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After party? O que fica do Web Summit

Uma semana e meia depois, o tempo é de contactos. Nove das dezenas de start-ups nacionais fazem um balanço positivo do evento, de onde saíram com o sentido de dever cumprido.

21 de Novembro de 2016 às 21:30
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Os dias de azáfama entre pavilhões da FIL já ficaram para trás. O Web Summit já terminou mas o trabalho continua. O Negócios falou com nove start-ups que estiveram no evento para perceber o que ficou do certame. E uma coisa parece certa: trouxeram nos bolsos muitos contactos.

Getsocial - Sem voz ao fim de um dia
A GetSocial desenvolveu um software que permite a órgãos de comunicação saberem, em tempo real, que conteúdos estão a tornar-se virais. Foram ao Web Summit com uma missão central: angariar mais clientes. "Na semana antes do evento já tínhamos acesso à aplicação. Identificámos com quem é que queríamos falar e quais as empresas com quem queríamos reunir ou tentar encontrarmo-nos durante o evento", conta João Romão, CEO. A ideia era sobretudo fazer um primeiro contacto que permitisse o agendamento de uma reunião para os dias seguintes. "Nos primeiros dois dias andava agarrado ao telemóvel a mandar múltiplas mensagens, a múltiplas pessoas". No último dia, a start-up tinha uma pequena banca. "No final do dia estava sem voz.  Éramos quatro pessoas da GetSocial no evento. Tivemos situações em que tínhamos fila para falar connosco. Para nós foi muito bom porque tivemos contactos super qualificados de possíveis clientes, que era o nosso principal objectivo. Investidores e clientes foram também à nossa banca conhecer-nos", acrescentou.

Follow Inspiration - Um robô a servir café
No Web Summit um robô serviu café. Algo possível graças ao  trabalho desenvolvido pela start-up portuguesa Follow Inspiration. A empresa participou neste evento, nomeadamente "na sequência da parceria que estabelecemos com a Delta e que resultou no lançamento do Delta Qoffe Qar, um carro autónomo para servir café, projecto que tem na base a tecnologia wiiGO", diz Luís de Matos, CEO. Esta empresa foi também uma das seleccionadas para representar Portugal no certame. O responsável refere que a presença na conferência "permitiu-nos estabelecer uma relação com potenciais investidores de série A na área da robótica, tendo em vista o início de uma estratégia de investimento para o futuro". Luís de Matos aponta ainda que agora é tempo de "esperar feedback das centenas de cartões directamente distribuídos". "Vamos esperar que o interesse manifestado se traduza em negócios e investimento", assinalou.

AddVolt - Relação mais pessoal
A AddVolt é uma start-up que tem uma solução que permite que a energia gerada através das travagens alimente a câmara frigorífica de um camião. "Para nós o Web Summit superou as expectativas", conta Bruno Azevedo, líder da firma. "Como temos andado em processo de levantamento de capital a nível internacional, e tínhamos entrado em contacto com diversas capitais de risco internacionais e fundos de investimento, o evento foi óptimo no sentido de consolidar a relação". "No fundo, foi tornar a relação um pouco mais pessoal e perceberem também que não estamos aqui só atrás do dinheiro mas à procura de mais um parceiro". Tiveram algumas reuniões  naqueles dias e "agora ficou o contacto do nosso lado para ‘follow ups’ e continuidade". De malas quase aviadas para a Alemanha, os contactos já feitos podem  ser igualmente importantes "para reduzir a fricção da entrada nesse mercado".

Prodsmart - Angariação de fundos
A ProdSmart, uma start-up que desenvolveu um software de gestão de produção, partiu para este evento com um objectivo central: "fund raising". Parcerias de distribuição nos países tidos como prioritários era também uma das metas. Correu bem?  "Não ganhámos o ‘pitch’ por isso essa parte não foi cumprida. Mas toda a outra componente de contactos que trouxemos, de relações que estamos a desenvolver, potencial ao nível de parcerias de clientes e de levantamento de capital, achámos que sim", diz Gonçalo Fortes. O empreendedor defende que estes eventos "vivem muito do trabalho anterior e do trabalho posterior". Ou seja, da preparação que é feita antes mas também do seguimento que é dado após os primeiros contactos. Além disso, Gonçalo Fortes considera que "a componente social do Web Summit é muito importante". E admite que surgiram contactos nos eventos realizados fora da FIL.

