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STCP melhora contas nas mãos dos autarcas e chega a acordo salarial com os trabalhadores
Já sob gestão das seis autarquias onde opera, a STCP fechou os primeiros seis meses deste ano com um EBITDA recorrente positivo e mais 16% de rendimentos do que há um ano. E 20 anos depois, voltou a selar um acordo salarial com os sindicatos.
A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, que desde o início deste ano passou a ser gerida pela seis autarquias (Porto, Matosinhos, Maia, Gaia, Valongo e Gondomar) onde opera, transportou 37 milhões de passageiros no primeiro semestre, "mantendo o nível de procura do período homólogo do ano anterior e um acréscimo de 6,8% face a idêntico período de 2016", enquanto a receita de serviço de transporte registou um aumento homólogo de 4,8%, destaca a empresa, em comunicado.
Já o EBITDA (lucro antes dos juros, impostos e depreciações) recorrente nos primeiros seis meses de 2018 foi positivo em 1,2 milhões de euros, "assinalando um forte crescimento de 2,2 milhões de euros face ao semestre homólogo de 2017", enquanto os rendimentos aumentaram 16% (mais 3,8 milhões de euros).
Já os gastos recorrentes aumentaram 6,5% (1,6 milhões de euros), "explicados essencialmente do acréscimo dos gastos com pessoal, fruto do impacto das reposições decorrentes dos Instrumentos de Regulamentação Colectiva de Trabalho, conforme o previsto nas Leis dos Orçamentos de Estado de 2017 e 2018", detalha a transportadora.
Entretanto, esta terça-feira, 14 de Agosto, a administração da STCP e as organizações representativas dos trabalhadores da empresa celebraram um "memorando de entendimento relativamente às remunerações salariais com validade para os anos de 2018 e 2019", algo que "já não se verificava há cerca de duas décadas".
Em assembleia geral realizada esta terça-feira, o accionista Estado aprovou, além das contas da empresa relativas a 2017, a proposta do Plano de Actividades e Orçamento para 2018, destacando-se a autorização para "a contratação de 56 novos trabalhadores, com 48 a afectar à operação do modo autocarro (28 no ano de 2018 e 20 no ano de 2019), assim como a autorização para proceder "à substituição de até 63 trabalhadores, para substituição de saídas por motivo de reforma".
Foi também dada autorização para a empresa realizar um investimento "até ao limite de 25,8 milhões de euros, sendo que destes, 18,8 milhões se referem a custos directos associados á renovação da frota".
No final de Junho passado, estavam ao serviço 12 novos autocarros (seis eléctricos e seis a gás natural), "prevendo-se, até ao final do ano, a entrega da totalidade dos 15 autocarros eléctricos e de 35 autocarros a gás natural, do lote dos 188 autocarros a receber até final de 2020", avança, ainda, a empresa, no mesmo comunicado.
A STCP fechou o exercício de 2017 com prejuízos de 14,9 milhões de euros, menos 445 do que no ano anterior.
Foi a 2 de Janeiro que tomou posse a nova administração, presidida por Paulo Azevedo, que marcou o início do contrato de gestão de serviço público e de delegação de competências entre o Estado, a Área Metropolitana do Porto e os seis municípios nos quais a empresa opera.