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Turismo nas cidades. O centro vai ser uma "atracção" para turistas?

Gonzalo Bernardos, professor de Economia da Universidade de Barcelona, crê que as cidades se devem organizar e criar áreas de especialidade. O turismo fica com as zonas históricas e ribeirinhas. E deixa conselhos para quem quer investir: fujam das grandes cidades.

18 de Outubro de 2016 às 17:22
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Barcelona e Madrid. Nestas cidades espanholas há "dois fenómenos: os estrangeiros e os ricos que não sabem o que fazer com o seu dinheiro". Quem o diz é Gonzalo Bernardos, professor de Economia da Universidade de Barcelona e especialista em imobiliário.

 

Na segunda edição do Observatório: O Imobiliário em Portugal, uma iniciativa do Jornal de Negócios e da Century 21, esta terça-feira, 18 de Outubro, deixou algumas bases para se reflectir o caso português.

 

Comparando com Londres, Paris ou Roma, as duas cidades espanholas têm um preço barato. "Os investidores deixam-se levar pela emoção". E o que recomendaria Bernardos? "Se tens algo no centro da cidade é tempo de vender. Porque há pouca margem para o mercado se desenvolver daqui em diante.

 

Crítico das políticas de esquerda adoptadas em Barcelona e das medidas para atenuar o impacto turístico – a cidade espanhola recebe mais turistas que todo o Brasil, oito milhões por ano, e é referida frequentemente como um exemplo de pressão turística e conflitos com os locais – este académico diz que é altura de olhar para outras localizações.

 

"A oportunidade agora está nos terrenos. Há imensa gente que não está a ver essa oportunidade, de tão centrada que está em Madrid e Barcelona, que é onde sobem os preços". Depois há outras cidades como Valência, Bilbao ou Málaga, com margens para retornos maiores no futuro. "Se fosse investidor, não colocaria um euro em Barcelona ou Madrid".

 

Gonzalo Bernardos acredita que "a nova tendência é ter um centro da cidade que se converte numa grande atracção" para os visitantes. Os centros e as zonas ribeirinhas ou de mar têm de ser para os turistas, de uma forma simplificada. Depois tudo se organiza a partir daí, do comércio à vida dos locais.

 

É isso que também gostava de ver em Portugal: "um projecto" para o ordenamento turístico e imobiliário das cidades lusas, embora acredite que nunca existirá um "boom" capaz de questionar a sustentabilidade da actividade como em Barcelona. "Vamos ver como se porta o novo Governo português", aponta.

 

Numa altura em que se debate um novo imposto para o património imobiliário acima dos 600 mil euros, o especialista não vê incertezas como esta com bons olhos. A situação política no país vizinho comprova-o: "Não temos Governo e é uma maravilha. Qual é o segredo? O segredo está em não fazer nada".

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