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Os números contam a história. Em 2014, Ponta Delgada exportou 26,7 milhões de euros em bens, dos quais 5,5 milhões foram leite, lacticínios e ovos (integrados em "produtos do reino animal"). Valores muito baixos quando comparados com os 79,8 milhões de euros exportados pela Sata Internacional (mais 1,1 milhões da Sata Air Açores), que não aparecem nas exportações de bens, publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Constituem exportações de serviços.
Se contarmos apenas com a venda de bens, Ponta Delgada apresenta um significativo défice comercial. Em 2014, fixou-se nos 27,7 milhões de euros, mas em 2012 chegou a estar nos 78,5 milhões. Se as exportações de serviços contassem, provavelmente o concelho até seria excedentário, tendo em conta os quase 80 milhões de euros que vêm da Sata.
Tirando os serviços e os produtos alimentares, Ponta Delgada destaca-se ainda pela venda ao exterior de combustíveis, ao qual não é alheio o facto de a quarta maior exportadora do município ser a Bencom, uma empresa de armazenagem e comércio de combustíveis, em particular para os cargueiros e cruzeiros. Porém, essa exportação tem um custo: importar os combustíveis para posterior venda ao exterior. Para exportar 2,7 milhões de euros, a Bencom tem de importar 62 milhões de euros.
Aliás, os produtos minerais são a categoria de bens que mais aprofunda o défice comercial de Ponta Delgada, com um contributo negativo de mais de 18 milhões. Os produtos do reino animal dão um contributo positivo de 8,8 milhões de euros.
No total, em 2013, as exportações de Ponta Delgada até cresceram a um ritmo mais elevado do que no resto do País, avançando 12,1%, enquanto a média nacional foi 7%. Contudo, o universo é muito reduzido. No seu todo, 17% das empresas portuguesas exportam, mostram os dados da Informa DB. Em Ponta Delgada? Apenas 3%.
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