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Reino Unido tem dez dias para resolver crise dos camionistas e salvar o Natal
A crise da falta de motoristas está a agravar-se e o setor do retalho teme falhas no abastecimento de bens essenciais em breve.
Os britânicos estão a atravessar uma crise profunda de falta de mão de obra no setor do transporte pesado que, aliada à escalada dos preços da energia e aos constrangimentos que ainda se vivem pela pandemia de covid-19, pode em breve provocar uma rotura de stock no setor do retalho e criar dificuldades no abastecimento de bens essenciais. O Brexit é também outro fator que contribuiu para a escassez, uma vez que muitos profissionais preferiram ficar na Europa e abandonar o país.
"Os condutores de pesados são a cola que une as nossas cadeias de abastecimento. Sem eles, não podemos transportar mercadorias entre fornecedores, armazéns e lojas", indicou à Reuters Andrew Opie, do consórcio do retalho britânico. "Se não encontrarmos motoristas nos próximos 10 dias, é inevitável que termos uma interrupção significativa no período que antecede o Natal."
A falta de mão de obra está ainda a provocar uma corrida aos postos de gasolina, que registam longas filas em todo o país, depois da BP e da Esso da ExxonMobil terem sido obrigadas a fechar gasolineiras por falta de motoristas para transportar o combustível.
Governo quer aliviar regras da imigração
Entretanto, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deu luz verde para que fossem aliviadas as regras de imigração do Reino Unido de forma a permitir que mais motoristas estrangeiros entrem no país. "O Boris está completamente farto de más manchetes sobre o assunto e quer que tudo seja resolvido e nem se importa mais com os limites do visto", indica uma fonte citada pelo Finantial Times.
Os ministros britânicos devem reunir-se nesta sexta-feira para tentar resolver o problema. A indústria de transportes britânica afirma que serão necessários cerca de 100.000 motoristas compensar a atual crise.