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Metro de Lisboa diz que linha circular em laço "não resolve problemas"
O presidente do Metropolitano da capital afirma que a solução em laço não permite reduzir as frequências previstas na linha circular para 3 minutos e 40 segundos e que o grande afluxo de passageiros da linha amarela é de Odivelas ao Campo Grande.
O presidente do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos, salientou esta sexta-feira no Parlamento que a possibilidade da nova linha circular poder funcionar "em laço" - o que permitiria eliminar a necessidade de transbordo na estação do Campo Grande a passageiros da linha amarela – "não é a solução que nos pareça resolver problemas".
Recordando que o objetivo da linha circular é aumentar a frequência dos comboios em dois minutos face à atual para três minutos e 40 segundos, isso não seria possível com essa solução. "Se a solução for em laço o percurso é maior. Vai ser difícil atingir esse tempo", afirmou.
Vítor Santos disse ainda aos deputados que o Metro está a desenvolver os trabalhos da linha circular, que estima que fique ponta "no final de 2024 ou início de 2025", mas em paralelo a desenvolver estudos de todas as soluções possíveis".
"Não somos fundamentalistas da linha circular nem somos fundamentalistas do laço", frisou.
A possibilidade de funcionamento da futura linha circular poder vir a ser feito em laço foi adiantada em maio pelo Ministério do Ambiente e Ação Climática, que remeteu, no entanto, a decisão final para o Metropolitano.
Vítor Santos salientou ainda no Parlamento que, segundo os estudos de procura, apenas "um terço das pessoas que vêm de Odivelas vai para estações a sul da do Campo Grande", ou seja, o grande afluxo, dois terços, são "pessoas que vêm de Odivelas até ao Campo Grande".
"A questão do transbordo é uma coisa da vivência normal da vida do metropolitano. É impossível haver linha única a que as pessoas possam aceder", frisou, assegurando que a linha amarela vai ter "comboios com intervalos suficientes para a procura, semelhantes à que temos hoje".
"Com linha circular a pessoa sai do comboio dá três passos e entra na linha circular. É pouco impactante na vida das pessoas", afirmou.
Relativamente aos constrangimentos na circulação do metropolitano durante dois meses, até ao passado dia 8 de julho, por causa das obras de expansão, Vítor Domingues dos Santos reafirmou que "é impossível fazer obras em condições de segurança sem perturbações no funcionamento da rede".
Explicando que a tentativa de contratação de alternativas com transportes rodoviários de passageiros em todo o país saiu frustrada devido ao "défice de motoristas", sublinhou que esse é "um problema grave no pais e na Europa". E relatou o caso de um operador do norte que "arranjou oito autocarros mas não arranjou motoristas".