Notícia
Apesar da baixa procura, Governo lança nova linha de crédito de 150 milhões para turismo
Numa altura em que há duas linhas de crédito destinadas ao turismo que estão ativas e com apenas um terço da dotação contratada, o Governo prepara-se para lançar uma nova linha, no valor de 150 milhões.
As empresas de turismo só usaram um terço das linhas de crédito que foram criadas há cerca de meio especificamente para o setor, mas o Governo prepara-se para lançar, nas próximas semanas, um novo instrumento de financiamento. A garantia é dada pelo ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, que justifica que o objetivo é assegurar que as empresas mais afetadas pela pandemia mantêm liquidez.
O ministro falava na conferência "Retomar o Crescimento, organizada pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP), no âmbito do Dia Mundial do Turismo, que se celebra esta segunda-feira, 27 de setembro. "Teremos de continuar a assegurar que as empresas terão liquidez nestes próximos tempos. Por isso, continuaremos a disponibilizar linhas de crédito na medida do necessário. Algumas estão ainda ativas, mas, nas próximas semanas, iremos lançar uma nova linha de crédito de apoio à tesouraria", anunciou Siza Vieira na abertura da conferência, detalhando ainda que este instrumento terá uma dotação de 150 milhões de euros.
Esta nova linha já estava prevista no âmbito do Plano Reativar o Turismo. Quando apresentou este programa de 6 mil milhões de euros destinado a apoiar o setor, em maio, o Governo anunciou que seria lançada uma nova linha de crédito garantido pelo Estado destinada às empresas de turismo. Na alura, não foram adiantados detalhes sobre a mesma, nomeadamente qual a sua dotação e quais as suas condições.
Mais tarde, em julho, fonte oficial do Ministério da Economia adiantou que esta nova linha só seria lançada quando as outras linhas destinadas ao setor do turismo, ainda operacionais, fossem esgotadas. Estas, contudo, estão longe de serem utilizadas na totalidade, segundo detalhou, ao Negócios, a secretária de Estado do Turismo.
Em causa estão duas linhas de crédito. A primeira, lançada em fevereiro, com uma dotação de 100 milhões de euros, é destinada às agências de viagens e operadores turísticos. Até à data, de acordo com a secretária de Estado, foram concretizadas 56 operações no âmbito desta linha de financiamento, com um montante total contratado de 31 milhões de euros, o equivalente a cerca de 31% da dotação disponível.
A outra, lançada no final de abril, conta com uma dotação de 300 milhões de euros e destina-se às médias e grandes empresas do setor do turismo. Também aqui, só cerca de um terço do total foi utilizado pelas empresas: 304 candidaturas aprovadas, num montante total contratado de 94 milhões de euros.
Sobre estes números, Rita Marques admitiu que estão longe do esperado. "As linhas que lançámos já no primeiro semestre deste ano não estão a ter a execução que pensávamos que iriam ter. Já não tiveram a procura esperada", disse ao Negócios.
Mesmo assim, Pedro Siza Vieira confirma, agora, que haverá mesmo mais uma linha de crédito garantido pelo Estado, apesar da baixa procura por este tipo de instrumento que já se verifica.
Instrumentos de capitalização até ao fim do ano
Para além desta nova linha de crédito, o Governo prepara-se para lançar, ainda, os novos instrumentos para reforçar a capitalização das empresas.
"O apoio à recapitalização de empresas poderá ocorrer agora, em que já temos acordadas com a União Europeia acordadas as condições em que o Estado pode disponibilizar os apoios à recapitalização. Durante o último trimestre, lançaremos o programa de recapitalização estratégica, que apoiará empresas a recompor os seus balanços, depredados pela quebra da receita, através de instrumentos de capital ou quase capital", referiu Pedro Siza Vieira.
É também neste contexto que, no início do próximo ano, será lançado um programa para apoiar as empresas dos setores mais afetados que pretendam reduzir a dívida que contraíram ao abrigo das linhas de crédito covid-19. "O programa, que designámos como 'Reforçar', estará em funcionamento no início do próximo ano, imediatamente antes de terminarem os períodos de carência de capital destas linhas de crédito", avançou o ministro da Economia, sem revelar o montante que estará disponível para este programa.
Para além dos instrumentos de capitalização, o Governo vai apoiar os investimentos feitos pelas empresas de turismo para se adaptarem ao novo contexto, que exige medidas rigorosas de segurança e higiene. "Lançaremos, já nos próximos dias, o programa 'Adaptar Turismo', um incentivo financeiro a fundo perdido aos investimentos a realizar pelas empresas do setor para responder às novas necessidades".
