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Sector do turismo quer financiamento para consolidar posição

Agentes portugueses estão entre os que exigem uma estratégia europeia para o sector. O financiamento “em condições competitivas” é o ponto-chave para fortalecer o turismo que “representa 10% do PIB e 15% do emprego na União Europeia”.

25 de Agosto de 2017 às 15:30
Uma carta aberta foi enviada no mês passado ao presidente da Comissão Europeia. Membros do Parlamento Europeu, do Comité das Regiões, das regiões de turismo, associações e organizações da indústria do turismo e universidades de toda a Europa reclamaram assim junto de Jean-Claude Juncker que o turismo entre na agenda europeia já em 2018.

Em Portugal, uma das vozes defensoras do apoio comunitário foi o presidente da Confederação do Turismo Português (CTP). Segundo frisou Francisco Calheiros, o "turismo representa 10% do PIB e 15% do emprego na União Europeia", sendo essencial "para a economia dos países, para a regeneração do território e para o reforço da identidade europeia".

Os agentes querem assim fixar "metas comuns e pontes de cooperação entre os países, de forma a garantir que a Europa se mantenha como o principal destino turístico mundial". E para tal, segundo o presidente da CTP, há que ter acesso "a financiamento em condições competitivas, menos burocracia, mais oportunidade de investimento no mercado digital".

Mudança no paradigma

Os bons resultados do sector em Portugal têm sido reconhecidamente um dos impulsionadores do crescimento económico registado nos últimos tempos. Em Julho, aquando da inauguração da ampliação do aeroporto de Faro, o primeiro-ministro atribuiu o crescimento dos números no turismo nacional a uma mudança no paradigma da oferta.

António Costa lembrou então que "em 2016, dois terços do crescimento do nosso turismo foram feitos na época baixa. E entre Janeiro e Maio de 2017, o crescimento a nível nacional foi de 20%."

As expectativas dos agentes para 2017 são de que Portugal venha a registar o melhor ano de sempre no turismo, após um 2016 que estabeleceu recordes.

O primeiro semestre de 2017 revela um crescimento com mais de 9,3 milhões de turistas, o que representa um aumento de 9,7% face ao mesmo período do ano anterior. E segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, os proveitos totais da hotelaria ultrapassaram os 1.385 milhões de euros, mais 18,9%.
Acresce que, além dos destinos portugueses tradicionalmente mais procurados – Algarve, Lisboa e Madeira –, no primeiro semestre do ano, todas as regiões cresceram em número de dormidas "com destaque para a evolução dos Açores (+18,2%) e do centro (+14,7%)".

Requalificação da oferta

Entre outras possíveis explicações, a requalificação dos empreendimentos turísticos e a inovação na criação de novas unidades são assumidas como factores da capacidade de atracção e de crescimento do sector em Portugal.

Até final do próximo ano, o Turismo de Portugal, em parceria com o sistema bancário e a Portugal Capital Ventures, tem um orçamento global de 90 milhões de euros para financiar a médio e longo prazo projectos de investimento de empresas do sector turístico.

Esta linha de financiamento, reforçada no passado mês de Março através da renovação de protocolos com doze bancos nacionais, que suportarão uma parte dos investimentos, pretende apoiar a "requalificação de empreendimentos turísticos, criação de empreendimentos turísticos inovadores, projectos na área da animação turística e da restauração, assim como projectos de empreendedorismo turístico".

CGD apoia qualificação no setor Turístico

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) integra este esforço de apoio ao Turismo com a Linha de Crédito de Apoio à Qualificação da Oferta para Empresas do Sector do Turismo. O seu principal objetivo passa por apostar no financiamento de projectos para criação ou requalificação de empreendimentos turísticos; atividades de animação ou estabelecimentos de restauração. Com prazos máximos de 15 anos que incluem um período de carência de até quatro anos, a linha pode comportar até 75% do valor total elegível para financiamento (máximo de participação pelo Turismo de Portugal de 2 milhões de euros). Tem uma margem de vigência até 31 de Dezembro do próximo ano.





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