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Jorge Delgado: "Extensão da linha vermelha é investimento para 100 anos"
O secretário de Estado da Mobilidade Urbana assegura que expansão da linha do metro de Lisboa entre São Sebastião e Alcântara será realizada até 2026 e acredita que os 405 milhões de euros serão suficientes para que concurso não fique deserto. Mas admite que possa haver "imponderáveis".
O secretário de Estado da Mobilidade Urbana admitiu esta terça-feira que projetos como a expansão da linha vermelha do Metropolitano de Lisboa "são difíceis e complexos" e estão sujeitos a "imponderáveis", mas frisou que é "um investimento para 100 anos" e que "não podemos virar a cara".
Jorge Delgado falava na Assembleia da República no âmbito de um requerimento apresentado pelo PSD sobre o agravamento de custos do projeto de expansão da linha entre São Sebastião e Alcântara, já que o custo com o projeto foi revisto de 304 milhões de euros para 405,4 milhões.
Jorge Delgado justificou o aumento de custos, face ao valor inicialmente estimado, com "a subida do preço da energia e das matérias-primas resultante do contexto internacional", assim como com "trabalhos que não estavam na estimativa inicial que se revelaram imprescindíveis".
Segundo disse, foi necessário revisitar preços unitários e o custo teve ser atualizado em cerca de 25% face às estimativas iniciais, de 2020, ou seja, um acréscimo de 57 milhões de euros. Já como exemplo de trabalhos que não estavam previstos apontou os custos de cerca de 10 milhões associados com o LIOS, a Linha Intermodal Sustentável, o metro ligeiro de superfície que ligará Alcântara a Oeiras.
A somar a intervenções na zona de Alcântara para conseguir viabilizar o trânsito durante a fase de obra, para acomodar uma rotunda de acesso à ponte 25 de abril ou questões relacionadas com o território e com imposições que resultaram da avaliação de impacto ambiental, "todos somados levaram a acréscimo de 34 milhões".
Questionado pelo PSD sobre eventuais novas derrapagens, o secretário de Estado salientou que a atualização feita em janeiro visa que "concurso tenha propostas válidas e não fique deserto".
"Se antevemos novas derrapagens a resposta só pode ser não, senão já tínhamos incluído", disse, lembrando que as estimativas são feitas "com base na melhor informação técnica".
"Qualquer imponderável que possa surgir no caminho tem de ser trabalhada no momento", disse ainda Jorge Delgado, lembrando que "há uma imponderabilidade natural nestes processos".
Também relativamente a uma possível derrapagem dos prazos, admitiu que "estamos sujeitos a imponderáveis", mas acrescentou que "não faz nenhum sentido por antecipação" tratar de "circunstâncias que desconhecemos".
"O compromisso é ter até 2026 a obra concluída", frisou.