O bom e até o muito bom são inimigos do óptimo. Será um chavão, mas que se pode aplicar seguramente aos resultados das exportações em 2017. Os números apontam para um crescimento ao mesmo tempo que tentam explicá-lo com base em razões de contexto e na existência de soluções capazes de dar resposta aos objectivos e condicionamentos das empresas.
Contas fechadas, o Instituto Nacional de Estatística veio revelar há dias que a venda de bens para o mercado externo voltou a crescer a dois dígitos. Algo que não acontecia desde o aumento de 14,9% registado em 2011.
No ano passado, as exportações registaram mais 10,1% do que em 2016. Passaram a representar 28,6% do Produto Interno Bruto, a fatia mais elevada desde o início do século. Ou seja, a economia portuguesa vendeu mercadorias ao exterior – num valor da ordem dos 55 mil milhões de euros.
Os números animadores reflectem a aposta concreta de internacionalização levada a cabo pelas empresas portuguesas. O estudo "Insight – Um Olhar sobre a Internacionalização das PME", promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), revela que mais de metade das Pequenas e Médias Empresas (PME) registou um crescimento da actividade internacional em 2017. E quase metade (43%) das 761 PME inquiridas prevê "aumentar o seu nível de investimento no processo de internacionalização".
Iniciativa contrapõe entraves
O Insight mostra que quase dois terços das empresas portuguesas (63%) antevêem um crescimento da actividade internacional para este ano, mas salienta também que a "internacionalização para as PME é quase exclusivamente sinónimo de exportações".
Precisamente nos negócios além-fronteiras "são sobretudo aspectos de gestão de tesouraria aqueles que mais impactam as estratégias de internacionalização das PME inquiridas" pelo estudo, com mais de metade (54%) a referir "os riscos de cobrança como sendo os principais a que estão expostas na sua actividade internacional".
Numa actividade exportadora em que apenas 23% dos inquiridos referem a "dificuldade de acesso ao crédito como uma preocupação", o segundo entrave nos processos de internacionalização são os "riscos cambiais, realçados por 34% das empresas".
Este Insight conclui ainda que "estes riscos, apesar de relevantes, aparentam não ser barreiras para as actividades internacionais das PME inquiridas". Muitas (67%) "escolhem a moeda de facturação para anular riscos cambiais" e "59% garantem o recebimento antecipado ou pagamento no acto da encomenda para minimizar riscos de cobrança".
Soluções garantem resposta
Com a internacionalização e a actividade exportadora a estarem na primeira linha das opções das PME portuguesas, os mecanismos de intermediação bancária que permitam aumentar os índices de confiança ganham relevo.
Daí a importância crescente de soluções como as remessas e os créditos documentários, em que o banco da empresa exportadora obtém, através de um seu correspondente no país do importador, as necessárias garantias de pagamento.
A par destes mecanismos de segurança, os bancos – como a Caixa Geral de Depósitos – apresentam soluções adicionais como, por exemplo, o "factoring" internacional para cobranças e adiantamentos de facturas, gestão e acompanhamento das contas-correntes dos aderentes e cobertura do risco de crédito. O "forfaiting" é igualmente uma solução viável ao antecipar receitas de exportação por créditos documentários em euros.
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