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Al Gore: "Temos de fazer uma distinção entre Trump e os EUA"

O antigo vice-presidente dos Estados Unidos condenou a decisão de abandonar o acordo de Paris, mas adiantou que o país vai superar as metas com que se comprometeu. E sublinhou que a comunidade da inovação tem um papel fundamental na resolução da crise climática.

Al Gore
Um apelo
As alterações climáticas foram o tema de encerramento do Web Summit. Al Gore foi recebido em festa e mereceu grandes ovações. Condenou o seu país e Donald Trump por ter abandonado o Acordo de Paris. 'Há um movimento global que está a ser liderado pelas empresas. Mas em muitas partes do mundo, os políticos estão a atrasar esta revolução', afirmou. 'Mas eu disse que não ia falar da política do meu país'. Preferiu, depois, fazer um apelo a quem naquela sala o ouvia. 'Há três questões importantes: Temos mesmo de mudar? A resposta é sim. Podemos mudar? A resposta é um grande sim. Vamos mudar? É a mais importante. O propósito de estar aqui não é entreter-vos. É recrutar-vos para serem parte da solução para a crise do clima. Temos de mudar, temos como mudar e, com a vossa ajuda, vamos mudar', concluiu. Os aplausos poderão indiciar que foi escutado. Saiu do palco Al Gore, entrou Marcelo Rebelo de Sousa. 'Não é justo falar depois de Al Gore e em cinco minutos. Mas vou tentar'. E agarrou a audiência. Deixou o apelo para que o Web Summit fique mais anos em Portugal. E despediu-se com um 'até já'. Para o ano há mais.
Bruno Simão/Negócio
09 de Novembro de 2017 às 18:03
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Aplaudido por uma plateia em êxtase, Al Gore subiu ao palco do Web Summit, no último dia do evento, com a promessa de que não iria discutir política. Afinal, estava lá para falar de como a comunidade da inovação pode ajudar a resolver a crise climática. No entanto, o conhecido activista ambiental não pôde evitar falar do actual líder da Casa Branca quando o discurso culminou no Acordo de Paris.

"Há um movimento global que está a ser liderado pelas empresas. Mas em muitas partes do mundo, os políticos estão a atrasar esta revolução", afirmou. "Mas eu disse que não ia falar da política do meu país".

Al Gore considerou que o Acordo do clima de Paris "foi um avanço genuíno" que juntou todos os países do mundo na luta pelo mesmo objectivo, e lamentou que os Estados Unidos tenham anunciado a sua saída.

No entanto, ninguém seguiu as pisadas da maior economia do mundo. "No dia a seguir, todos os países disseram que se mantinham. Muitos estados dos EUA também disseram ‘nós ainda estamos no acordo’. E, na verdade, os Estados Unidos vão ultrapassar os compromissos que assumiram no âmbito do acordo. Temos de fazer uma distinção entre Trump e os EUA. Porque o meu país vai superar os seus compromissos", adiantou.

Ainda assim, o vencedor do Prémio Nobel explicou que, mesmo que todos os países cumpram os seus compromissos, "isso não chega para resolver a crise". "É preciso um projecto global para resolver a crise climática", acrescentou.

Na opinião de Al Gore, os empreendedores e a comunidade da inovação de hoje têm um papel fundamental nessa resposta, "especialmente aqueles que desenvolvem tecnologias que promovem a eficiência e a sustentabilidade".

"Quero que saibam que há um mercado crescente para o tipo de iniciativas que vocês desenvolvem e cada vez mais investidores interessados em investir em negócios que criam um futuro mais próspero e sustentável", disse Al Gore, dirigindo-se à plateia.

O antigo vice-presidente dos Estados Unidos deixou uma mensagem positiva sobre a resolução da crise climática, dizendo que "não é possível condenar a próxima geração".

"Há três questões importantes: Temos mesmo de mudar? A resposta é sim. Podemos mudar? A resposta é um grande sim. Vamos mudar? É a mais importante. O propósito de estar aqui não é entreter-vos. É recrutar-vos para serem parte da solução para a crise do clima. Temos de mudar, temos como mudar e, com a vossa ajuda, vamos mudar", concluiu.
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