em estado "severo". Posteriormente, uma sondagem conduzida pela Reuters veio reforçar esta perspetiva, indicando que a terceira maior economia mundial irá contrair ao ritmo mais elevado em décadas. Prevê-se uma contração de 5.3% neste ano fiscal, seguida de uma recuperação de 3.3% no próximo ano. A economia crescerá a um ritmo anualizado de 10,0% no atual trimestre, depois de ter encolhido 23,9% no segundo trimestre encerrado em junho, segundo a sondagem. Uma grande parte dos inquiridos prevê que o próximo passo do BoJ seja uma expansão dos estímulos, mas não vêm a pandemia a desencadear uma crise na banca. Dois terços dos economistas esperam que o Japão amplie o seu próximo pacote de estímulos neste ano. É de notar que Tóquio apresentou, até ao momento, dois pacotes de estímulos, totalizando $2.2 biliões.

Tecnicamente, o Eur/Jpy voltou a falhar o teste aos 61.8% de retração de fibonacci (122 ienes), acabando por corrigir em baixa. No entanto, os 50% (120.6 ienes) ofereceram suporte e colocaram em pausa as perdas. Damos enfâse em "pausa", visto que os indicadores técnicos continuam a apontar para uma quebra a este nível, tendo os 38.2% (119 ienes) como próximo suporte.


Croácia e Bulgária poderão entrar no euro

Ao longo da última semana foi possível verificar um padrão curioso. Por um lado, um conjunto de dados macroeconómicos a nível e europeu e norte-americano (principalmente sobre o mercado laboral) alimentaram ainda mais a perspetiva de que o pior do impacto da pandemia já ficou para trás e que uma recuperação já se encontra em curso. Por outro, um pouco por todo o mundo, mas em especial nos EUA, está a ser verificado um ressurgimento acentuado do número de infeções de Covid-19, tendo na passada sexta-feira sido registados mais de 60 mil novos casos na maior economia do mundo – um novo máximo diário. Esta aceleração poderá indicar a possibilidade de uma segunda vaga do vírus, se tal já não começou. Assim, apesar dos dados animadores, a recuperação económica poderá ser consideravelmente mais lenta do que o inicialmente previsto, com vários Estados norte-americanos a voltar a impor medidas de confinamento, o que deverá pesar no consumo e no mercado laboral. Passando agora o foco para o continente europeu, existem relatos de que as autoridades da ZE estão prontas para permitir que a Croácia e a Bulgária entre no mecanismo ERM-2 – um estado preliminar para a adoção da moeda única. É de notar que após os países entrarem no ERM-2, permanecem no mecanismo por cerca de dois anos antes de iniciarem os preparativos práticos para ingressarem na ZE, um processo que dura aproximadamente mais um ano, tornando 2023 o primeiro ano para possível adesão ao euro. A confirmar-se, a medida abrirá caminho para a primeira expansão da ZE desde 2015, quando a Lituânia aderiu ao bloco monetário, que conta agora com 19 membros. Esta semana (quinta-feira) irá decorrer a reunião de política monetária do BCE, tendo a presidente Christine Lagarde, já sinalizado que não deverão ser realizadas alterações, devendo estar o Banco a adotar uma postura de "aguardar para ver".

Tecnicamente, o Eur/Usd quebrou em alta a resistência dos $1.13. No entanto, os ganhos foram temporários e o par volta a recuar para torno deste nível. O par segue assim a lateralizar entre os 61.8% e 100% de retração de fibonacci ($1.115 e $1.14) durante o último mês e meio. O MACD começa a apresentar um sinal nulo, sugerindo que o par deverá permanecer neste intervalo no curto-prazo.


Covid-19, alerta da EIA e aumento dos inventários de crude pressionam preços

O crude encerrou a semana com uma variação negativa. A queda dos preços da matéria-prima ocorreu, em grande parte, devido ao contínuo aumento do número de casos de Covid-19, principalmente nos EUA, com os investidores a temer que novos bloqueios possam voltar a prejudicar o consumo de combustível no país. Estes receios foram repercutidos pela EIA que, apesar de rever em alta as suas previsões da procura para este ano em 400 mil barris, para 92,1 milhões, alertou que a propagação do Covid-19 representa um risco para as mesmas. As indicações de que a Líbia irá reabrir o seu terminal e o aumento inesperado dos inventários de crude nos EUA (5,7 milhões de barris na semana terminada a 3 de julho) também contribui para o sentimento negativo.

Tecnicamente, após os ganhos de abril e maio, as perspetivas para o crude começam cada vez mais a dissipar-se. Por um lado, a matéria-prima quebrou o limite inferior do canal ascendente no qual transacionava nos últimos meses. Por outro, tem vindo a testar os $40 nas últimas semanas, mas ainda não conseguiu obter sucesso na quebra. O MACD inverteu o sinal de compra o que poderá sinalizar uma correção em baixa no curtíssimo-prazo. Não obstante, as perdas poderão ser temporárias, visto que os $36 tem oferecido amplo suporte ao ouro negro, podendo vir a verificar-se uma lateralização entre este nível e os $40 no curto-prazo.


Aumento da aversão ao risco impulsiona o ouro para máximos de quase 9 anos

À semelhança do petróleo, a propagação do Covid-19 ditou o movimento do ouro na última semana. O metal precioso, um dos principais ativos de refúgio, beneficiou do aumento da aversão ao risco, disparando para novos máximos de quase 9 anos, acima dos $1800/onça.

A nível técnico, após passar os últimos messes a consolidar entre os $1670 e os $1750, o metal quebrou em alta o limite superior deste intervalo e segue agora a testar a resistência dos $1800. Os indicadores técnicos começam a fornecer ligeiros sinais compra, o que poderá sinalizar uma quebra à referida resistência e um teste aos $1900 no curto/médio-prazo.

As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.

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