Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Já há acordo para comboio voltar à linha do Tua

O presidente da Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua, Fernando Barros, anunciou que foi alcançado o acordo que acaba com o impasse do regresso do comboio à desactivada ferrovia, aguardado há quase um ano.

Lusa 16 de Março de 2018 às 00:17

Segundo disse à Lusa, o acordo deverá ser formalizado até ao final do mês e as condições ficaram hoje definidas numa reunião, em Lisboa, na Secretaria de Estado das Infraestruturas, que considerou "decisiva" para avançar o aguardado Plano de Mobilidade Turística e Quotidiana, a principal contrapartida pela construção da barragem de Foz Tua.

 

Depois de meses a discutir quem ficaria responsável pela linha, Fernando Barros afirmou que ficou hoje acordado que a agência, que é a concessionária do plano, será a gestora, o Governo assumirá o financiamento da manutenção e a Infraestruturas de Portugal (IP), que continua a ser a proprietária, assumirá a parte técnica, nomeadamente relativamente às obras de arte.

 

Fernando Barros escusou-se a adiantar os valores que o Estado irá disponibilizar para a manutenção, remetendo pormenores para a data da formalização do acordo, que aponta para o "final do mês de Março".

 

Este acordo resolve o impasse, mas não implica que o comboio comece imediatamente a circular nos cerca de 30 quilómetros que restaram da linha do Tua, entre Mirandela e a Brunheda.

 

Será ainda necessário esperar pelos resultados dos testes de segurança em curso ao novo material circulante que o empresário Mário Ferreira, conhecido pelos passeios de barco no Douro e que vai explorar turisticamente esta zona de Trás-os-Montes, tem disponíveis há alguns meses.

 

Ao comboio turístico juntam-se também barcos para passeios na nova albufeira da barragem, entre a Brunheda e o Tua.

 

A EDP entregou dez milhões de euros ao empresário para o projecto e para reabilitação da ferrovia, que já foi realizada.

 

Serão, no entanto, ainda necessárias outras intervenções ao longo do canal da linha, como a retirada de blocos que ameaçam queda nas encostas do Tua e a prevenção de futuros deslizamentos.

 

Estes trabalhos contemplam a instalação de equipamento informático, através de fibra óptica, "para detectar o movimento de blocos ao longo dos taludes", além de drenagens e reabilitação dos carris entre o Cachão e Mirandela.

 

A EDP já disponibilizou, segundo o presidente da agência, "3,5 a 3,7 milhões de euros para estes trabalhos".

 

Falta também saber de que forma será assegurada, neste projecto, a mobilidade às populações ribeirinhas do rio Tua, já que é uma condição imposta como contrapartida pela construção da barragem, que submergiu cerca de 20 quilómetros da ferrovia, cortando o acesso ao Tua e à linha do Douro por comboio.

 

A Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua é responsável pelo plano e por todos os projectos de desenvolvimento, nela estando representadas a EDP e os cinco municípios da área da albufeira, nomeadamente Vila Flor, Mirandela, Carrazeda de Ansiães, Alijó e Murça.

 

A barragem, com um investimento superior a 400 milhões de euros, está construída e a produzir energia e, segundo disse recentemente o administrador, Rui Teixeira, "já cumpriu todas as obrigações".

 

De acordo com dados da empresa, a construção de Foz Tua resultou em compensações que ultrapassam os 30 milhões de euros no território do vale do rio transmontano.

 

A estes 30 milhões de euros acresce ainda o compromisso da EDP em financiar a Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua, também ela uma contrapartida pela construção da barragem, com 3% das suas receitas líquidas ao longo dos 75 anos de exploração.

Ver comentários
Saber mais Tua Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua Fernando Barros Murça Secretaria de Estado das Infraestruturas Plano de Mobilidade Turística e Quotidiana Mário Ferreira Rui Teixeira Cachão Carrazeda de Ansiães Trás-os-Montes Vila Flor Alijó
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio