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Financiamento automóvel: Ajudamos a poupar na prestação

O "leasing" é a opção mais barata para comprar carro. No nosso cenário, poupa, pelo menos, 300 euros por ano face ao crédito automóvel.

30 de Novembro de 2015 às 11:49
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Casa, carro e computador: eis talvez a trilogia das grandes aspirações materiais dos portugueses, por ordem decrescente de importância e preço, mas todas a exigir, em boa parte dos casos, recurso ao crédito. Senão, vejamos. Entre julho do ano passado e o mesmo mês de 2015, o financiamento de veículos novos através de crédito automóvel aumentou quase 50% em número de contratos e montante envolvido. No caso do ALD e do "leasing", o crescimento foi da ordem dos 15 por cento.

Para ajudar os nossos leitores, analisamos periodicamente as condições exigidas para a concessão dos empréstimos que permitem concretizar tais objetivos. No presente artigo, destacamos as soluções para financiar a compra de automóvel. Fizemos os cálculos para um empréstimo de 14 .500 euros, a pagar em 48 meses, e o Banco BiG surgiu como a melhor opção, tanto no "leasing" como no crédito automóvel. Com a primeira modalidade, poupa, pelo menos, 300 euros por ano se seguir os nossos conselhos. Em www.deco.proteste.pt/financiamento- auto, teste o simulador e encontre uma solução à medida do seu caso.

Proprietário ou não, eis a questão
O crédito automóvel é sobretudo comercializado por bancos. Mas algumas instituições financeiras associadas a fabricantes também o disponibilizam. É o caso da BMW Financial Services. Estas entidades encontram-se, no entanto, vocacionadas para financiar a aquisição de veículos das marcas que representam. Com a exceção da mesma BMW Financial Services, todas exigem a reserva de propriedade em seu nome. Isso não significa que o carro pertença à entidade que empresta: a propriedade é sempre do consumidor. No crédito automóvel, é também normal assinar uma livrança em branco como garantia de pagamento. Por vezes, é ainda pedido um aval (Banco BiG) ou a hipoteca do automóvel (BMW Financial Services e Santander Totta). Tudo depende de uma análise caso a caso.

No "leasing" e no ALD, outras duas formas de financiamento, o automóvel é comprado pela instituição financeira e alugado ao consumidor mediante o pagamento de uma mensalidade. Como contrapartida da "perda" da propriedade, pode aceder a taxas de juro, em geral, mais baixas. O ALD e o "leasing" têm ainda a vantagem, face ao crédito, de isentarem de imposto de selo sobre a abertura do processo e sobre os juros do empréstimo. As diferenças entre ambas as opções são mínimas. A principal reside na obrigação, ao abrigo do ALD, de o consumidor comprar o automóvel no término do contrato, pagando o chamado valor residual, até 2% do valor do veículo. No "leasing", não existe esta exigência e, no final, o consumidor pode firmar um novo contrato relativo a outro automóvel.

Verifique sempre o contrato 
A cada trimestre, o Banco de Portugal publica os valores máximos das TAEG que podem ser cobradas nos empréstimos durante os três meses seguintes. Entre julho e setembro de 2015, os limites legais foram de 6,6% para carros novos adquiridos por ALD ou "leasing" e 8,1% para usados; 10,7% para automóveis novos a crédito e 13,4% no caso de usados. Como referimos em vários estudos, muitos dos máximos aplicados, em certas combinações de prazo e montante, ultrapassam os valores permitidos por lei. As instituições afirmam estar conscientes de tal situação e que o máximo acaba por ser ajustado em função do limite permitido, de forma a cumprir a lei. Ainda assim, certifique-se de que a taxa efetiva prevista no seu contrato não ultrapassa os máximos definidos pelo Banco de Portugal.
Tal como no crédito automóvel, a assinatura de uma livrança em branco é uma garantia frequente no "leasing" e no ALD. Todas as instituições que participaram no nosso estudo disseram exigi-la. Quanto a garantias adicionais, apenas o Banco BiG afirmou poder solicitar um aval.

Qualquer que seja a forma de financiamento escolhida, não há volta a dar: o imposto único de circulação e a inspeção periódica do automóvel ficam sempre a cargo do consumidor.

Entre 1.250 euros e o infinito
No âmbito do crédito automóvel, os bancos e demais instituições estão dispostos a emprestar a partir de um montante mínimo, que vai de 1.250 euros no Banco Credibom a 5.000 euros na BMW Financial Services. Quanto a máximos, dependem de uma análise de cada situação, embora, as mais das vezes, corresponda ao preço do automóvel.

No "leasing" e no ALD, o mínimo oscila entre os 2.500 e os 5.000 euros na generalidade das instituições e o máximo depende sempre do preço do veículo.

Nestas formas de financiamento, em que o consumidor não é o proprietário, por vezes, é exigida uma entrada. O Banco BiG pede, pelo menos, 25% do valor do veículo e o Montepio Crédito e o Santander Totta debitam, no mínimo, o equivalente a uma renda. Mas também há instituições que impõem máximos ao valor da entrada. No Santander Totta e no Banco Credibom, por exemplo, não pode ir além de 60% do preço do automóvel e, na BMW Financial Services e no Banco BiG, o máximo é de 65 por cento.

Grão a grão, aumentam os custos
O contrato de financiamento tem vários custos iniciais associados. No crédito automóvel, entre reserva de propriedade e despesas de dossiê, os encargos vão de 130 euros no Banco BiG a 643,60 euros no Banco Credibom.

