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Português Stoffel acelera ao volante da anti-Uber BusUp com mais cinco milhões de euros
A tecnológica que se apresenta como líder na gestão de transporte empresarial na Europa, contando em Portugal com clientes como o Novo Banco, o BCP ou a Altice, fechou uma ronda de financiamento liderada pelo maior fundo de investimento em mobilidade da América Latina.
O português Rui Stoffel e os espanhóis Alex Canals e Eva Romagosa conheceram-se na IESE Business School da Universidade de Navarra, em cujas salas de aula começaram a burilar um negócio com base na encruzilhada em que se encontrava a empresa familiar catalã de autocarros da família Canals.
Três anos depois de terem concluído o MBA, os três fundavam a BusUp, a primeira empresa no mundo a oferecer serviços de transporte partilhado entre empresas.
Não, esta tecnológica não possui um só autocarro. Não faz concorrência aos operadores existentes. O modelo de negócio é anti-Uber - ao contrário deste tipo de plataformas, que, com base em tecnologia, disputam o mercado com empresa já estabelecidas, a BusUp "trabalha com mais de 150 operadores de autocarros em todo o mundo", transformando assim digitalmente este setor.
Constituída em 2016, em Barcelona, foi inicialmente financiada pelos próprios fundadores, tendo ainda contado com o apoio de um milhão de euros do Programa Europeu Horizonte H2020.
O seu primeiro cliente, em julho de 2017, foi o Canet Rock, festival de música de verão realizado na cidade costeira espanhola de Canet de Mar.
A partir de Barcelona expandiu-se para outras cidades espanholas, seguindo-se a expansão internacional, começando por Portugal, onde garante que conta com clientes como a Nestlé, a Siemens, a Auchan, a Cognizant, a Accenture, o Millenniumbcp, o Novo Banco ou a Altice.
Cinco anos depois, a BusUp afiança que tem presença nos Estados Unidos, Europa e América Latina com clientes globais como a Accenture, a Roche, a Siemens, a Cognizant, a Nestlé, a DXC Technologies ou a Louis Vuitton.
Quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021: a BusUp anunciou que fechou uma ronda de investimento, de série A, no valor de cinco milhões de euros, liderada pelo Proeza Ventures, o maior fundo de investimento em mobilidade da América Latina, acompanhado pelo fundo de capital de risco norte-americano, líder em mobilidade, Autotech Ventures (investidor na Lyft) e o fundo Finaves V, da mesma linha de negócio do IESE, entre outros.
A empresa tecnológica, que se apresenta como líder na gestão de transporte empresarial na Europa, explica que esta injeção de capital permitirá à BusUp "potenciar a sua atividade em mercados recentemente abertos, como os Estados Unidos, e consolidar a sua liderança nos atuais mercados, especialmente em Portugal".
Segundo a mesma tecnológica, "o sucesso do transporte de partilha de rotas da BusUp, testado pela primeira vez em Portugal, onde grandes empresas (como Cognizant, Roche, Accenture, entre outras) e PME partilharam percursos entre colaboradores, beneficiaram mais de 30% na redução de custos", tenso este sido "um ponto de inflexão para a empresa e o principal motivo da sua expansão para o mercado americano", realça.
"A BusUp vai mudar as regras do jogo no transporte empresarial"
"As tendências mostram que o cenário no regresso ao trabalho, pós-pandemia, estará dominado pelo trabalho híbrido (semi-presencial) ou flexível, que inevitavelmente requererá soluções de deslocação, também, flexíveis. Uma das previsões de Bill Gates para o mundo pós-pandémico é que ‘o escritório será partilhado’, e já confirmamos que essa tendência na União Europeia se vai estendendo, de forma natural, para as deslocações partilhadas", afirma Rui Stoffel, CEO e cofundador de BusUp.
Através da sua tecnologia, a BusUp cria rotas "mais eficientes otimizando percursos, paragens e capacidade instalada com base na procura real e flutuações", garantindo ser "a primeira solução no mundo a oferecer às empresas a possibilidade de partilhar rotas com outras empresas vizinhas para maximizar a disponibilidade da oferta de rotas, e, ao mesmo tempo minimizar os custos".
Afiançando que substituir o carro pela solução da BusUp "pode representar uma redução de 72% nas emissões de CO2", adianta que a adoção desta tecnologia permite, também,"às empresas passar em regime de outsourcing, parcial ou totalmente, a gestão desta operação".
"Um dos aspetos mais importantes que a pandemia nos ensinou foi o quanto contribuem, de forma negativa, as deslocações de carro para o meio ambiente das nossas cidades, em termos de poluição", sustena Enrique Zambrano, diretor de Proeza Ventures.
"Estamos convencidos de que a solução de transporte partilhado que a BusUp oferece é uma das soluções mais sustentáveis que ajudará a mudar o mundo tal como o conhecemos e beneficiará as gerações futuras", conclui.
"Não ter que conduzir para o trabalho é uma proposta de valor muito atraente. O transporte partilhado traduz-se em benefícios claros e relevantes em termos de eficiência e flexibilidade para quem os utiliza, bem como para as empresas que viram que esta proposta aumenta a produtividade e a satisfação dos colaboradores e contribui para a retenção de talentos ", refere, por seu lado, Dan Hoffer, CEO da Autotech Ventures.
"Neste sentido, pensamos que a solução partilhada da BusUp mudará as regras do jogo no que diz respeito ao transporte empresarial, pois ajusta-se na perfeição ao ‘novo normal’ de trabalho híbrido (semi-presencial) proporcionando uma solução segura e flexível às empresas, independentemente da sua dimensão", remata o líder de uma das novas investidores da empresa liderada pelo português Rui Stoffel.