BuyinPortugal - Visibilidade e contactos
A BuyinPortugal é uma plataforma que pretende ajudar as pequenas empresas nacionais a exportarem – uma espécie de Alibaba. A start-up esteve no Web Summit não para captar investimento, mas para conseguir "visibilidade e contactos internacionais que nos ajudem a ser conhecidos no estrangeiro". Ricardo Wallis aponta ainda que teve "bastantes contactos interessantes, vários empresários propuseram-nos fazer o mesmo negócio que temos nos seus países, mas estamos ainda a negociar as parcerias".


Indie Campers  - Design e inovação impressionam
A Indie Campers disponibiliza um serviço de aluguer de baixo custo de  caravanas. Estiveram no mega-evento de tecnologia e empreendedorismo e "o balanço que fazemos do Web Summit é certamente positivo", diz Marta Cardoso. A start-up teve um pequeno stand no primeiro dia do evento e nos dois subsequentes expôs carrinhas nas imediações do palco principal, localizado no Meo Arena. O feedback que foram recebendo, conta a responsável, "alegra-nos muito pois toda a gente comentou o design e inovação da nossa empresa, dois alicerces pelos quais a Indie Campers se rege". "Em relação a contactos, o resultado foi ao encontro das expectativas. Estabelecemos pontes de contacto com clientes, potenciais parceiros e imprensa. No que diz respeito a investimento, antes do Web Summit, a Indie Campers já estava em processo de negociação de uma ronda de investimento. Não obstante, conseguimos mais contactos bastante interessantes", acrescentou.


Storyo - "Momento inesquecível" para estar com rivais
A Storyo é uma aplicação que permite criar uma história a partir de fotografias tiradas com um smartphone. Filipe Vasconcellos,  co-fundador e CEO, conta que foram a este evento "porque era um momento inesquecível no que diz respeito ao empreendedorismo em Portugal". "É uma oportunidade para podermos falar com uma série de ‘stakeholders’, investidores, parceiros, clientes, consultores e também foi uma oportunidade grande para as empresas portuguesas aprenderem". O responsável confirma que teve contactos com "dois ou três investidores que gostavam de investir no Storyo e com quem queremos continuar a falar". Houve ainda algumas conversas com outras empresas internacionais. Filipe Vasconcellos atravessou as portas da FIL com vontade de "aproveitar tudo o que o Web Summit tinha para dar". "Não é só poder estar com investidores mas sim poder estar com concorrentes". Agora que a conferência terminou "tenho uma lista de ‘follow ups’ que tenho de fazer. Balanço super positivo".
 
Magnifinance - Expectativas superadas
Com uma solução que visa simplificar a gestão de tesouraria das empresas, o objectivo da Magnifinance no Web Summit era claro: estabelecer novos canais de comunicação com potenciais investidores. "Também queríamos potencialmente fazer clientes mas sobretudo abrir novos canais de comunicação com potenciais investidores", afirma Jorge Rodrigues dos Santos, o líder da empresa. E como correu? "O Web Summit superou bastante as expectativas porque conseguimos, não só fazer contactos com alguns potenciais investidores, como contactos que se fizeram e não partiram só de nós". E depois de ter já participado em outras conferências, o empreendedor identifica diferenças. "Ao estarmos com uma banquinha no Web Summit tivemos potenciais investidores a virem ter connosco já muito focados. A grande diferença que noto em relação a outros eventos é que há um foco muito maior dos contactos. Noutras conferências, a perspectiva é muito de conhecer. É desfocado. Ali o que aconteceu foi muito centrado".

Zarph - À conversa com investidores
A Zarph, uma empresa especializada em gestão de tesouraria e sistema de pagamentos, entrou neste mega-evento com duas metas: contacto com clientes e com potenciais investidores. Pedro Mourato Gordo, CEO da companha, explica que geralmente o ciclo de vendas da firma não passa muito por este tipo de certames. Contudo, "levantamos muitos contactos, houve muita gente interessada que passou pelo nosso stand e ficámos bastante satisfeitos com a nossa presença no evento". Relativamente ao segundo objectivo, que "era começarmos também a mostrar a empresa para irmos buscar um investidor também nos correu bem". Também neste caso houve uma forte aposta na realização do trabalho de casa. Antes do arranque do evento, tentaram agendar encontros com actores que pudessem ser importantes para a companhia. "Tivemos vários investidores que conversaram connosco. Não é uma decisão que se faça num evento deste género mas a verdade é que nos correu bem porque houve investidores que estiveram interessados na Zarph e conversaram connosco. Vamos, no fundo, fazer o seguimento desses contactos", explicou Pedro Mourato Gordo.


Para nós foi muito bom porque tivemos contactos super qualificados de possíveis clientes, que era o nosso principal objectivo com o Web Summit. João Romão
CEO da GetSocial
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