No final do contrato, a anulação da reserva de propriedade custa 39,88 euros no Santander Totta, 51,66 euros na FCA Capital, 60 euros no Montepio Crédito e 178 euros na BMW Financial Services. Alguns bancos aplicam ainda, todos os meses, uma comissão pela cobrança da prestação. Por exemplo, o Santander Totta debita 6,03 euros, o que encarece bastante o financiamento.

No "leasing" e no ALD, todas as instituições que nos responderam praticam despesas de dossiê. Os valores oscilam entre 153,75 euros no Banco BiG e 615 euros na FCA Capital. Quanto aos encargos mensais de cobrança das rendas, podem variar muito e atingem, por vezes, valores elevados. Por exemplo, o Banco Credibom cobra até 5 euros, o Millennium bcp exige 5,25 euros e o Santander Totta debita 5,57 euros.

Como, durante o contrato, a propriedade pertence à locadora, no final, é necessário proceder à transmissão para o consumidor, se este optar por ficar com o veículo. O Banco BiG e o Banco BPI nada cobram, mas a concorrência não se faz rogada. Os montantes praticados podem ir de 41,05 euros no Santander Totta a 229,08 euros no Banco Credibom.

Todos estes custos estão incluídos na taxa anual efetiva de encargos global (TAEG).

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Não quero ser o dono
O "leasing" e o ALD têm as taxas de juro mais baratas. E no final do contrato, se pagar o valor residual (por exemplo, 2%), fica com o carro. No "leasing", pode abdicar do veículo ou fazer um financiamento sobre uma nova viatura.

Faço questão de ser o dono
Apenas o crédito automóvel lhe dá a possibilidade de ser proprietário desde o início. A nossa Escolha Acertada permite poupar cerca de 30 euros por mês em relação à proposta mais cara nesta categoria.
Estratégias para negociar
Independentemente da forma de financiamento, todas as instituições disponibilizam taxas de juro variáveis ou fixas, sendo que, em regra, as primeiras atingem valores um pouco mais reduzidos. No crédito automóvel, podem ir da Euribor a 3 meses mais um "spread" de 3,918% a uma taxa fixa de 11,9%: ambos os limites do intervalo são cobrados pelo Banco Credibom. No "leasing" e no ALD, verificam-se valores mais baixos, que variam entre a Euribor a 3 meses com um "spread" de 3,518%, no Banco Credibom, e a Euribor a 6 meses mais um "spread" de 8,5%, no Santander Totta. Nas instituições ligadas a marcas, é possível encontrar determinadas campanhas com taxas nominais mais em conta, que podem baixar até zero.

A partir das taxas nominais e dos custos aplicados pelas instituições, que, pela sua variedade, podem confundir o consumidor, calculámos a TAEG e a prestação mensal para o cenário de um automóvel novo, com financiamento de 14.500 euros, a pagar em 48 meses. As propostas analisadas encontram-se no quadro, por ordem crescente da TAEG máxima, a taxa que, ao refletir o custo do crédito, permite comparar de forma rigorosa. O Banco BiG destacou-se em todas as modalidades com os valores mais reduzidos.

Mas deve encarar a nossa Escolha Acertada como um ponto de partida para negociar. A primeira coisa a fazer é encontrar o "stand" que vende o automóvel ao melhor preço. Um valor mais elevado pode deitar por terra os ganhos obtidos com a negociação do financiamento. Depois, já com o preço acertado, siga para a entidade financiadora. Comece pelo seu banco. Pode recorrer a argumentos como a antiguidade e o número e valor de produtos ou serviços já contratados. Uma boa estratégia é pedir simulações junto de outras instituições e apresentá-las na negociação. Se dispuser de uma aplicação financeira de valor igual ou superior ao do financiamento, e estiver disposto a mantê-la "congelada" pelo período do contrato, pode abater alguns pontos à taxa.

Se não tiver argumentos para baixar o juro, considere o crédito pessoal sem finalidade específica. Normalmente, é mais caro do que o crédito automóvel, mas pode ser competitivo face às taxas mais elevadas praticadas no âmbito do financiamento específico.

Não se esqueça ainda de que, no "leasing" e no ALD, como o automóvel é propriedade da locadora, é exigido um seguro com as coberturas de danos próprios e responsabilidade civil com capital de 50 milhões de euros, em vez dos seis milhões obrigatórios. Por princípio, aconselhamos a cobertura de danos próprios para automóveis que tenham até quatro anos de matrícula. Mas, se não optar pelo "leasing" nem pelo ALD e tais coberturas não lhe interessarem, pode poupar uma quantia significativa.


O nosso estudo
Onze instituições de crédito analisadas
Enviámos questionários a 23 bancos, dos quais seis disseram comercializar produtos específicos de financiamento automóvel (crédito e/ou "leasing" ou ALD). O ActivoBank encaminhou-nos para o respetivo crédito sem finalidade específica. Para complementar o estudo, investigámos as condições de outras instituições de crédito, algumas associadas a marcas de automóveis. Assim, enviámos questionários a 28 instituições e cinco afirmaram dispor também de produtos específicos de crédito e/ou "leasing" ou ALD.  Desta vez, deixámos de fora da análise as opções de financiamento através do "renting".
Este artigo foi redigido ao abrigo do novo acordo ortográfico.

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