Os apoios ao abrigo do "Adaptar Turismo" serão a fundo perdido desde que as empresas "coloquem montantes do mesmo valor para amortizarem o seu endividamento atual ao abrigo das linhas Covid". Ao mesmo tempo, haverá um limite de 15 mil euros de apoio por empresa.
Notícia atualizada pela última vez às 16h50 com mais informação.
O ministro falava na conferência "Retomar o Crescimento, organizada pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP), no âmbito do Dia Mundial do Turismo, que se celebra esta segunda-feira, 27 de setembro. "Teremos de continuar a assegurar que as empresas terão liquidez nestes próximos tempos. Por isso, continuaremos a disponibilizar linhas de crédito na medida do necessário. Algumas estão ainda ativas, mas, nas próximas semanas, iremos lançar uma nova linha de crédito de apoio à tesouraria", anunciou Siza Vieira na abertura da conferência, detalhando ainda que este instrumento terá uma dotação de 150 milhões de euros.
Mais tarde, em julho, fonte oficial do Ministério da Economia adiantou que esta nova linha só seria lançada quando as outras linhas destinadas ao setor do turismo, ainda operacionais, fossem esgotadas. Estas, contudo, estão longe de serem utilizadas na totalidade, segundo detalhou, ao Negócios, a secretária de Estado do Turismo.
Em causa estão duas linhas de crédito. A primeira, lançada em fevereiro, com uma dotação de 100 milhões de euros, é destinada às agências de viagens e operadores turísticos. Até à data, de acordo com a secretária de Estado, foram concretizadas 56 operações no âmbito desta linha de financiamento, com um montante total contratado de 31 milhões de euros, o equivalente a cerca de 31% da dotação disponível.
A outra, lançada no final de abril, conta com uma dotação de 300 milhões de euros e destina-se às médias e grandes empresas do setor do turismo. Também aqui, só cerca de um terço do total foi utilizado pelas empresas: 304 candidaturas aprovadas, num montante total contratado de 94 milhões de euros.
Sobre estes números, Rita Marques admitiu que estão longe do esperado. "As linhas que lançámos já no primeiro semestre deste ano não estão a ter a execução que pensávamos que iriam ter. Já não tiveram a procura esperada", disse ao Negócios.
Mesmo assim, Pedro Siza Vieira confirma, agora, que haverá mesmo mais uma linha de crédito garantido pelo Estado, apesar da baixa procura por este tipo de instrumento que já se verifica.
Instrumentos de capitalização até ao fim do ano
Para além desta nova linha de crédito, o Governo prepara-se para lançar, ainda, os novos instrumentos para reforçar a capitalização das empresas.
"O apoio à recapitalização de empresas poderá ocorrer agora, em que já temos acordadas com a União Europeia acordadas as condições em que o Estado pode disponibilizar os apoios à recapitalização. Durante o último trimestre, lançaremos o programa de recapitalização estratégica, que apoiará empresas a recompor os seus balanços, depredados pela quebra da receita, através de instrumentos de capital ou quase capital", referiu Pedro Siza Vieira.
É também neste contexto que, no início do próximo ano, será lançado um programa para apoiar as empresas dos setores mais afetados que pretendam reduzir a dívida que contraíram ao abrigo das linhas de crédito covid-19. "O programa, que designámos como 'Reforçar', estará em funcionamento no início do próximo ano, imediatamente antes de terminarem os períodos de carência de capital destas linhas de crédito", avançou o ministro da Economia, sem revelar o montante que estará disponível para este programa.
Para além dos instrumentos de capitalização, o Governo vai apoiar os investimentos feitos pelas empresas de turismo para se adaptarem ao novo contexto, que exige medidas rigorosas de segurança e higiene. "Lançaremos, já nos próximos dias, o programa 'Adaptar Turismo', um incentivo financeiro a fundo perdido aos investimentos a realizar pelas empresas do setor para responder às novas necessidades".
Os apoios ao abrigo do "Adaptar Turismo" serão a fundo perdido desde que as empresas "coloquem montantes do mesmo valor para amortizarem o seu endividamento atual ao abrigo das linhas Covid". Ao mesmo tempo, haverá um limite de 15 mil euros de apoio por empresa.
Notícia atualizada pela última vez às 16h50 com mais informação.