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Líder da Chronopost Portugal gere aquisição do grupo no Brasil

Olivier Establet vai acumular funções com a presidência da Jadlog, a empresa que o grupo francês acaba de comprar para entrar na América Latina, garantindo que a operação portuguesa poderá obter também alguns benefícios.

DR
25 de Janeiro de 2017 às 12:49
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O presidente da Chronopost Portugal, Olivier Establet, vai liderar também a empresa que o grupo Geopost acaba de comprar no Brasil. O gestor, que está há 20 anos em Portugal, conduziu todo o processo de aquisição de 60% da Jadlog, a segunda maior rede privada de entrega de encomendas no mercado brasileiro, e vai agora dividir a sua vida profissional entre Lisboa e São Paulo.

 

Em declarações ao Negócios, Olivier Establet explicou a sua escolha pela "relação de confiança com o presidente da companhia, que [lhe] pediu para chefiar esta missão" e pela experiência das cinco operações de fusão e aquisição que já realizou em Portugal – a última foi em Novembro, quando adquiriu a Lordtrans, o franchisado da SEUR para a região Norte. "O conhecimento da língua também é importante quando as operações são complexas e não se pode deixar técnicos ou financeiros a liderar estes processos", acrescentou.

 

O novo presidente do conselho de administração da Jadlog salvaguardou que esta operação – a primeira na América do Sul para o segundo maior grupo europeu no mercado de encomendas expresso – não tem qualquer ligação orgânica com a Chronopost Portugal. Frisou, porém, que "é natural – já o fiz e vou fazer – que a equipa de gestão em Portugal também venha a ser solicitada para ajudar em determinados processos e missões pela proximidade cultural, linguística e porque estamos também a falar do mesmo tipo de negócios".

 

"Há sempre uma troca de boas práticas. Por exemplo, a insegurança é uma preocupação permanente no Brasil e desenvolvem ali soluções que vão além do necessário na Europa. Têm processos e sistemas de informação feitos para serem preventivos ou dissuasivos e que são mais adiantados do que o que costumamos fazer na Europa. É uma área em que podemos ir buscar ideias, soluções e processos" para aplicar em Portugal, resumiu Olivier Establet.

 

Há depois a questão comercial. A Jadlog, que emprega mais de cinco mil pessoas, tem perto de 500 franchisados e factura 120 milhões de euros, passa a fazer parte da rede internacional da Geopost e a distribuir todos os envios de encomendas do mundo inteiro comercializados pelas empresas do grupo. Por outro lado, a empresa brasileira beneficia do novo proprietário ao poder vender os serviços internacionais aos seus clientes. "Também a este nível haverá vantagens comerciais, pela ligação entre Portugal e o Brasil", completou o presidente da Chronopost Portugal.

 

Chronopost e SEUR mantêm autonomia

Em Portugal, depois da compra recente da Lordtrans – em Novembro de 2014 já tinha comprado o franchisado da marca para as zonas Centro e Sul –, a Chonopost passou a gerir todas as operações da SEUR no país, reclamando assim ter ultrapassado os CTT e chegado à liderança nacional no correio expresso de pequenas encomendas, com uma quota de 30%, num total de 16 milhões de encomendas em 2016.

 

No ano passado, a Chronopost Portugal facturou 39 milhões de euros e a SEUR terminou o ano com vendas de cerca de 22 milhões de euros. O executivo que lidera agora as duas empresas detalhou que "de momento há uma aproximação, uma racionalização das duas operações". "Estamos a criar sinergias operacionais – partilhamos as mesmas instalações em algumas zonas do país, por exemplo – e complementaridade a nível comercial também. Neste momento é mais aproximação do que integração total. Continuam como duas marcas diferentes", garantiu Olivier Establet.

 

A Chronopost Portugal detém actualmente 13 estações (Vila Real, Porto, Guarda, Viseu, Coimbra, Leiria, Torres Novas, S. João da Talha, Lisboa, Corroios, Évora, Faro e Funchal) e uma frota própria de 350 viaturas de distribuição e dez viaturas pesadas. Somando os funcionários integrados da SEUR, passou a empregar cerca de mil pessoas em Portugal.

 

"Existe agora maior complementaridade das ofertas porque a SEUR é líder nos fluxos ibéricos e sabemos que Espanha é o principal parceiro comercial de Portugal. Há empresas que não têm escala suficiente para ter um fornecedor diferente por país de destino e então entregam as exportações a um só operador. E quem presta um bom serviço para Espanha pode reivindicar ficar com o resto da actividade [para outros países]. É uma alavanca que podemos utilizar. Temos um serviço competitivo na Europa e, acrescentando o serviço ibérico da SEUR, ficamos com uma oferta mais completa", concluiu o gestor.

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