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Portway anuncia despedimento de cerca de 200 trabalhadores
A Portway, empresa de "handling" detida pela ANA, anunciou esta quarta-feira a redução de postos de trabalho na sequência da não renovação de contratos com a Ryanair.
A administração da Portway anunciou esta quarta-feira que irá proceder a um reajustamento do número de trabalhadores na sequência da resolução dos contratos com a Ryanair para a prestação de serviços de handling nos aeroportos de Faro, Porto e Lisboa.
Em comunicado, a administração da Portway garante que "desenvolveu todos os esforços para encontrar soluções que minimizassem as consequências da opção da Ryanair, que resulta da política de ‘self-handling’ prosseguida pela companhia aérea logo que atinge massa crítica nos diversos mercados em que actua".
Por esse motivo, a empresa detida pela ANA diz que "não pode deixar de proceder a um reajustamento para continuar a ser uma companhia eficiente, competitiva e sustentável, garantindo a segurança dos postos de trabalho à enorme maioria dos seus 2.165 colaboradores".
"Estamos e vamos continuar a fazer tudo o que está ao nosso alcance para minimizar as consequências sociais da redução de cerca de 33% da nossa actividade", afirma ainda a administração da empresa liderada por Ponce de Leão.
A Portway garante ter reduzido "ao mínimo indispensável a restruturação a implementar em termos de redução de postos de trabalho", que admite "poder não ultrapassar os 8% a 10% do efectivo caso seja possível garantir a conversão a tempo parcial de um conjunto determinado de postos de trabalho". Tendo em conta o efectivo da empresa, estariam em causa entre 173 e 216 postos de trabalho.
A empresa explica ainda ter decidido utilizar a capacidade negocial gerada no processo de resolução da relação comercial com a Ryanair "para garantir aos trabalhadores da Portway prioridade no processo de admissão a efectuar por esta empresa no Porto e Lisboa".
Por seu lado, os trabalhadores da Portway, nomeadamente em Faro, que não sejam admitidos na Ryanair, "poderão vir a ser integrados numa bolsa de recrutamento para complementar a necessidade de mão-de-obra nas épocas de maior tráfego aéreo, e naturalmente para preencher as vagas geradas pelo crescimento de actividade esperada para os próximos anos", frisa ainda a empresa.
A Portway adianta ainda ter decidido informar "as estruturas sindicais e todos os colaboradores envolvidos com a máxima antecedência possível independentemente do período mínimo de aviso prévio e da data efectiva de cessação da necessidade da sua prestação de trabalho".
No comunicado, acrescenta ainda que para aqueles trabalhadores que, por diferentes razões, não vejam garantida pela Ryanair a disponibilidade de um posto de trabalho, "a compensação atribuída, as garantias sociais e a possibilidade de contratação a termo pela própria Portway permitirá aos colaboradores abrangidos um rendimento disponível pelo período de três a quatro anos semelhante ao que aufeririam se não ocorresse o presente processo".
"Acredita-se que este período será o suficiente para aproximar os níveis de actividade futura dos que se verificam até à resolução dos contratos com a Ryanair", conclui.
Na semana passada, o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) veio a público denunciar o despedimento colectivo de "várias centenas" de trabalhadores da Portway nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, na sequência da não renovação dos contratos com a Ryanair.
Reagindo a estas declarações, a Ryanair veio dizer que não renovou o contrato com a Portway porque "na sequência de 18 meses de discussões" com a empresa, relativas ao contrato de "handling" em Faro, "não foi possível estabelecer acordo para renovar o contrato". Isto, explica a companhia aérea "low cost", porque "a Portway apresentou uma proposta que contemplava o aumento de preços para este serviço".
De acordo com a "low cost", depois deste desfecho com a negociação do contrato de "handling" em Faro, "a Portway cancelou os contratos de 'handling' também em Lisboa e Porto".
(notícia actualizada às 18:25 com mais informação)