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Metro de Lisboa quer adjudicar obra da linha vermelha depois do verão

O presidente do Metro de Lisboa justificou o aumento de mais de 100 milhões de euros no investimento para ligar São Sebastião a Alcântara com a subida dos custos energéticos e de materiais, mas também com trabalhos que não estavam inicialmente previstos, como a preparação para o futuro metro ligeiro de superfície até Oeiras..

Vítor Domingues dos Santos
Miguel Baltazar
09 de Março de 2023 às 19:48
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O presidente do Metropolitano de Lisboa afirmou esta quinta-feira no Parlamento que pretende assinar o contrato para a construção do prolongamento da linha vermelha entre São Sebastião e Alcântara no terceiro trimestre deste ano.

Com o concurso já lançado, Vítor Domingues dos Santos lembrou que a assinatura do contrato não marca o arranque da obra, porque o empreiteiro tem ainda seis meses para fazer o projeto de execução, mas sublinhou que "a execução da obra não pode passar 31 de dezembro 2026".


Sobre o projeto de prolongamento da linha vermelha, cujo valor do investimento aumentou em cerca de 100 milhões de euros face ao inicialmente previsto, o presidente do Metropolitano assegurou que "não estamos perante qualquer derrapagem de custos" e adiantou que esse montante vai ser financiado pelos empréstimos do PRR.

"Quando começamos a trabalhar a linha vermelha foi no período da covid-19, mas ainda sem o efeito da guerra, que é o grande despoletador do aumento de preços", disse.

Vitor Domingues dos Santos justificou o facto de o projeto ter passado dos 304 milhões para 405,4 milhões de euros com o agravamento dos custos da energia e matérias-primas, mas também com a inclusão de trabalhos que não estavam no valor inicial.

"Uma das razões do aumento de custos, de 10 milhões de euros, é que estamos obrigados, ao construir a estação de Alcântara, a prever já o LIOS", a Linha Intermodal Sustentável, o metro ligeiro de superfície que ligará Alcântara a Oeiras. "Se não o fizermos já, impossibilitamos a realização dessa linha", disse.

Vítor Domingues dos Santos salientou aos deputados da comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação que "as razões dos aumentos dos custos são de varias índoles", sendo cerca de 25% em termos de revisão de preços.

O presidente do Metro de Lisboa realçou dados do Banco de Portugal relativamente à evolução dos preço do petróleo e de matérias-primas não energéticas para frisar que "a subida de preço é de tal maneira significativa que tornava impossível a manutenção do valor tal como foi contratado inicialmente com o PRR de 304 milhões".

O responsável lembrou que a assinatura com a estrutura de missão do PRR foi feita em setembro de 2021 e que a partir daí o processo foi sendo clarificado. "Essa clarificação introduziu alguns custos significativos, na ordem dos 57 milhões".


Onde está esse dinheiro?, perguntou, dando alguns exemplos. "No planeamento construtivo da estação de Alcântara nós acordámos com o IMT que para garantir acesso à ponte 25 de abril "vamos fazer uma rotunda que vai permitir que consigamos durante a fase de construção manter uma faixa em cada sentido, mais uma faixa que seja usada num sentido na hora de ponta da manhã e no sentido oposto ao fim da tarde".

O presidente do Metropolitano disse ainda que outro ajustamento que teve de ser feito foi entre o Palácio das Necessidades e Alcântara com uma intervenção na Muralha do Livramento.

"Tudo isso são custos que fomos acertando entre o estudo de viabilidade e a fase final de aprovação da viabilidade", disse, frisando que "todos os acertos somados resultaram nos 57 milhões".

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