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Hotéis do Algarve já têm de ir recrutar ao Alentejo
Os patrões do sector do turismo reconhecem ao DN a existência de alguma precariedade nas relações laborais mas dizem que o maior problema da principal região turística do país é a falta de mão-de-obra especializada.
O sector do turismo e da hotelaria no Algarve reconhece a existência de "alguma precariedade" nos trabalhadores contratados na região, mas diz que o maior problema é a ausência de mão-de-obra na época alta, que obriga a ir recrutar a outros pontos do país e a pagar retribuições mais baixas.
"Neste ano tivemos de ir buscar pessoas ao Alentejo - implica contratar pessoas sem formação na área, e por isso os salários são mais baixos", afirmou o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, em declarações ao Diário de Notícias deste sábado, 8 de Outubro.
Álvaro Viegas, presidente da Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve (Acral), partilha da preocupação com a falta de mão-de-obra, atribuindo "alguma precariedade no sector" à sazonalidade associada ao turismo.
O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve (STIHTRS) reconhece que há um aumento "ligeiro" do emprego este ano – o DN refere que a taxa na região no segundo trimestre foi a mais baixa desde 2009, de 8,1% - mas que é conseguido à "base de trabalho precário."
Esta é a opção cada vez mais usada pelos "maiores grupos hoteleiros," numa altura em que "os quadros de pessoal continuam reduzidos ao mínimo," acusa o sindicalista Tiago Jacinto.
"O recurso à contratação temporária é uma realidade em zonas sazonais de todo o mundo. Se este problema não for resolvido, o recurso ao trabalho temporário é algo com que teremos de viver no futuro", defende Álvaro Viegas, que acrescenta que entre 40 a 50% dos estagiários a que as empresas recorrem conseguem colocação na firma.