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Pinto da Costa pede a futuro PM que "ponha a comunicação social em sentido"
Pinto da Costa revelou que teve “muitos convites” para ingressar na vida política, mas diz que nunca teve vontade de seguir esse caminho por achar que poderia ser incompatível com as atuais funções. E diz que não está farto do poder porque dirigir o FCP é "tão intenso que nem tenho tempo de pensar se estou cansado”.
O presidente do Futebol Clube do Porto rejeita a ideia de ter "poder" há muitos anos. Durante o congresso da Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que este ano está a ser realizado no Porto, Pinto da Costa revelou ainda que teve muitos convites para cargos políticos, mas nunca teve vontade de aceitar nenhum.
Na rubrica Conversas Improváveis, questionado por José Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, se já não estava farto do poder, o responsável respondeu: "Não tenho poder nenhum, dirijo o Futebol Clube do Porto".
Instado a comentar se ainda não está cansado, Pinto da Costa disse que não porque no FCP assim que acaba um jogo "já estamos a pensar ganhar o seguinte. De modo que isto é tão intenso que nem dá tempo para pensar se estou cansado ou não", acrescentou.
Confrontada com a mesma pergunta, Rita Marques, antiga secretária de Estado do Turismo, garante que "não tem saudades de todo do poder". "Fiz o que podia ter feito durante o tempo que me foi permitido. E agora vivo tempos de uma adrenalina jovial, descomplicada". A antiga governante recordou ainda que reativou a atividade de consultora, sendo também docente na Porto Business School. E garante que "um dia" voltará à atividade empresarial.
Depois de sair do Governo, Rita Marques assumiu funções de administradora no grupo The Fladgate Partnership o que gerou polémica porque a lei impõe um período de nojo de três anos para que ex-governantes possam assumir funções em empresas privadas, das quais tiveram tutela direta enquanto estiveram no Executivo. No início deste ano, desistiu do cargo.
Por sua vez, questionado pelo autarca de Aveiro, que estava a ter o papel de moderado, se nunca tinha ponderado ir para a vida política, Pinto da Costa foi peremptório: "Não". E revelou que teve "muitos convites" mas nunca aceitou ir para a vida política por achar que seria "incompatível" com as atuais funções de presidente do FCP, cargo a que vai voltar a candidatar-se.
Pinto da Costa disse ainda que o Norte "perdeu muito poder", sublinhando a importância da regionalização. E teceu críticas aos políticos, considerando que atualmente existe um "centralismo bacoco".
Mais tarde, questionado que conselho daria ao futuro primeiro-ministro, respondeu: "O que eu pedia é que, seja quem for, ponha a comunicação social em sentido", criticando a cobertura jornalística de casos em segredo de justiça, referindo-se à Operação Influencer, que levou à demissão do primeiro-ministro e a eleições antecipadas.
Para o presidente do FCP, cargo que ocupa há 40 anos, o facto de as pessoas saberem que têm à porta meios de comunicação social "afasta as pessoas da política" e defende que "enquanto não houver coragem para alguém os meter na ordem", isso não vai mudar.
Já Rita Marques manifestou uma posição mais moderada, comentando que há bons jornalistas, considera é que se calhar "há é comentadores a mais", principalmente nas televisões. Mas também manifestou alguma preocupação na dificuldade em "contratar para a política". "É difícil trazer gente para a política", comentou.
Quanto a conselhos para o próximo primeiro-ministro que for eleito após as legislativas marcadas para 10 de março, usou a gíria futebolística e disse que "um bom mister tem de apostar numa boa equipa".