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Turismo do Porto: “Se matamos o alojamento local, matamos o que o turista procura”
O presidente da Associação de Turismo do Porto defendeu a aposta da cidade Invicta nas controversas unidades de alojamento local como forma de dar ao turista “uma experiência próxima da realidade da cidade”.
Ricardo Valente, presidente da Associação de Turismo do Porto, defende que "o alojamento local nasceu da procura do turista em experimentar, participar, estar próximo", e que "se matamos o alojamento local, estamos a matar a participação do turista na cidade".
"O alojamento local é, ele próprio, um fator dinamizador da economia local, favorecendo o comércio de rua, a mercearia, o restaurante, aquilo que está próximo", acredita o também vereador da autarquia portuense, acrescentando que este tipo de oferta turística "é fundamental" para a cidade do Porto.
O responsável da Associação de Turismo do Porto intervinha no painel "Turismo’19: Economia de Serviços ou Experiências", integrado no 14º Fórum Internacional de Turismo, que se realizou esta terça-feira, 26 de março, em Gaia.
Ao contrário do Porto e Norte, na edição especial do Barómetro de Turismo a que o Negócios teve acesso, nenhum dos operadores turísticos nacionais acredita na Madeira como região portuguesa com potencial de crescimento em 2019.
Para o ex-secretário de Estado do Turismo e atual diretor executivo do Grupo PortoBay, Bernardo Trindade, "é importante que a Ryanair chegue à Madeira" e, "eventualmente, alargar o transporte por via marítima a Setúbal ou mesmo a Lisboa", além de Portimão, de forma a potenciar o turismo naquela região autónoma.
86% do alojamento local no centro histórico de Lisboa devolve edifícios com quase 70 anos
O momento serviu, também, para a apresentação de uma análise levada a cabo pelo Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT), que avança que nove em cada dez unidades (86%) no centro histórico da capital têm mais de 67 anos. No Porto, o alojamento local no centro histórico ainda fica nos 43%.
Para o IPDT isto representa um "aproveitamento de forma muito efetiva de edifícios que, provavelmente, estariam hoje degradados ou abandonados, não fosse o seu aproveitamento para fins turísticos".
A análise do IPDT tem por base os dados do Registo Nacional de Turismo que revelam a existência de 17.769 unidades de alojamento local em Lisboa, 90% delas a funcionar em apartamentos, e com capacidade para receber cerca de cem mil utentes.
No Porto, existem atualmente 7.316 unidades de alojamento local, 87% em apartamentos, com uma capacidade máxima para cerca de 35 mil pessoas.