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Açores lideram crescimento na ocupação hoteleira

Os hoteleiros estão optimistas com o Verão que vem aí. Nem a greve da TAP e o abrandamento da actividade em Abril servem para desmotivar. Madeira, Lisboa e Porto são líderes no número de quartos ocupados.

Lagoa das Sete Cidades: Carlos e D. Amélia ficaram conquistados. Hoje, a vista é conhecida como Vista do Rei. A Lagoa das Sete Cidades é o maior reservatório de água doce dos Açores e considerada uma das sete maravilhas naturais de Portugal. Diz a lenda que as lágrimas de uma princesa e de um pastor enamorados ditaram as cores azul e verde de cada uma das lagoas.
Miguel Baltazar/Negócios
17 de Junho de 2015 às 13:57
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Os Açores foram a região que mais cresceu em termos de ocupação hoteleira nos primeiros quatro meses do ano. Entre Janeiro e Abril, os hotéis do arquipélago registaram taxas de ocupação de 40%, o que representa uma subida homóloga superior a oito pontos percentuais.

 

A justificar o cenário está a liberalização do espaço aéreo açoriano, com a entrada das companhias "lowcost" no final de Março. Em Abril, a taxa de ocupação foi já de 58%, com um preço médio a rondar os 55 euros. O Revpar (receita por quarto disponível) continua, contudo, abaixo da média nacional.

 

É o caso de destaque numa hotelaria portuguesa onde todos os indicadores cresceram "a um bom ritmo" no primeiro quadrimestre de 2015. No país, a taxa de ocupação foi de 52%. Em média, cada quarto custou quase 64 euros e gerou receitas de 33 euros entre Janeiro e Abril.

 

Neste período, Madeira (71%), Lisboa (66%) e Grande Porto (55%) lideram as taxas de ocupação. Considerando só o mês de Abril, a capital ganha a liderança (82%), praticando um preço médio próximo dos 89 euros.

 

A única "preocupação" para a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) é mesmo a estada média, que se mantém abaixo dos dois dias (1,87 dias), acentuada pelas assimetrias regionais que se mantêm no país.

 

Apesar disso, os hoteleiros ouvidos pela AHP estão confiantes quanto ao desempenho neste Verão (para o período entre 1 de Julho e 30 de Setembro). Uma taxa de ocupação acima dos 80% é esperada por 58% dos inquiridos. No ano passado, eram apenas 37% a acreditar neste cenário.

 

Norte, Açores e Alentejo são as regiões mais optimistas. Por sua vez, apenas o Alentejo espera manter os níveis registados no Verão passado. O maior contributo deverá vir dos mercados português, espanhol, francês, britânico e alemão.

 

Nem o ligeiro abrandamento da actividade turística em Abril serve para desmotivar o sector. Uma vez que este ano a Páscoa teve mais impacto em Março, "trata-se de um mero efeito de calendário", explica a presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira. "O primeiro trimestre está a aproximar-se dos máximos históricos de 2007 e 2008 [níveis pré-crise]", recorda.

 

Já os efeitos dos 10 dias de greve na TAP, entre 1 e 10 de Maio, não tiveram um impacto tão grande como o sector esperava, devido aos serviços mínimos e à garantia de realização de 70% dos voos. "Tudo junto e combinado, o efeito na hotelaria não foi tão relevante", aponta Cristina Siza Vieira, que acredita num "bom mês de Maio".

 

Entre Janeiro e Abril, Portugal registou 4,2 milhões de turistas, o que representa um crescimento homólogo de 8,6%. Nas dormidas em Portugal, os estrangeiros representam 51% da procura. 

 

Retrato do sector hoteleiro

No final de 2014, existiam 1.267 unidades hoteleiras em Portugal. Em 2015, já abriram outros 18 hotéis e uma pousada.

 

Já os dados recolhidos até 16 de Junho, revelam a existência de 15.433 unidades de alojamento local, com destaque para o Algarve. Os hostels representam 1% do total.

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