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Das obras na Portela à diminuição da carga fiscal: o que pedem os agentes de viagens
Presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) afirma que obras no aeroporto de Lisboa são "a única via de evitar que a panela de pressão em que se transformou o tema das acessibilidades aéreas rebente nas mãos" do turismo.
"Urge resolver o problema do acesso a mão-de-obra. Não bastará aqui facilitar a imigração, embora todos reconheçamos que este é um primeiro passo que tem de ser dado", começou por referir o presidente da associação dos agentes de viagens, fazendo alusão à intenção do Governo de recrutar mão-de-obra além fronteiras, salientando que é necessário "impedir que redes de criminosos tomem conta dos processos de imigração".
A resolução do problema das obras do aeroporto de Lisboa é outro dos pontos urgentes, sendo, segundo Pedro Costa Ferreira, "a única via de evitar que a panela de pressão em que se transformou o tema das acessibilidades aéreas rebente nas mãos" do setor. "Se quisermos ser mais rigorosos, é a única via de minimizarmos as terríveis perdas decorrentes da não decisão relativamente à solução aeroportuária lisboeta", reforçou.
Até porque, acrescentou, "fica difícil perceber como gerir a pressão turística se não soubermos cuidar de um hub que representa a melhor arma de penetração nos mercados de long-haul", que são os que permitem trabalhar para além do verão, "ganhando e consolidando novos territórios turísticos".
A questão da carga fiscal foi outro dos problemas mais apontados ao longo destes dias. "Ficou claro que há muito que todos exigimos uma diminuição acentuada da carga fiscal, pelo menos sobre o trabalho", sublinhou, vincando que "enquanto isso não acontecer, impediremos o elevador social e continuaremos a ter dificuldade em reter talento".
O 47º Congresso da APAVT decorreu em Ponta Delgada, nos Açores, tendo reunido centenas de congressistas. Na penúltima noite, a associação anunciou que o evento do próximo ano, o 48º Congresso, rumará ao norte do país, mais concretamente à cidade do Porto.
Apesar dos desafios apontados, os presentes na sala mostraram que o setor do turismo, que, nas palavras do novo secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda, tem sido o "motor de recuperação de crises em Portugal", está preparado para, uma vez mais, enfrentar os desafios.
Sobre as agências de viagens em específico, o "atestado de saúde" foi passado pelo presidente da Confederação do Turismo (CTP), Francisco Calheiros. "À custa de tanto preverem a morte das agências de viagens, penso que já alcançaram a eternidade", vincou.