Notícia
Mais de metade das linhas de comboio está em mau estado
Os 20 descarrilamentos dos últimos quatro anos ocorreram todos em troços de linhas considerados problemáticos, conclui o Público.
"Medíocres" ou "más". É esta a classificação dada a quase 60% das linhas de caminhos-de-ferro portuguesas no que diz respeito ao seu desempenho, de acordo com um relatório da Infra-Estruturas de Portugal citado esta terça-feira, 13 de Março, pelo jornal Público.
Os piores troços são o Ovar-Gaia (35 quilómetros), na Linha do Norte, o Tua-Pocinho (32 quilómetros), na Linha do Douro, a via estreita de Espinho a Oliveira de Azeméis e de Aveiro a Sernada do Vouga (68 quilómetros).
O troço Ovar-Gaia, por exemplo, precisa de "necessidade de intervenção urgente". "A vida útil dos activos neste troço da Linha do Norte há muito que foi excedida e qualquer tipo de intervenção de manutenção produz efeitos pouco duradouros", lê-se no relatório de Maio de 2017.
As pontes estarão em bom estado, mas um em quatro túneis estão classificados como medíocres. O túnel de Caíde, com mais de um quilómetro, e o de Gaviarra, serão os piores.
As linhas estão classificadas numa escala de 0 a 8 e de acordo com o levantamento feito pelo jornal diário tem sido nas linhas com pior desempenho que têm ocorrido descarrilamentos. Até agora sem vítimas a registar, o que os quadros da Infra-Estrturas de Portugal considerarão uma "sorte". É o caso da Beira Alta, que tem metade do percurso classificado como medíocre, ou das linhas do Douro.
As falhas na manutenção devido às restrições orçamentais dos últimos anos, as rescisões e a redução de pessoal com conhecimento técnico, e o facto da entidade fiscalizadora ter apenas cinco pessoas afectas ao sector ferroviário terão contribuído para a degradação das linhas.