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PSD questiona Governo quanto às remunerações dos membros da administração da TAP
Numa altura em que a TAP atravessa uma crise sem precedentes são anunciados aumentos salariais para três membros da administração. O Governo permanece em silêncio quanto a esta problemática e PSD pede explicações.
Depois de ter sido anunciado esta segunda-feira (dia 28 de dezembro) que os três administradores da TAP passariam a auferir quase o dobro dos seus atuais rendimentos, o PSD questionou o Governo quanto a estas subidas, aos valores em causa e à viabilidade da proposta.
Numa altura em que a companhia aérea portuguesa atravessa uma crise sem precedentes e se encontra na iminência de realizar o maior despedimento coletivo público de que há memória, são anunciados diversos aumentos que geram controvérsia.
O próprio CEO interino, Ramiro Sequeira, segundo as informações divulgadas, beneficia de um aumento superior a 100%, passando desta forma a auferir 500 mil euros anuais.
O PSD contesta estes aumentos e pede uma explicação ao Governo de António Costa. "Não será deste modo que se encontra a paz social na empresa e se criam as condições para que qualquer plano seja coroado de êxito. Não será deste modo, manchando a reputação da empresa e descredibilizando-a perante Bruxelas, decidindo em sentido oposto ao que está inscrito no plano de reestruturação para os demais trabalhadores, que se negoceia com a Comissão Europeia em condições adequadas", reforça o partido num comunicado.
"O Governo ainda não deu - e as suas decisões não apontam nesse sentido - quaisquer garantias que o dinheiro que se coloca na TAP será bem empregue e que a empresa não continue a ser o que foi até aqui em termos de prejuízos e insustentabilidade", realçam os deputados do partido de Rui Rio.
Também os bloquistas já contestaram, através de uma questão enviada ao Ministério das Infraestruturas e Habitação, esta proposta e pedem ao Governo e a Pedro Nuno Santos que revelem se deram, ou não, o seu aval e se se encontram disponíveis para rever esta decisão.
Estes aumentos carecem ainda de explicação por parte do Governo português, que até à data se manteve silêncio e ainda não deu a conhecer o plano de reestruturação que será objeto de negociação em Bruxelas.