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Ponta Delgada depende dos serviços para exportar

Quando pensamos em Açores, pensamos em alimentos. Porém, embora essa seja a sua principal exportação de bens, é graças aos serviços que Ponta Delgada vende mais do que compra ao exterior.

16 de Junho de 2015 às 00:01
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Os números contam a história. Em 2014, Ponta Delgada exportou 26,7 milhões de euros em bens, dos quais 5,5 milhões foram leite, lacticínios e ovos (integrados em "produtos do reino animal"). Valores muito baixos quando comparados com os 79,8 milhões de euros exportados pela Sata Internacional (mais 1,1 milhões da Sata Air Açores), que não aparecem nas exportações de bens, publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Constituem exportações de serviços. 


Se contarmos apenas com a venda de bens, Ponta Delgada apresenta um significativo défice comercial. Em 2014, fixou-se nos 27,7 milhões de euros, mas em 2012 chegou a estar nos 78,5 milhões. Se as exportações de serviços contassem, provavelmente o concelho até seria excedentário, tendo em conta os quase 80 milhões de euros que vêm da Sata.


Tirando os serviços e os produtos alimentares, Ponta Delgada destaca-se ainda pela venda ao exterior de combustíveis, ao qual não é alheio o facto de a quarta maior exportadora do município ser a Bencom, uma empresa de armazenagem e comércio de combustíveis, em particular para os cargueiros e cruzeiros. Porém, essa exportação tem um custo: importar os combustíveis para posterior venda ao exterior. Para exportar 2,7 milhões de euros, a Bencom tem de importar 62 milhões de euros.


Aliás, os produtos minerais são a categoria de bens que mais aprofunda o défice comercial de Ponta Delgada, com um contributo negativo de mais de 18 milhões. Os produtos do reino animal dão um contributo positivo de 8,8 milhões de euros.


No total, em 2013, as exportações de Ponta Delgada até cresceram a um ritmo mais elevado do que no resto do País, avançando 12,1%, enquanto a média nacional foi 7%. Contudo, o universo é muito reduzido. No seu todo, 17% das empresas portuguesas exportam, mostram os dados da Informa DB. Em Ponta Delgada? Apenas 3%.

 

 
Forças
Paisagem Natural As paisagens continuam a ser o principal motivo a justificar deslocações turísticas.
Profissionalização do turismo Hotelaria e restauração têm procurado oferecer propostas diferenciadas e valorizando as tradições açorianas.
Reforço das infra-estruturas A aposta na rede rodoviária tem sido crescente.
 
Fraquezas
Custo do transporte O sistema não está ainda oleado para permitir poupanças substanciais aos empresários.
Escala do mercado A reduzida dimensão do mercado açoriano impede investimentos mais acentuados.
Fraco reconhecimento Apesar dos esforços, a marca Açores ainda é desconhecida em grande parte do globo. 
 
Ameaças
Fim das quotas leiteiras O fim das quotas leiteiras na União Europeia poderá levar a um aumento da produção de leite nos 27, pressionando
os preços na principal actividade agro-pecuária do concelho.
Redução dos apoios à pesca A actividade piscatória tem vindo a perder peso com a diminuição dos subsídios.
 
Oportunidades
Entradas das companhias "low-cost" A liberalização do espaço aéreo e a entrada das companhias aéreas está a impulsionar o investimento no turismo.
Novo quadro comunitário O Portugal 2020 permitirá o reforço do investimento no concelho e nos Açores.
Mercado da saudade Os emigrantes nos EUA e Canadá são uma porta de entrada para a exportação. 

 

 

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