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Montijo espera que 2017 traga decisão sobre aeroporto complementar à Portela

A construção de um novo aeroporto de Lisboa ou de um aeroporto complementar à Portela tem estado em discussão nos últimos anos. Autarca do Montijo considera que a base aérea n.º 6 é a "opção óbvia", mas faltam estudos.

18 de Dezembro de 2016 às 13:22
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Depois de em 2007 se ter tornado um tema político incontornável e o Governo ter sido obrigado a recuar quanto à escolha da Ota (concelho de Alenquer, distrito de Lisboa), a decisão "prévia e preliminar" de construir o novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete foi anunciada pelo então primeiro-ministro, José Sócrates, a 10 de janeiro de 2008, tendo sido aprovada em Conselho de Ministros cerca de quatro meses depois.

A opção pelo Campo de Tiro de Alcochete foi legitimada pelo estudo comparativo elaborado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que apontou a localização da infraestrutura aeroportuária na margem sul do Tejo como "globalmente mais favorável" do que na Ota, localização confirmada em 1999.

Os primeiros trabalhos do projecto tiveram início em agosto de 2008, com prospecção e sondagens no terreno, mas o novo aeroporto acabou por não passar dos estudos e a decisão foi revertida no Governo de Pedro Passos Coelho, surgindo a hipótese de uma base militar funcionar como aeroporto complementar à Portela, como o caso do Montijo.

A localização de um novo aeroporto complementar na base aérea do Montijo deve ser decidida durante o ano de 2017, com o autarca do concelho a defender que é a solução "óbvia" e que a Portela necessita de uma pista que funcione em cooperação.

"Temos vindo a trabalhar nos últimos anos para a localização de um aeroporto complementar à Portela na base aérea n.º 6, no Montijo, para as ‘low-cost’. A ANA [Aeroportos de Portugal] tem conversado connosco e mostrou que tinha viabilidade, mas o processo que existe é incipiente e é preciso uma fundamentação técnica, por isso estamos numa fase de estudos", diz o presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta (PS), à agência Lusa.

O autarca salienta que o Montijo é a "opção óbvia", mas que tem que ser fundamentada com os estudos necessários.

"Do que tenho conhecimento, o Montijo é a única que tem uma pista paralela com a Portela, o que permite operar ao mesmo tempo. As outras hipóteses levantam até alguns problemas de segurança. Penso que nenhuma outra hipótese está a ser estudada como a base no Montijo, mas a decisão tem de estar fundamentada", comenta.

Nuno Canta acredita que, durante o ano de 2017, será tomada uma decisão do Governo sobre o processo, referindo que o aeroporto da Portela necessita de uma pista que funcione em "cooperação" para responder às necessidades.

"Com o processo de privatização, o Governo comprou os terrenos da Portela à Câmara de Lisboa e uma solução que era historicamente provisória passou a definitiva. A estratégia foi alterada e penso que a solução do aeroporto complementar vai funcionar e desanuviar Lisboa", salienta.

O autarca explica, ainda, que é preciso desenvolver os estudos necessários, como o caso dos impactos ambientais, bem como garantir que o concelho recebe todas as infraestruturas para servir um aeroporto complementar.

"Existe a possibilidade de a ligação entre o novo aeroporto e Lisboa ser feita de barco. Estamos mais avançados neste processo do aeroporto complementar do que em 2015", conclui.

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