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Funchal amarrado em Lisboa foi vendido em Londres a norte-americanos

O antigo ex-líbris da marinha portuguesa, que fez parte do falido grupo do empresário Rui Alegre, que afundou 150 milhões de euros do Montepio, tinha sido colocado à venda por um valor de 1,8 milhões pelo seu último dono, o também falido grupo inglês Signature Living.

O mítico paquete Funchal amarrou no Cais da Matinha, em Lisboa, a 2 de janeiro de 2015, e nunca mais de lá saiu.
12 de Fevereiro de 2021 às 14:48
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O mítico paquete Funchal, que está atracado há seis anos no Cais da Matinha, em Lisboa, "foi adquirido por um grupo de investidores norte-americanos", garantiu ao Negócios o consultor português da entidade compradora, sem a identificar nem revelar o valor da transação.

 

Uma informação que contraria o último relatório do corretor de navios grego "Anchor Shipbroking", que colocou o Funchal na lista de navios que foram vendidos "para abate".

 

"Não vai para a sucata. Isso não é verdade. O Funchal vai ser recuperado por investidores dos Estados Unidos, com quem tenho estado em contacto e a dar apoio", afiançou o mesmo consultor.

 

O navio tinha sido colocado à venda, por um valor base de 1,8 milhões, na leiloeira e corretora londrina de navios CW Kellock & Co Ltd, que fixou o dia 29 de janeiro como prazo limite para a apresentação de propostas.

 

O Funchal foi vendido pela massa falida da Signature Living, grupo britânico que tinha adquirido o navio, no final de 2018, por 3,9 milhões de euros, tendo entretanto colapsado após o eclodir da pandemia da covid-19.

 

Quando comprou o Funchal, a Signature Living chegou a criar uma página na internet de promoção do paquete, em que revelava que o iria levar para Ibiza, Espanha, onde seria usado como navio de festas – uma espécie de "beach club flutuante", com capacidade para 632 camas, vários bares e restaurantes, uma piscina, jacúzis e DJ conhecidos.

 

Mas o Funchal nunca chegou a levantar âncora de Lisboa, onde permanece, às portas do Parque das Nações, desde 2 de janeiro de 2015.

 

Funchal colapsou logo na viagem inaugural

 

Lançado ao mar em 1961, o mais emblemático dos navios portugueses de transporte de passageiros e de turismo de cruzeiros do último meio século faz parte do quarteto de navios comprado pelo empresário Rui Alegre (que foi casado com Paula Amorim), em 2013, ao falido grupo Classic Internacional Cruises (CIC), do grego George Potamianos, que tinha morrido um ano antes.

 

O projeto de navios de cruzeiro de Alegre viria a ruir com estrondo, deixando uma dívida da ordem dos 150 milhões de euros ao Montepio.

 

Três das quatro embarcações adquiridas foram parar à sucata, enquanto o Astoria foi recentemente resgatado em Londres, onde estava detido pelas autoridades locais, tendo agora sido novamente colocado à venda por 10 milhões de euros, depois de uma infrutífera primeira tentativa de alienação, em março passado, por 17,1 milhões.

 

Recorde-se que o Funchal, após um investimento de 22 milhões de euros sob a liderança de Alegre, voltou a zarpar em agosto de 2014, mas logo na viagem inaugural ficou retido em Gotemburgo. Depois amarrou em Lisboa e nunca mais de lá saiu.

 

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