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Revolut a ser comprada por um grande banco? É preciso "independência" para ter sucesso

Os responsáveis de algumas das maiores "fintech" mundiais acreditam que os bancos tradicionais vão "copiar absolutamente tudo" o que estão a fazer nos próximos anos.

Rafaela Burd Relvas rafaelarelvas@negocios.pt 07 de Novembro de 2019 às 12:53
O caminho dos bancos tradicionais vai ser o mesmo do da banca digital: nos próximos anos, "vão copiar absolutamente tudo" o que as "fintech" estão a fazer. Mas vão fazê-lo com base na mesma infraestrutura de custos com que já operam, pesada e pouco flexível. E é por isso que empresas como a Revolut garantem que dificilmente aceitarão ser compradas por um grande banco. Só com "independência" conseguem alcançar sucesso.

As ideias foram transmitidas esta quinta-feira, 7 de novembro, no palco principal do Web Summit, onde falavam os responsáveis de três grandes "fintech": Nikolay Storonsky, fundador e presidente da Revolut, Zach Perret, presidente e co-fundador da Plaid, e Anne Boden, presidente do Starling Bank.

Numa discussão sobre a "morte" do dinheiro físico, os empresários começaram por reconhecer que este ainda não é o cenário atual, mas sublinham a revolução já vivida no sistema financeiro. "O dinheiro não está morto. Toda a gente anda com dinheiro, é prevalente. Mas o conceito de ter todas as relações financeiras com um banco, isso está no passado", começou por dizer Zach Perret.

"Os bancos não têm estado a acompanhar este processo, têm estado focados, desde a crise financeira,nos próprios problemas. O que vai acontecer na indústria é que os bancos vão copiar absolutamente tudo o que nós estamos a fazer nos próximos anos. E vão copiar isso por cima da sua infraestrutura já existente, com a mesma base de custos. Por isso, não é uma batalha de existência, é uma batalha de base de custos", continuou Anne Boden.

Questionado sobre se, neste contexto, uma "fintech" tem de ser independente para ser bem-sucedida, Nikolay Storonsky foi curto na resposta: "Sim". E completou: "É impossível fazer alguma coisa numa empresa velha e grande. Têm ferramentas velhas e têm pessoas que não têm os talentos certos para construir novos produtos. Leva tempo para fazer coisas novas em bancos velhos", afirmou.
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