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Transportadora Scotturb acredita que fim de operação em Cascais é provisória
A empresa de transporte Scotturb, que deixou esta terça-feira de operar no concelho de Cascais, acredita que a situação pode ser "provisória", uma vez que ainda decorre em tribunal uma ação contra o concurso público que ditou o seu afastamento.
25 de Maio de 2021 às 16:23
A partir de hoje, o concelho de Cascais, no distrito de Lisboa, passou a ser servido pela empresa de transporte espanhola Martin, que substituiu a Scotturb, após a realização de um concurso público internacional.
Contudo, num esclarecimento enviado à agência Lusa, fonte da Scotturb disse que a entrada em operação da Martin "é meramente provisória e muito precária".
Para suportar esta posição, a empresa dá conta de uma sentença recente do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa que reconheceu "a manifesta ilegalidade da adjudicação feita a favor da Martin, anulava o contrato" que o município de Cascais celebrou com a empresa espanhola e "condenava a autarquia a celebrar o contrato com a Scotturb".
"A Martín, que, inexplicavelmente, se manteve completamente ausente durante todo o processo, veio depois interpor recurso da referida sentença, tal como também o fez o município de Cascais", refere a Scotturb.
No entanto, "no contencioso administrativo o efeito dos recursos é meramente devolutivo", motivo pelo qual a Câmara de Cascais "não tem de executar a sentença enquanto não houver uma decisão final e definitiva dos tribunais superiores", defende a empresa, que também opera nos municípios de Sintra e de Oeiras.
"Estas são questões cuja decisão cabe exclusivamente aos tribunais, sendo que, até agora, a única decisão que existe é totalmente favorável à Scotturb", sublinha a empresa.
A Martin, que assegura o transporte na região metropolitana de Madrid, foi uma das três empresas que concorreu ao concurso público internacional para a prestação do serviço público de transporte no concelho de Cascais, juntamente com a Scotturb e a Ovnitur.
Na segunda-feira, em declarações à Lusa, o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz (PSD), afirmou que a mudança de operador traz "uma melhoria radical no serviço prestado dentro do concelho.
O autarca referiu que com a entrada do novo operador será possível duplicar a oferta e melhorar a qualidade do serviço de transporte.
Relativamente ao contencioso jurídico com a Scotturb, Miguel Pinto Luz afirmou tratar-se de uma situação legal e normal, ressalvando que "não há nada que impeça a entrada em funcionamento da nova empresa".
"A Scotturb decidiu, no exercício das suas liberdades, garantias, interpor uma ação contra o município de Cascais, tentando garantir aquilo que acha que são os seus direitos legítimos. Nós estamos a defender os interesses de Cascais", apontou.
Além da gratuidade para residentes, trabalhadores e estudantes no concelho de Cascais, já assegurada desde 2020, a nova operação contempla autocarros com um sistema de videovigilância, lugares e rampa de acesso para mobilidade reduzida e 'wi-fi' gratuito.
Além disso, é previsto que a nova rede de transporte público rodoviário municipal aumente para 41 linhas (atualmente são 31) e que haja uma maior frequência horária.