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Receitas do turismo já estão 37% acima de 2019, o melhor ano de sempre do setor

O secretário de Estado do Turismo confirmou que o setor “está a caminhar para o melhor ano de sempre”. O presidente da associação que representa as agências de viagens (APAVT) apela a mais fiscalização no setor e alerta que atual cenário de incertezas pode desacelerar crescimento.

Sérgio Lemos
30 de Novembro de 2023 às 17:39
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Este ano, o turismo prepara-se para bater todos os recordes. A confirmação foi feita esta quinta-feira pelo secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda, na cerimónia oficial de abertura do 48.º congresso da  Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que este ano está a ser realizado no Porto.


"Quase de certeza que vamos ter o melhor ano de sempre do turismo", disse o governante, referindo-se não só a proveitos mas também ao número de visitantes. "E os dados do INE  dos primeiros dez meses do ano divulgados esta quinta-feira confirmam isso mesmo", sustentou.


De janeiro a outubro, o número  total de dormidas ultrapassou os 68 milhões, o que representa um aumento de 11% face ao mesmo período do ano passado. Mais de metade (48 milhões) foram de estrangeiros, o que representa uma subida de 15,6% face a 2022.


Nuno Fazenda destacou ainda que estes números espelham "um crescimento que supera inclusive as previsões da Organização Mundial do Turismo". 


"Em 2023, até outubro, já temos mais de 37% das receitas de turistas face a 2019 que tinha sido o melhor ano de sempre. Estamos a caminhar para o melhor ano de sempre do turismo", reforçou.

 

Porém, dados divulgados também esta quinta-feira pelo INE, mostram que a queda das exportações - principalmente de serviços onde está incluído o turismo - provocou contração da economia portuguesa no terceiro trimestre. 

2024 incerto

O crescimento acima do esperado do turismo foi sentido praticamente em todos os segmentos, e as agências de viagens não foram excepção. 
"2023 não foi o ano da total regeneração, evidentemente, nem o poderia ser. Mas foi um ano de recuperação e de reconfirmação", admitiu o presidente da APAVT adiantando ainda que este ano, de um modo geral, as agências de viagens tiveram "uma boa demonstração de resultados, nalguns casos, a melhor de sempre".


Pedro Costa Ferreira sublinhou ainda que 2023 foi "de reconfirmação, porque foi também um ano em que o sector das agências de viagens se revelou altamente competitivo, batendo recordes de emissão de passagens aéreas regulares, aumentando a influência na operação de lazer dos portugueses, com novos destinos e mais operações charter, aumentando a capacidade de trazer eventos e turistas para todos os cantos do nosso país", detalhou.

"Da mais difícil página da nossa mais recente história, a crise pandémica, reergueu-se um sector, cuja importância para o consumidor aumentou durante os anos do medo", acrescentou.

Olhando para o próximo ano, Pedro Costa Ferreira destacou que "apesar do bom ano para contar, a verdade é que uma realidade complexa se desenha perante nós, quando olhamos para 2024".


"Uma guerra que se alonga e que se alastra para outras partes do mundo, a inflação que se mantém, apesar de menos dinâmica, as taxas de juro que continuam a crescer,  a instabilidade política internacional e, agora, também nacional", apontou.

Tendo em conta esta situação, o presidente da APAVT comentou que "ninguém se espantaria se o 2024 fosse um ano de desaceleração dos fantásticos números entretanto alcançados, o que não deixará de impactar o sector, que, trabalhando a ritmo superior a 2019, é certo, está também a amortizar as dívidas contraídas ao longo da crise pandémica".

E, perante este cenário de recuperação e "nuvens negras" pela frente, "já outros desafios se erguem perante nós", sublinhou, dando como exemplo a introdução de processos de inteligência artificial, tema que dá mote ao congresso deste ano da APAVT. 

Mais fiscalidade 

Na sessão de abertura, o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, aproveitou ainda para manifestar a sua
 "estupefação e revolta pelo estado da fiscalização no sector".

 

"Cada vez temos mais ilegais, que simplesmente actuam sem RNAVT [ Registo Nacional de Agentes de Viagens e Turismo], de forma absolutamente impune", lamentou. E revelou que a APAVT já fez mais de 100 denúncias à ASAE, por prática de actividade de agência de viagens sem registo oficial.. "A nossa principal dúvida é o que acontecerá primeiro, o regresso de D. Sebastião, ou a recepção da primeira resposta por parte da ASAE", ironizou.

 
(Notícia atualizada às 18h40)

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