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Ministra do Mar: "Ocean Race não apresentou até hoje qualquer proposta"
Ana Paula Vitorino disse que o Porto de Lisboa teve um encargo de mais de 12 milhões de euros com os três eventos da regata internacional que passaram pela capital. A ministra garante disponibilidade para a negociação, mas diz que a organização da prova não apresentou até hoje qualquer proposta.
A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, disse esta terça-feira no Parlamento que até à data nem o Governo nem a Administração do Porto de Lisboa (APL) receberam qualquer proposta da Ocean Race, a regata internacional de veleiros que passou pela capital portuguesa nas suas últimas três edições. Na comissão de Agricultura e Mar, a responsável afirmou ainda não ter "qualquer indicação da Câmara de Lisboa de que estejam em negociações".
No âmbito de um requerimento do PSD sobre o futuro do estaleiro permanente da Volvo Ocean Race, em Lisboa, Ana Paula Vitorino garantiu que do lado do Governo "não há nenhuma recusa de negociar", acrescentando que "gostaríamos que a Ocean Race nos apresentasse uma proposta para ser analisada e discutida". No entanto, garantiu que até esta manhã isso não tinha acontecido.
"Não existe nenhuma intenção por parte do Governo ou da APL de deixar de ter o ‘stop over’ da Ocean Race em Lisboa", afirmou a governante, explicando que os contentores ligados ao evento foram retirados na zona onde estavam por causa das obras de ampliação da Fundação Champalimaud, mas que "continuam numa área de jurisdição da APL".
"Não foram expulsos. Foram só movimentados para se fazer obra que estava contratada com a Fundação Champalimaud", disse.
Ana Paula Vitorino adiantou ainda aos deputados que o encargo com os três eventos para a APL foi superior a 12 milhões de euros, reconhecendo que aquela entidade "não teve qualquer retorno". "Mas isso não quer dizer que o evento não tenha tido retorno e não seja do interesse nacional", acrescentou.
A ministra explicou que chegou a estar previsto que a Direção-Geral da Política do Mar ficasse com metade do encargo, mas ele seria o dobro do seu orçamento. Também a Câmara de Lisboa suportou um custo de três milhões de euros, disse.
De acordo com a ministra do Mar, da avaliação que foi feita "atendendo à natureza do evento e curta duração, ele não gerava um acréscimo significativo no turismo".
Segundo apontou, "o busílis da questão são dois: por um lado a Volvo desinteressou-se do evento e já não está no consórcio que o prepara e, por outro lado, não foi apresentada qualquer proposta pela Ocean Race e não podemos obrigar ninguém a que a faça".