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Metro do Porto e El Corte Inglés negoceiam "adequação do projeto" da linha rosa

Em causa está a construção da Linha Circular (linha rosa) que ligará os Aliados/Praça da Liberdade à Casa da Música, uma obra que, segundo o aviso publicado a 20 de agosto no Diário da República, terá como prazo de execução 42 meses e um valor base de 175 milhões de euros.

Metro do Porto passa para 2023
Paulo Duarte
12 de Novembro de 2019 às 07:49
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O presidente da Câmara do Porto disse que a Metro do Porto tem vindo "a negociar" com o El Corte Inglés a "adequação do projeto" da nova estação da linha rosa no terreno da antiga estação ferroviária da Boavista.

"Logicamente que devemos ter, relativamente a esta matéria, toda a prudência, tanto mais que a Metro do Porto, que vai lá construir uma estação, tem vindo a negociar com o El Corte Inglés a adequação do projeto, principalmente as estruturas necessárias ao metro para a instalação da estação", avançou Rui Moreira, na segunda-feira, durante a sessão extraordinária da Assembleia Municipal do Porto.

Em causa está a construção da Linha Circular (linha rosa) que ligará os Aliados/Praça da Liberdade à Casa da Música, uma obra que, segundo o aviso publicado a 20 de agosto no Diário da República, terá como prazo de execução 42 meses e um valor base de 175 milhões de euros.

A afirmação do autarca surgiu depois do deputado Rui Sá, da CDU, ter questionado se a autarquia considerava "útil e vantajoso" para a cidade a existência de uma superfície comercial na Boavista.

Rui Moreira lembrou que, ainda candidato pela primeira vez, há sete anos, já havia defendido a criação de um jardim naquele local.

"Claro que gostaria de ter ali um parque (...) também não sei se lá pretendem construir uma coisa do tipo El Corte Inglés ou outra coisa, neste momento não lhe posso dizer", sublinhou o autarca.

Já durante a reunião do executivo desta segunda-feira, o independente Rui Moreira tinha garantido, a propósito da entrega da petição pública que defende a criação de um jardim naquele local, "não ser viável" dizer que os direitos adquiridos no âmbito do Plano Diretor Municipal (PDM) de 2006 "são para rasgar".

O argumento utilizado pelo autarca na reunião do executivo levou o deputado do Bloco de Esquerda Pedro Lourenço a afirmar tratar-se de "uma absoluta ficção".

"A ideia de que a Câmara não pode recusar este projeto é uma absoluta ficção. A câmara tem de fazer o que lhe compete que é recusar o projeto", defendeu Pedro Lourenço.

A acusação levou o independente Rui Moreia a salientar "não existir nenhum PIP (Pedido Informação Prévia) aprovado pela Câmara Municipal do Porto" sobre o projeto.

A 28 de outubro, o grupo espanhol confirmou à Lusa que o PIP do projeto do El Corte Inglés projetado para o terreno da antiga estação ferroviária da Boavista já tinha dado entrada na Câmara do Porto, não adiantando, contudo, qual a área total do projeto.

"Será, posteriormente, e em função das possibilidades que daí resultarem, que exploraremos as várias opções de formato para aquela localização, sendo certo que o nosso objetivo é a valorização do local", afirmou o El Corte Inglês em resposta a um pedido de esclarecimento.

Questionado sobre os prazos para arranque e conclusão do projeto, o grupo espanhol preferiu "não se pronunciar".

Na mesma reunião do executivo, o vereador Pedro Baganha confirmou que o PIP apresentado pela cadeia espanhola está a tramitar nos serviços, não sendo conhecido para já o projeto de arquitetura a desenvolver, que terá, contudo, de respeitar a cércea definida para o local.
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