A ideia da MagniFinance começou a germinar quando os cinco fundadores desta start-up tecnológica tinham a consultora Lisbon Information System Lx.
"Éramos cinco mestrandos em Informática, não sabíamos muito de gestão financeira, mas queríamos gerir com precisão as finanças da empresa. Começámos por criar um Excel, como muitas empresas fazem hoje, onde registávamos pagamentos e haveres, mas essa gestão tornou-se muito complexa e começou a exigir-nos muito tempo", explica o CEO Jorge Rodrigues dos Santos, um dos promotores da MagniFinance, juntamente com André Silva, Bruno Cavaco, Diogo Nesbitt e Filipe Martins.
E continuam, "no início, criámos ferramentas para otimizar este processo. Depois começámos a interligá-las, até que a certa altura tínhamos uma solução bastante abrangente."
Em conversa com amigos, clientes e algumas empresas conhecidas começaram a aperceber-se de que esta era uma necessidade que outras empresas também tinham, mas para a qual ainda não havia uma boa solução no mercado.
"Aplicámos os fundos da consultoria para investir na MagniFinance e criar um produto genérico que funcionasse com qualquer empresa. Falámos com contabilistas e com outras empresas e produzimos o que era uma solução para nós", explica, recordando que inicialmente tiveram alguns problemas, mas que o resultado final para as empresas acabou por se revelar muito produtivo. Finalmente, em junho do ano passado, a MagniFinance começou a operar no mercado.
A aplicação mobile desenvolvida pela MagniFinance sincroniza automaticamente os extratos bancários de diferentes bancos, permitindo reconciliar estes movimentos com as despesas e as receitas provenientes das faturas criadas na própria plataforma. A aplicação disponibiliza informação atualizada, agregada e fácil de analisar, a qualquer hora e em qualquer lugar. As empresas ficam ainda a saber como está a sua tesouraria, facilitando assim a vida aos gestores que poderão controlar com maior rigor a situação financeira em tempo real.
Lançada a ideia, o desafio era dar-lhe corpo, o que exigia mais investimento em fundos e em pessoas. Os promotores decidiram apresentar a sua iniciativa ao programa de aceleração do Lisbon Challenge de 2014 e a excelência do projeto valeu-lhes um apoio de 100 mil euros da Caixa Capital, o braço do grupo CGD no apoio ao empreendedorismo. No final de janeiro, no âmbito do Caixa Empreender Award, a Caixa Capital duplicou o montante dos fundos para o desenvolvimento e a implementação da ideia de acordo com um roteiro de milestones a que a MagniFinance está vinculada.
"Já temos um plano de crescimento que envolveu um investimento de 150 mil euros. Com este valor queremos chegar às 2000 empresas em Portugal e também entrar no mercado do Reino Unido", explica o CEO da MagniFinance, acrescentando que "o prémio agora recebido será utilizado para reforçar a equipa, contratando mais pessoas".
Para o CEO da MagniFinance, o apoio da Caixa Capital não se esgota na componente financeira: "Termos o reconhecimento de um banco, sobretudo de uma referência como a Caixa Geral de Depósitos, dá-nos um reconhecimento no mercado muito grande. Arrancámos há pouco tempo, trabalhamos todos muito para que os nossos clientes estejam satisfeitos, mas ter uma instituição a dizer que a MagniFinance é importante, dá-nos muito vento nas nossas velas."
Jorge Santos deixa ainda um recado a todos os que tenham um projeto e queiram concorrer à Caixa Capital: "Participem num programa de aceleração, juntem uma equipa tecnicamente forte, porque normalmente é onde existem mais dificuldades, não durmam durante o programa e, assim que possível, lancem um produto, mesmo que não esteja finalizado, e conquistem clientes."
