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Hotel a nascer no antigo restaurante da “curva do Mónaco” à venda por 8 milhões
O icónico espaço em Oeiras, palco de festas frequentadas pelo jet set lisboeta dos anos 1950 a 1970, que está devoluto há mais de uma década, encontra-se em fase de reabilitação e reconversão numa unidade hoteleira de quatro estrelas, com 54 quartos.
Em Caxias, na marginal que liga Lisboa e Cascais, a chamada "curva do Mónaco" deve o seu nome a um mítico espaço, outrora um local cheio de glamour, que se mantém degradado e devoluto há uma dúzia de anos.
Ícone da diversão noturna nas décadas seguintes, além de restaurante foi palco de festas frequentadas pelo jet set lisboeta nas décadas seguintes.
Inaugurado em 1956, foi buscar o nome ao principado de Rainier e Grace, que chegaram a visitar o local, nos anos 60, acompanhados pelos filhos Alberto e Carolina.
Nascido da inspiração do empresário Manuel Outerelo Costa e o maestro Shegundo Galarza, o Mónaco ainda manteve a aura após o 25 de Abril de 1974, quando muitos dos seus habituais e endinheirados clientes deixaram o país, mas, já nas mãos de outros proprietários, começou a entrar em declínio no final dos anos 80, tendo acabado por fechar.
Em 2008, o Mónaco renasceu pelas mãos do empresário Luís Quaresma e a escola Dançarte, mas a segunda vida do espaço foi curta, tendo pouco tempo depois encerrado definitivamente.
Implantado num terreno com mais de mil metros quadrados, o espaço viria a ser vendido, em 2014, a um grupo espanhol, por menos de 800 mil euros, que ganhou a corrida a um empresário português do setor da restauração e uma empresa com sede no Panamá.
Em janeiro passado, o jornal Público noticiava que havia um projeto de reconversão do espaço num hotel, o qual tinha sido colocado à venda por oito milhões de euros.
Passados dez meses, o Maxgroup, franchisado da rede imobiliária Remax, apresenta-se como a entidade que está a comercializar o imóvel, que "encontra-se em fase de reabilitação e reconversão em unidade hoteleira de quatro estrelas", avança, em comunicado enviado às redações, esta quarta-feira, 24 de novembro.
"Um projeto de reabilitação que mantém o nome da curva que o ladeia e que será constituído por 54 quartos, restaurante, salas de conferência, SPA, piscina, um ‘roof top’ e um bar que goza de vistas privilegiadas", realça, referindo que o projeto é assinado pelo arquiteto Pedro Mezia Lopes.
"Com amplas varandas, a fachada deste empreendimento manterá o atual revestimento cheio de história e ganhará altura para um melhor aproveitamento da vista sobre o Tejo e o oceano Atlântico", enfatiza o Maxgroup.
"Este empreendimento nasceu a partir de um edifício já existente, um restaurante bastante movimentado onde nasceram histórias que hoje são memórias que muitos descrevem como inesquecíveis. Esta é uma oportunidade imperdível de investimento no centro de Caxias, onde, para além do conforto interior do hotel, haverá uma vista tranquilizadora para o rio Tejo. Sem dúvida que não podíamos deixar de aproveitar a oportunidade de comercializar um projeto como o Hotel Mónaco’’, afirma Luís Silva, da direção de empreendimentos do Maxgroup.
No site da imobiliária, o preço de venda do imóvel mantém-se nos oito milhões de euros.
O Negócios questionou o Maxgroup sobre a identidade da proprietária do espaço, mas não obteve resposta até ao momento.