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Retomado tráfego de cargueiros pelo Mar Vermelho

Companhia petrolífera britânica BP, mas também a CMA CGM, a Hapag-Lloyd e a Maersk estavam a usar rotas alternativas. Iniciativa de segurança multinacional, liderada pelos EUA, dá agora conforto às empresas para retomarem as rotas.

Rebeldes houthis têm atacado alguns navios ao largo do Iémen. Estados Unidos juntaram aliados para reforçar segurança daquel rota comercial.
Rebeldes houthis têm atacado alguns navios ao largo do Iémen. Estados Unidos juntaram aliados para reforçar segurança daquel rota comercial. Mohamed Hossam/EPA
26 de Dezembro de 2023 às 19:33
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As grandes empresas de transporte marítimo estão a preparar-se para retomar as operações através da rota do Mar Vermelho e do Golfo de Adén, que está sob controlo do movimento político-religioso houthi, do Iémen. Para esta decisão contribuiu uma iniciativa de segurança multinacional, liderada pelos Estados Unidos.

A missão internacional conta com mais de 20 países, mas o número pode aumentar, já que Washington continua a consultar os seus aliados e parceiros que partilham o princípio fundamental da liberdade de navegação.

A dinamarquesa Maersk interrompeu o tráfego dos navios porta-contentores, ao longo da rota do Mar Vermelho, em 15 de dezembro, mas já anunciou que está a preparar o regresso. “Com a iniciativa em vigor, estamos a preparar-nos para permitir que os navios retomem o trânsito através do Mar Vermelho, tanto no sentido Leste, como no sentido Oeste”, anunciou em comunicado. Contudo, a Maersk notou que continuam a persistir risco de segurança na área em questão, acrescentando que não hesitará em reavaliar a situação.

Por sua vez, a alemã Hapag-Lloyd, que suspendeu as viagens na mesma altura, prevê retomar a rota esta quarta-feira.

A petrolífera britânica BP, a empresa de carga MSC e a francesa CMA CGM, do mesmo setor desta última, eram outras três grandes companhias que anunciaram a suspensão das rotas pelo Mar Vermelho, além da Maersk e da Hapag-Lloyd

Em causa estão ataques das milícias houthis do Iémen a navios que têm viajam pela região do mar Vermelho, na rota de Bab al-Mandab, que tem o nome do estreito por onde passa, ao largo do Iémen, separando o Oceano Índico e o mar Vermelho. Os ataques do grupo decorrem há várias semanas, mas intensificaram-se em meados de dezembro.

Cerca de 30% do comércio mundial de contentores passa pelo Canal do Suez. Esta é uma importante rota particularmente para o transporte de crude e combustíveis da região do Golfo em direção ao Mediterrâneo, seja através do Canal do Suez, ou do oleoduto SUMED – que vai do mar Vermelho até ao Mediterrâneo, atravessando o Egito.

Novas explosões detetadas

Explosões foram ouvidas e mísseis foram avistados hoje perto de navios que transitavam pelo Mar Vermelho, relatou a agência britânica de segurança marítima UKMTO.

Segundo a agência, foram ouvidas explosões perto de Hodeida, um porto no oeste do Iémen, mas os dois navios que ali passavam perto e as suas tripulações estão seguros.

Os ataques não foram reivindicados, mas, nas últimas semanas, os houthis aumentaram os ataques perto do estratégico Estreito de Bab el-Mandeb.

Os rebeldes iemenitas, apoiados pelo Irão, alertaram que, em solidariedade com Gaza, terão como alvo os navios com ligações a Israel que naveguem no Mar Vermelho, ao largo da costa do Iémen.

 

Maersk anuncia regresso mas reconhece que riscos na área ainda persistem.
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