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Investir na medicina estética

O desenvolvimento de métodos menos invasivos está a democratizar os tratamentos médicos de estética. Haverá empresas cotadas a lucrar com este mercado e suficientemente atrativas para investir?

29 de Agosto de 2017 às 10:12
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Um mercado apetecível

Em 2015, o volume de negócios do setor da medicina estética aumentou 8,2 %, a nível mundial. E prevê-se que continue a crescer quase 9 % ao ano, em média, até 2020, impulsionado principalmente pela maior procura na Ásia e o sucesso de novas técnicas não-invasivas. Os novos métodos não implicam procedimentos cirúrgicos, como os "liftings" ou os implantes mamários, que pressupõem sempre alguns riscos: basta recordar o escândalo em França com roturas de implantes mamários defeituosos. Além disso, permitem corrigir muitas imperfeições do corpo a um nível muito fino (quase um Photoshop da vida real). O mercado está dominado por injetáveis como a toxina botulínica (o famoso Botox) ou o ácido hialurónico. Está-se a desenvolver também uma gama de produtos de cosmética médica, no cruzamento entre a cosmética e o tratamento farmacêutico, que estão apenas disponíveis para profissionais de saúde, como os dermatologistas e os médicos de medicina estética.

Atores principais

Há várias empresas neste mercado de dimensão relativamente modesta que não estão cotadas em bolsa, como o laboratório francês Pierre Fabre. Entre os grupos cotados, dois são particularmente relevantes.

- Allergan (manter; Nova Iorque; 245,85 dólares), empresa irlandesa fabricante do conhecido antirrugas Botox, que através de diversas aquisições construiu uma carteira de produtos bem diversificada (médico-estética, dermatologia, oftalmologia, saúde feminina e outros). No final de 2015, a Allergan foi alvo de uma tentativa (falhada) de aquisição pela farmacêutica Pfizer que pretendia impulsionar o seu crescimento (e também por motivos fiscais). Com a venda do seu negócio de genéricos à israelita Teva Pharma, a Allergan obteve os meios financeiros que necessitava para aquisições, das quais dependerá o seu crescimento futuro.

- Ipsen (vender; Paris; 116,35 euros) comercializa o Dysport (batizado Azzalure nas indicações estéticas), uma toxina botulínica concorrente do Botox. O grupo está também presente na oncologia, gastrenterologia e endocrinologia. Nos últimos anos, a Ipsen converteu a sua carteira de fármacos de medicina geral (impactados pela concorrência dos genéricos e baixa dos preços) em medicina de especialidade. Contudo, tem alguns pontos fracos. A sua carteira está muito concentrada, com três produtos a representarem 70 % das vendas totais do grupo. E tem pouca presença nos EUA, o maior mercado do mundo, onde realiza apenas 11 % das suas vendas.

Outros intervenientes

- Johnson & Johnson (manter; Nova Iorque; 132,60 dólares) vende materiais e equipamento aos cirurgiões estéticos, mas comercializa igualmente produtos de consumo para o grande público de cuidados da pele (Neutrogena). Em 2008, o grupo adquiriu a Mentor, especialista em implantes mamários. Em 2016, comprou a NeoStrata (dermocosméticos).

- Nestlé (manter; Zurique; 84 francos suíços), o gigante do setor alimentar procura desenvolver soluções médicas para a saúde da pele. Além de ter recomprado a sua participação na L'Oréal, a Nestlé detém na totalidade o grupo Galderma. Por sua vez, este especialista em dermatologia estética e corretiva, que comercializa o Azzlure da Ipsen (sob licença), adquiriu em 2011 a empresa sueca Q-Med, na altura a segunda maior do setor europeu de medicina estética.

- L'Oréal (vender; Paris; 184,15 euros), que apesar de ter vendido a sua participação na Galderma, continua a ser o líder mundial nos produtos de beleza e cosmética para o público e para os profissionais da estética (fora do contexto médico). Beneficia do forte crescimento da tendência dos cuidados antienvelhecimento, inspirada nas técnicas da medicina estética.


Este artigo foi redigido ao abrigo do novo acordo ortográfico.


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