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Alojamento local perde 50 mil reservas em junho

Depois de a Alemanha e o Reino Unido terem passado Portugal ao 'vermelho', o número de cancelamentos no Alojamento Local disparou para valores recorde. Associação de defesa do setor pede ao Governo regresso de apoios a fundo perdido.

A Câmara de Lisboa quer trazer para o mercado habitacional imóveis do alojamento local que agora estão sem clientes.
Inês Gomes Lourenço
28 de Junho de 2021 às 15:42
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Cerca de 50 mil reservas feitas em Alojamento Local foram canceladas nas últimas semanas, sobretudo depois de o Reino Unido e a Alemanha terem voltado a colocar restrições a quem quer visitar Portugal.

Segundo a Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), as restrições colocadas a Portugal pelo aumento de casos, decorrente da nova variante Delta, "gerou uma nova vaga de cancelamentos nunca antes vista". 

Os cancelamentos atingiram em junho deste ano "os valores mais altos dos últimos 12 meses", já que, acrescenta a ALEP, foram canceladas 50 mil reservas nas últimas semanas.

O dia 4 de junho, quando Portugal saiu da lista verde do Reino Unido, e o dia 27 de junho, quando entrou na lista vermelha da Alemanha, "foram os dois piores dias de sempre" em termos de cancelamento, sublinha a ALEP. Só no passado domingo foram canceladas três mil reservas. 

"Tem sido uma montanha-russa de sobe e desce que se altera em poucas semanas. Em maio, com a entrada na lista verde do Reino Unido sentimos de imediato uma esperança de um verão aceitável com um ressurgimento das reservas. Agora, cerca de um mês depois, o cenário inverte-se e temos o verão praticamente comprometido que arrisca ser pior ainda que o do ano passado",
afirma Eduardo Miranda, presidente da ALEP, citado em comunicado.

Para a associação, o Governo "precisa adaptar-se rapidamente a esta mudança de realidade". Lembrando que, em maio, com os primeiros sinais de retoma, "foram cortados quase todos os apoios", a ALEP avisa que, com esta mudança de cenário, e "se não houver um novo balão de oxigénio de imediato e com fundo perdido, o setor não vai resistir". 

"É urgente reativar, para estes grupos mais fragilizados programas com fundo perdido do género do Apoiar ou algo similar para ajudar a suportar esta nova quebra. Mesmo o apoio a Tesouraria das Micro e Pequenas do Turismo de Portugal, que teve o fundo perdido cortado em maio, precisa ser retomado com efeitos retroativos", afirma.
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