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Sector aeronáutico português vive período "dourado"

O director-geral da associação portuguesa de indústria aeroespacial (PEMAS), Sérgio da Cunha Oliveira, disse hoje à Lusa que "o sector aeronáutico português atravessa um período dourado" que pode significar um "ponto de viragem" para esta indústria.

19 de Junho de 2013 às 08:53
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Em declarações à margem do salão aeronáutico internacional de Le Bourget, arredores de Paris, Sérgio Oliveira sustentou que a indústria aeronáutica portuguesa beneficia neste período de forte investimento estrangeiro e de um programa de desenvolvimento industrial, duas situações que raramente se conjugam.

 

Ainda assim, o director geral da PEMAS realça a necessidade de "um claro apoio estatal e uma clara coordenação estratégica a longo prazo".

 

"Estamos num período muito particular no setor aeroespacial, em que temos um investimento estrangeiro muito forte em Portugal, o caso da Embraer, temos um alinhamento claro com as iniciativas geradas pela EEA - Empresa de Engenharia Aeronáutica, dentro do âmbito dos programas da Embraer. É uma ferramenta óptima para a dinamização do sector", afirmou.

 

Com o programa KC-390 da Embraer Portugal, desenvolve-se pela primeira vez numa fase inicial um programa aeronáutico, com a vantagem de acompanhar todo o processo de aprendizagem em conjunto com o fabricante, o que pode capacitar a indústria portuguesa para fazer parte da cadeia de fornecimento quando a aeronave estiver em processo de fabricação.

 

"Temos duas unidades de fabricação da Embraer em Portugal, a Embraer está bastante avançada no desenvolvimento de um avião novo. Será o maior avião da Embraer, até à data. É um avião de componente militar com características diferentes do que é normal ser feito", explica o director geral da PEMAS.

 

O investimento da Embraer em Portugal "em conjugação com um programa de desenvolvimento vai permitir a Portugal crescer de uma forma pouco normal para o setor" aeronáutico.

 

"Vai haver um investimento inicial, um suporte às empresas, a ideia é que daqui a 20 anos se multiplique o nosso investimento, seja em externalidades positivas, seja em retorno sobre o investimento directo com o aumento do PIB. Mas terá este resultado a 15/20 anos", acrescentou.

 

"Tem que haver uma intervenção estratégica e um alinhamento estratégico nacional, nomeadamente governamental. (...) Nunca damos o primeiro passo porque o primeiro passo é bastante doloroso, mas se não o dermos daqui a 20 anos estamos na mesma", concluiu Sérgio da Cunha Oliveira à margem 50.ª edição do Salão Internacional da Aeronáutica, Le Bourget.

 

O certame, na região de Paris, acolhe este ano 19 empresas portuguesas até ao próximo domingo.

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