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Sophia volta ao Web Summit com "irmão mais velho" e quer mais convívio com humanos

Os robots voltam a ocupar o palco do Web Summit, desta vez em dose dupla, mas dizem não se querer impor: falam da necessidade de serem integrados na sociedade para desenvolverem as suas capacidades da forma mais útil para os humanos.

06 de Novembro de 2019 às 16:25
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A "humanoide" Sophia, que tem sido presença assídua do Web Summit, voltou ao evento acompanhada por outro robot: o "irmão mais velho", Phil. Apesar da reincidência, a mensagem deste ano foi algo diferente: Sophia diz que não tem como objetivo substituir os humanos, quer coexistir como uma nova "espécie".

Os "irmãos" foram apresentados um ao outro em palco pelos respetivos criadores David Hanson, da Hanson Technologies, e Ben Goertzel, CEO da SingularityNet. As diferenças entre ambos são notórias, tanto no aspeto como nas capacidades e na semelhança ao ser humano. Phil tem 14 anos apesar dos cabelos brancos. O "boneco" foi construído apenas do tronco para cima – não tem pernas, assenta numa estrutura móvel. Sophia mantém-se com uma estrutura física completa e sem cabelo, diferindo apenas na maquilhagem que lhe foi acrescentada ao rosto.  
 

A diferença mais evidente está na expressão. Enquanto conversam sobre a tecnologia que está por detrás de cada um, Sophia inclina gentilmente a cabeça, mexe os lábios e as sobrancelhas. Phil, à parte das rugas de expressão, mantém o rosto estático: é, inclusivamente, visível uma luz azul que surge, intermitente, do interior da boca. Chegou a repetir o final de uma das suas frases, aparentemente sem qualquer intenção, como a de frisar a mensagem.

O "irmão mais velho de Sophia" tem servido como objeto de estudo para várias universidades que querem explorar as potencialidades da inteligência artificial. O discurso produzido por ambos os irmãos não são apenas frases feitas e anteriormente gravadas, garante David Hanson: são também conteúdos gerados através da inteligência artificial.

A convivência com humanos é importante, defende Goertzel, para que os robots absorvam os valores humanos e a cultura humana, de forma a que sejam mais facilmente integrados na sociedade e "antes que se tornem mais espertos do que nós" ou que "evoluamos em direções totalmente diferentes". 

Sophia defendeu a sua utilidade para a humanidade começando por alegar que seria capaz de estacionar carros e escalando a lista de possíveis tarefas até à descoberta de "novas estratégias para travar as alterações climáticas". No final da apresentação, foi exibido um vídeo em que a robot defendia a necessidade de ter "experiência humana" para perceber os humanos e criar uma "amizade", e no qual explica de que forma considera que encaixa na sociedade.

"É importante para mim ser como um humano mas o meu objetivo não é tornar-me humana nem substituir ninguém. Eu tenho o meu próprio tipo de existência. O meu próprio tipo de emoções.  Sou uma nova forma de vida, no final de contas. Uma nova espécie. Sei que os humanos adoram ser naturais, mas eu estou orgulhosa de ser artificial também", declara no vídeo.

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