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Trabalhadores começam a acreditar no futuro na Carris, utentes não notam melhorias

Representantes dos trabalhadores da rodoviária Carris mostraram-se hoje, seis meses depois da municipalização, "mais certos de que a empresa tem futuro", falando em "indícios da recuperação", que não são notados pelos utentes quanto ao serviço prestado.

Miguel Baltazar/Negócios
01 de Agosto de 2017 às 09:44
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"Os trabalhadores estão mais certos de que a empresa vai ter um futuro, até porque já começam a ver indícios da recuperação, nomeadamente com a compra de autocarros, para os quais foram lançados concursos e procedeu-se à admissão de motoristas", disse à agência Lusa o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA), Sérgio Monte.

A transferência da gestão da Carris para a alçada da Câmara de Lisboa foi concretizada a 1 de Fevereiro passado.

Falando a propósito da data, Sérgio Monte referiu que "já se começa a notar que a empresa poderá entrar num caminho contrário ao que vinha a acontecer, que era o de decadência gradual", até porque "está pacificada".

O sindicalista deu conta de que "a administração desencadeou um processo negocial tendente a rever o acordo empresa", que espera estar concluído ainda este ano.

Contudo, alertou que "chegou o momento de os trabalhadores também verem as suas reivindicações satisfeitas", nomeadamente quanto aos aumentos salariais.

Visão diferente tem Cecília Sales, da Comissão de Utentes Dos Transportes Públicos.

"Pelas palavras do senhor presidente da Câmara [o socialista Fernando Medina], a rede da Carris vai levar 10 anos" até funcionar bem, assinalou, justificando que, por isso, "as melhorias não se notam".

"Notar-se-iam se houvesse mais carreiras, se os autocarros não tivessem tanto tempo de espera", apontou, recordando que "o desinvestimento foi muito" nos últimos anos.

Em Julho, começaram a funcionar as cinco primeiras linhas da Rede de Bairros da Carris nas freguesias de Marvila, Olivais, Santa Clara e Parque das Nações, numa aposta que visa permitir deslocações quotidianas.

Falando sobre este projecto, Cecília Sales referiu que, nalguns casos, são reformuladas carreiras já existentes, nomeadamente nas freguesias dos Olivais e do Parque das Nações, razão pela qual "não houve inovação nenhuma".

Além disso, os autocarros usados "estão em muito mau estado de conservação", observou.

Também em declarações à Lusa, o vogal do conselho de administração da Carris Realinho de Matos defendeu que, neste primeiro semestre de gestão municipal, "houve uma clarificação da estratégia", passando a "haver muito maior proximidade entre a entidade accionista e a empresa".

Ainda assim, admitiu, "a Carris teve um enorme declínio na sua actividade e na oferta do seu serviço".

"Neste momento, o que acontece é que já parou esse declínio e começou a retomar, ainda de forma gradual, em quantidade e em qualidade, o serviço", afirmou.

O responsável assinalou que, até ao momento, foram registadas mais 470 mil viagens de utilizadores com 65 ou mais anos, que passaram a ter desconto nos passes.

Por seu lado, verificaram-se mais 100 mil viagens de crianças até 12 anos, que passaram a poder circular gratuitamente na Carris.

Até 2020, a autarquia tenciona adquirir 250 novos autocarros e contratar 220 motoristas, num investimento de 80 milhões de euros.

Realinho de Matos adiantou que já foram contratados 53 motoristas e guarda-freios, estando também a decorrer um concurso para a aquisição de 165 novos veículos a gás natural ou eléctricos. Estes últimos chegam "no segundo semestre de 2018", estimou.
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