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Porto de Lisboa: Yilport acusa estivadores de violarem serviços mínimos, requisição civil e Estado de Emergência

O administrador da Yilport disse no Parlamento que foram movidos 33 processos disciplinares a estivadores do porto de Lisboa, onde no primeiro dia do Estado de Emergência se registaram falhas de abastecimento.    

O porto de Lisboa teve, nos últimos 10 anos,  124 pré-avisos de greve.
Miguel Baltazar
08 de Abril de 2020 às 11:43
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O administrador do grupo Yilport, Diogo Vaz Marecos, acusou esta quarta-feira no Parlamento o sindicato dos estivadores (SEAL) de, no porto de Lisboa, ter "violado os serviços mínimos, a requisição civil e o Estado de Emergência". E alertou que "assim que Estado de Emergência terminar vão estar outra vez em greve".

O responsável do grupo que detém concessões portuárias em Portugal, entre as quais o terminal de contentores de Alcântara, afirmou aos deputados que neste momento não tem havido falhas de abastecimento, mas que isso aconteceu no primeiro dia do Estado de Emergência no país. Algo que, revelou, motivou 33 processos disciplinares com vista ao despedimento.

"Não podemos numa situação de pandemia ter trabalhadores que sabem a importância do seu trabalho para economia, com estes salários - que chegam a ser de 5 mil euros -, terem faltas ao trabalho", afirmou o responsável, que foi chamado a dar explicações no Parlamento sobre "a ameaça de insolvência da Associação - Empresa de Trabalho Portuário de Lisboa (ETPL)".

Segundo disse, após a requisição civil foram reportadas faltas de trabalhador à Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT) e foram instaurados processos disciplinares. Em causa, adiantou, estiveram navios com destino aos Açores que "saíram quatro ou cinco depois", que entre as cargas estava material hospitalar.  

"Houve incumprimento. Reportamos as autoridades o que se estava a passar", frisou Diogo Marecos, explicando aos deputados que tinham sido "escaladas 20 pessoas para trabalhar e apareceram 3 ou 4. O sindicato mandou aparecer trabalhadores da antiga A-ETPL, que nós não podíamos receber por uma questão jurídica".

O responsável da Ylport, que salientou que este é "o único sindicato em Portugal que tem uma greve" no atual momento de pandemia da covid-19, disse aos deputados que em Portugal a empresa do grupo turco lida com cinco sindicatos mas "só temos problemas com este". E acusou a direção do SEAL de "intimidação de trabalhadores, de aparecerem carros partidos e ameaças de represálias". "Há varias participações criminais", disse, acusando a direção do sindicato de querer "fazer controlo da mão-de-obra".

Com a declaração de falência da A-EDPL, o responsável garantiu aos deputados que pretende contratar esses trabalhadores, que viram os seus vínculos extintos, frisando que estão a ser oferecidas"as mesmas condições, inclusive a antiguidade". "Não há mais nada que possa oferecer", disse.

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