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Vila Galé investe mais 4 milhões em novo projecto de agroturismo no Alentejo

O Vila Galé vai investir mais quatro milhões de euros num novo projecto de agroturismo com 80 camas, adjacente ao Clube de Campo, em Beja, Alentejo, onde já produz um milhão de garrafas de vinho, disse o presidente do grupo.

Pedro Elias
10 de Dezembro de 2017 às 12:56
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O grupo hoteleiro, que já detém o Clube de Campo há quase 20 anos, tem vários planos de expansão para a unidade de Beja, nomeadamente a plantação de mais olival e o alargamento do lagar, mas mais ao lado - a três quilómetros (km) deste hotel - pretende investir "cerca de quatro milhões de euros" num novo hotel "com 80 camas" para um segmento diferente de clientes.

"Este projecto de agroturismo [para o novo hotel adjacente ao Vila Galé Clube de Campo] não está aprovado ainda [pela Câmara de Beja]. Não se trata, neste caso, de ampliar o Clube de Campo. É fazer um outro hotel, que fica a três km daquele. É dentro da propriedade, mas como esta é muito grande [são mais de 1.600 hectares], são cerca de três km. É um projecto autónomo", afirmou Jorge Rebelo de Almeida em entrevista à Lusa.

O responsável diz que a nova unidade deverá ter 80 camas, mas que ainda "depende da aprovação" do projecto.

"Será um hotel mais sofisticado e mais direccionado para casais", ao contrário do Clube de Campo - do qual muito se orgulha, por ter sido pioneiro a aliar o turismo à agricultura - que está muito direccionado para famílias, explicou Jorge Rebelo de Almeida.

Ainda assim, o grupo também tem planos para o Vila Galé Clube de Campo, onde produzem vinho, azeite e fruta, e que tem, "em números redondos, 200 quartos".

"Queremos plantar mais olival", acrescentar mais "100 hectares" aos 160 que detém, e construir um lagar, por exemplo, afirma Jorge Rebelo de Almeida, que não consegue, no entanto, avançar uma data para a sua concretização.

"Tem a ver com o momento de aprovação. Candidatámo-nos a um programa de apoio para a plantação de mais olival e para o lagar. Assim que esteja desbloqueado, avançamos. Mas não dependendo de nós, não posso dizer uma data. Da nossa parte temos tudo preparado", garante apenas.

Actualmente, o que é produzido no Clube de Campo, vinho, azeite e fruta, não só abastece, e é vendido, nas unidades do grupo como também é exportado. Caso também da fruta para a qual dispõem de cerca de 95 hectares, que produz para além de pêra rocha, pêssegos, damascos, e outras.

"Fazemos as duas coisas (abastecer o grupo e exportar). Os vinhos são vendidos nos nossos hotéis em Portugal e no Brasil. Exportamos para vários países. Começou por ser uma coisa relativamente pequena e hoje já é uma actividade. Fazemos um milhão de garrafas de vinho e, por isso, já temos alguma dimensão", explicou Rebelo de Almeida.

Além deste um milhão de garrafas que produzem para o grupo, o responsável acrescenta que fazem "quase outro tanto para outros produtores" daquela região.

Hoje em dia, o grupo exporta cerca de "30% para o Brasil", o que, admite, "ainda são quantidades pequenas".

"Estávamos a exportar para Angola e Moçambique, mas está em redução face às dificuldades que aqueles países estão a atravessar novamente. Mas exportamos para a Suíça, Luxemburgo, França. Mas com maior expressão é mesmo o Brasil", afirmou.

Ainda assim, a aposta "é mesmo manter" as vendas para estes mercados.

Quanto à actividade do Vila Galé Clube de Campo, Rebelo de Almeida refere que não é uma unidade hoteleira que faça "taxas de ocupação muito elevadas", apesar de já ter chegado aos 70% de ocupação.

Ultimamente "tem andado abaixo disso, nos 55%, o que é pouco, porque está cheio aos fins de semanas, mas como é um hotel muito de famílias - e durante a semana as crianças estão na escola - a ocupação cai nos dias úteis. Nas férias das crianças, Julho e Agosto, estamos completamente cheios, por exemplo. Depois há quebras", afirma.

Questionado sobre a promoção que fazem desta unidade hoteleira, com particularidades diferentes das unidades de cidade, Jorge Rebelo de Almeida esclarece que o grupo 'vende' este hotel "junto com os outros".

"Desenvolvemos várias acções. Até curiosamente, no Brasil, para Évora captamos imensos brasileiros, mas para este não. Évora tem muito nome. O turista desloca-se porque tem alguma ideia do que vai ver. Évora tem muita notoriedade no Brasil. Até o facto de estar lá a Embraer é uma referência para eles", acrescenta.

Estranho, refere, é o facto de não terem "muito êxito com os espanhóis", um mercado que era natural. "O mercado espanhol vai para Lisboa, para o Porto, para o Algarve. Aqui para o Alentejo vem pouco. Temos que o empurrar para cá", conclui.
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