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Prémio do seguro de vida

As seguradoras são cada vez mais «rigorosas» a avaliar os riscos dos candidatos nos seguros de vida, o que pode impedir o acesso ao crédito à habitação.

21 de Abril de 2006 às 13:59
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Na hora de avaliar os riscos oferecidos pelos candidatos ao seguro de vida e de calcular o prémio, as seguradoras são verdadeiramente minuciosas. Índice de massa corporal, hábitos tabágicos, ingestão de álcool fora das refeições, antecedentes familiares, entre outros, são factores que podem dar origem a um agravamento no prémio e, no limite, à recusa do seguro. Na prática, isto significa que, por exemplo, um obeso ou um diabético pode ser impedido de recorrer a um crédito à habitação, para o qual é necessário contratar um seguro de vida.

Diagnóstico de risco

- No passado, várias seguradoras cobravam prémios diferentes em função do sexo do segurado. No entanto, uma directiva europeia veio proibir este tipo de discriminação. Já a idade é sempre levada em conta, a menos que se trate de seguros com prémios nivelados, criados exclusivamente para garantir créditos hipotecários. Para avaliar a situação clínica do candidato, as seguradoras recorrem a questionários onde, entre outros, constam os seguintes itens. O índice de massa corporal (estabelece uma relação entre o peso e a altura) permite determinar a obesidade ou magreza de um indivíduo. Pessoas demasiado gordas ou magras oferecem risco de doença, como a hipertensão, os problemas cardiovasculares, a diabetes, etc., pelo que lhes são aplicados agravamentos até 300% (caso da Império Bonança). Se o consumidor ficar muito abaixo ou acima dos valores considerados normais, o seguro poderá ser-lhe recusado.

- O tabaco é causa de morte, pelo que não é de estranhar que o questionário pergunte quantos cigarros são consumidos diariamente. Em função da resposta, as seguradoras poderão aplicar logo um agravamento ou analisar este risco em conjunto com outros problemas clínicos. A maioria das seguradoras permite um máximo de 20 cigarros por dia, mas, de acordo com cartas que recebemos dos nossos leitores, a Eurovida agrava o prémio a partir de 10 cigarros.

Entre 20 e 40 cigarros, o agravamento médio é de 30 por cento. Porém, na Liberty é possível atingir 175 por cento.

- O consumo de bebidas alcoólicas, que pode dar origem, por exemplo, a problemas do sistema nervoso ou gastrointestinais, também é questionado. Em função da resposta, a seguradora poderá exigir exames complementares.

- Quanto mais elevada for a tensão arterial, maior será o risco de doenças cardiovasculares. Para valores acima de 14/9, o prémio é agravado em função da seriedade do problema.

Critérios subjectivos

- Existe ainda um conjunto de factores que não é possível determinar à partida como se reflectirão no prémio. Tudo dependerá do quadro clínico geral. O candidato terá de indicar o seu historial clínico, por exemplo, se já sofreu de doenças respiratórias, nervosas, de pele, do fígado ou do sangue. Se a resposta for afirmativa para alguma questão, deverá descrever detalhadamente a doença, os órgãos atingidos e os tratamentos necessários para a cura. A seguradora excluirá, então, da apólice todos os sinistros relacionados com tal problema. Em alguns casos, poderá até recusar a contratação do seguro.

- A maioria das seguradoras diz agravar o prémio apenas face a desportos considerados perigosos: montanhismo, pára-quedismo, espeleologia (exploração de grutas), etc. Mas o sedentarismo também pode ser uma agravante, em conjunto com outros factores de risco (por exemplo, doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes).

- Para evitar abusos, foi criada legislação que proíbe as seguradoras de utilizarem informação genética ou de solicitarem testes genéticos para aceitar ou recusar um seguro de vida ou para calcular o prémio. Mas todas as companhias exigem saber os antecedentes familiares. Diabetes, epilepsia, doenças oncológicas, problemas cardiovasculares? o candidato deve indicar se algum familiar sofre ou já sofreu de uma destas doenças e qual o grau de parentesco. Acontece que a lei também considera estes dados informação genética.

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