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Web Summit: Os quatro cantos do mundo reunidos num só cantinho
No Web Summit, estão representados mais de 160 países. Caminhando pelos corredores onde estão as start-ups, o inglês é a língua "oficial". Mas por detrás desta realidade escondem-se vários países, de várias latitudes.
A língua inglesa é um dos grandes denominadores comuns do Web Summit. As conferências são na língua de Sua Majestade e as conversas nos pavilhões onde estão as start-ups não escapam, na maioria das vezes, ao "hi, how are you?" Mas nem todas são oriundos de terras de Sua Majestade.
Pelo contrário. Estão representados mais de 160 países no certame. E se há histórias com origem bem perto de "casa" – Lisboa – há quem tenha passado mais de 15 horas em voos para chegar à capital portuguesa. Tudo para fazer "networking" e tentar encontrar potenciais investidores. "Queríamos ver a aceitação do mercado [ao nosso produto]. Ver se as pessoas gostam. E gostávamos também de ter investidores europeus", conta Peter Pinguang Chen, da Hellowings. Originária de Singapura, esta start-up, que está em fase beta, disponibiliza uma plataforma que compara os preços das viagens de avião entre empresas low-cost. E como tem corrido até agora? "So far, so good".
A missão que Zahra Saberi trouxe para Lisboa não é muito diferente. "Começámos no Irão, mas estamos a tentar expandir os nossos serviços mundialmente. Queremos ter parcerias no Médio Oriente e Europa e a expectativa é crescer mundialmente" conta, num inglês acelerado de quem já repetiu a mensagem algumas vezes. "Estamos aqui para representar o país e a tecnologia do país, que está a crescer", acrescenta. A Anetwork é considerada como o primeiro dashboard iraniano de marketing. A ideia desta plataforma, explica, é que os clientes se inscrevam e "criem a sua campanha criativa, podendo monitorizá-la sem a interacção de uma agência". "Não interessa se é um negócio pequeno ou grande, porque podem gerir a campanha online".
Com apenas seis anos, esta empresa conta com cerca de 200 funcionários. O crescimento exponencial da start-up – cerca de 500% em cerca de dois anos – pode ser justificado com as mudanças no país. "O mercado iraniano mudou. Entrámos na era digital no Irão. Passámos de [ter internet sem rede] G para 4G num ano. Actualmente, há 57 milhões de utilizadores no Irão e a população é de 80 milhões", diz Zahra Saberi.
Milo é uma plataforma para vender smartphones. Foi criada para vendedores independentes no Panamá. "Na base da pirâmide nos países emergentes, para comprar telemóveis é cara a cara. Geralmente, as pessoas vão a uma loja pequena que não tem nem financiamento nem um inventário ilimitado", exemplifica Erick Holmann. "O que fazemos: damos a plataforma a estas empresas pequenas para que possam vender aos seus clientes online e cara a cara com acesso a elevadas quantidade de inventário e financiamento".
Há dois meses no mercado, e com presença no Panamá e na Nicarágua, a start-up tem o objectivo de se expandir para o resto da América Latina. "Viemos porque é a maior conferência cá [Europa]. Na Europa, há empresas muito boas e aprendemos sempre com start-ups diferentes. Não estamos activamente à procura" de investimento.
A norte-americana Jane.com veio à Europa porque quer expandir a sua actividade e o Velho Continente é uma possibilidade. Craig Cleveland explica que "uma das coisas que estamos a fazer é a procurar a expansão e, por isso, entender em que mercados podemos estar interessados em entrar" é importante. Presente apenas no mercado norte-americano, a Jane.com é uma espécie de mercado de roupa de mulher. Disponibiliza sobretudo roupas feitas à mão e de marcas recentes.