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"Navios só serão entregues depois de terem as baterias", assegura presidente demissionária da Transtejo
Marina Lopes Ferreira, realizou esta quinta-feira uma conferência de imprensa em que contestou as conclusões do Tribunal de Contas (TdC).
A presidente do conselho de administração demissionário da Transtejo/Soflusa, Marina Lopes Ferreira, realizou esta quinta-feira uma conferência de imprensa em que contestou as conclusões do Tribunal de Contas (TdC) sobre a aquisição de navios elétricos.
"Os navios só serão entregues depois de terem as baterias instaladas, portanto não há navios sem baterias, o que está em causa é como é que a Transtejo vai comprar as baterias", sublinhou Marina Lopes Ferreira.
O conselho de administração da Transtejo/Soflusa, que assegura ligações fluviais no rio Tejo, pediu esta quinta-feira a exoneração, após um relatório do Tribunal de Contas (TdC) que acusa a empresa de "faltar à verdade" e de práticas ilegais e irracionais.
Em causa está a compra de nove baterias, pelo valor de 15,5 milhões de euros, num contrato adicional a um outro contrato já fiscalizado previamente pelo TdC para a aquisição, por 52,4 milhões de euros de dez (um deles já com bateria, para testes) novos navios com propulsão elétrica a baterias, para assegurar o serviço público de transporte de passageiros entre as duas margens do Tejo.
"Inicialmente estava previsto um modelo de aquisição das baterias diferente deste. Não tínhamos sequer imaginado que os navios poderiam vir sem baterias", acrescentou Marina Lopes Ferreira.
Depois de considerar algumas das ideias do documento do TdC – que chega acusar a empresa de "faltar à verdade" - como "falta de respeito", a presidente do conselho demissionário frisou: "estão a ver as nossas caras, não somos maluquinhos, somos pessoas sensatas e informadas".
A presidente da Transtejo explicou em 2019, quando este processo foi preparado, o preço das baterias estava a descer vertiginosamente.
Assim, "os navios só seriam entregues anos mais tarde", de forma a evitar que anos depois a empresa fosse obrigada a pagar um preço superior ao preço de mercado, a empresa optou por "deixar de fora o conjunto principal das baterias e incluir só as baterias necessárias para um navio".
"O que esteve em causa foi não gastar dinheiro a mais", rematou Marina Lopes Ferreira. A tutela já aceitou o pedido de admissão da totalidade dos membros do conselho de administração.
(Notícia atualizada às 15h37m).